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Hospital das Forças Armadas participa da ação interministerial para reforçar assistência à saúde de comunidades indígenas na região de São Gabriel da Cachoeira - AM
O Hospital das Forças Armadas (HFA) enviou, no dia 6 de junho, uma equipe de saúde multidisciplinar, composta por 8 militares das três Forças, sendo 4 médicos, 1 enfermeira, 2 técnicos de enfermagem e 1 farmacêutica, a fim de reforçