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Medicina Nuclear? O Hospital das Forças Armadas tem!
Brasília, DF. Em 15/07/2021 – Inaugurada em 14 de Dezembro de 2011, a Clínica de Medicina Nuclear do Hospital das Forças Armadas (HFA) é muito bem estruturada e composta por profissionais altamente capacitados. Realizando mais de 5 mil exames de alta complexidade por ano, dentre Cintilografias, PET CT, Densitometria óssea e de corpo total, Cirurgia radioguiada e Terapia com radioisótopos, a Clínica projeta o HFA a um patamar elevado no tocante à medicina nuclear, que é uma especialidade médica que, utilizando métodos seguros, praticamente indolores e pouco invasivos, emprega materiais radioativos com finalidade diagnóstica e terapêutica.
A Capitão-Tenente Cejana de Mello Campos, Adjunta da Clínica de Medicina Nuclear, explicou que os exames são realizados por meio da administração de radiofármacos por vias diversas nos pacientes, seja oral, endovenosa ou até inalatória. Após a sua concentração no órgão de destino, os equipamentos fazem a leitura da fisiologia e anatomia dos pacientes e ainda a fusão dos dois métodos, facilitando muito a interpretação dos dados. E por fim, o material radioativo administrado é eliminado naturalmente pelo organismo, mais frequentemente por via urinária.
A oficial ressaltou que os atendimentos continuaram durante toda a pandemia, atendendo milhares de pacientes, sobretudo nas áreas da cardiologia e oncologia. E descrevendo os diversos tipos de exames realizados ressaltou que os riscos desse tipo de exame para os pacientes são mínimos, pois a quantidade de radiação envolvida é muito pequena e administrada de forma segura.
“Eu fico muito honrada em atender pacientes com possibilidade de sofrimento, como é o caso dos pacientes oncológicos, e depois perceber que, com o meu trabalho, posso contribuir no diagnóstico e no planejamento terapêutico, e com isto melhorar a qualidade de vida dessas pessoas.”
Cejana falou com orgulho que atendeu o seu primeiro paciente, ainda como acadêmica de medicina, no HFA, no ano de 2002; foi oficial temporária da Força Aérea por um ano, quando foi aprovada no concurso para oficiais de carreira da Marinha. Enfatizou que depois que conheceu a medicina nuclear se apaixonou pela especialidade: “O que eu mais gosto na especialidade é enxergar a fisiologia do corpo humano e poder visualizar na prática o que estudamos de maneira teórica.”
Paulo Sérgio Lopes, militar da Marinha, que presta Tarefa por tempo Certo desde 2012, esclareceu que é um apaixonado pela medicina nuclear, e que trabalha no setor por sua experiência profissional e por transitar entre a assistência técnica, a assistência aos exames, e conhecer a radiofarmácia. Disse que já correu risco na sua carreira, e relembrou o ocorrido em Goiânia, em 1987, em que cápsula contendo Césio-137 foi abandonada e diversas pessoas se contaminaram. Mas que se sentia realizado na profissão, por ter atuado naquela ocasião e ter sido reconhecido pela Marinha com menção Honrosa. “Eu não venho trabalhar, venho me divertir”, comemorou.
O Hospital das Forças Armadas (HFA), por meio da Medicina Nuclear, realiza diversos exames e contribui de maneira decisiva para o diagnóstico precoce de doenças, sua cura, e para o prolongamento da vida dos pacientes que necessitem deste tipo de exame.
Dentre os exames realizados, o mais comum é a cintilografia em que é possível diagnosticar precocemente possíveis problemas e adotar os tratamentos necessários. Nos casos de doenças oncológicas, por exemplo, a cintilografia pode detectar a disseminação do câncer para os ossos e outras partes do corpo, ou se houve retorno de células malignas após o fim de um tratamento.
Já o PET-CT, usando a fusão de imagens de tomografia computadorizada convencional (CT, do inglês computed tomography) ao PET (do inglês pósitron emission tomography), originou-se o método híbrido ao qual se denomina “PET/CT”. A Fluordesoxiglicose (FDG-18F) é o radiotraçador disponível para ser utilizado neste exame no HFA, sendo importante ferramenta de diagnóstico e estadiamento de doenças, podendo também registrar a resposta de um determinado tumor aos tratamentos cirúrgicos ou quimio-radioterápico.
Além destes exames, a Clínica ainda dispõe do equipamento Gama Probe, utilizado para realizar a Cirurgia Radioguiada, e que tem como uma das aplicações mais usuais a localização intra-operatória do linfonodo sentinela no câncer de mama, possibilitando sua biópsia. Para isso, é utilizado um radiotraçador (material radioativo) para sinalizar o linfonodo sentinela com antecedência ao momento da cirurgia, e que será identificado durante o procedimento cirúrgico com o auxílio do equipamento Gama Probe, por meio de emissões radioativas.
A Clínica de Medicina Nuclear realiza ainda a Terapia com radioisótopos, mais especificamente com Iodo-131, indicado para o tratamento de Hipertireoidismo e também para complementar o tratamento cirúrgico de tumores da tireoide.
O HFA realiza ainda, o exame de Densitometria óssea, que mede a densidade de minerais dos ossos (DMO), em comparação com padrões de idade e sexo da população. Com o mesmo equipamento, ainda é possível avaliar a Composição corporal, realizada de forma rotineira nos pacientes em processo de emagrecimento e ganho de massa muscular.
Trabalhando no HFA há 11 anos e na medicina nuclear, há 4, tendo ainda passado na medicina hiperbárica, o Suboficial Reginaldo Costa ressalta o trabalho da equipe e destaca o seu prazer em trabalhar com radioproteção e medicina nuclear. “É um mundo diferente. É uma experiência nobre que não tem em todos os hospitais”. “As pessoas as vezes vem com o sentimento de medo e podemos proporcionar, por meio do exame que realizamos, um norte diferente, não tem preço”. Destacou o marinheiro.
A psicóloga Maria da Graças Magalhães Freitas, dependente de oficial da Aeronáutica disse que é usuária do HFA há muito tempo, já tendo sido atendida em diversas clínicas do hospital. Disse ainda estar muito satisfeita com o atendimento e que, mesmo durante a pandemia, pode realizar o agendamento por e-mail, o que permitiu a continuidade do seu atendimento. No tocante à medicina nuclear disse que sempre foi muito bem atendida.
Parabenizou o HFA pelo atendimento dispensado ao seu marido recentemente e relembrou que desde há muito tempo já faz uso do Hospital, pois a minha mãe era muito bem atendida aqui. “Espero não precisar muito do hospital, mas todas as vezes que precisei fui muito bem atendida”, destacou.
Na história da medicina nuclear, o primeiro passo foi a descoberta por Marie Curie, em 1898, de elementos radioativos, denominados como isótopos naturais. Passados alguns anos, em 1923, Hevesy utilizou esses elementos pela primeira vez como traçadores naturais em um tipo de exploração biológica. Com este avanço, em 1934, eles foram adotados para diagnóstico em um estudo da glândula tireoide, com iodo 128 (128I) e posteriormente com iodo 131 (131l). Em 1939, ocorreram as primeiras aplicações terapêuticas do iodo para tratamento de doença da tireoide.
Os equipamentos para aquisição dos exames começaram a ser produzidos em 1946, com cristal de iodeto de sódio ou cristal de cintilação (por isso surgiu o nome cintilografia).
No começo, a especialidade foi denominada como medicina atômica, porém, em 1952, mudou para medicina nuclear.
Com o passar dos anos, muita tecnologia foi aprimorada e novos radiotraçadores descobertos, tanto para diagnóstico quanto para tratamento, o que possibilitou a expansão da especialidade.
Por Comandante Cleber Ribeiro
Fotos: Sd Gustavo Costa
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO HOSPITAL DAS FORÇAS ARMADAS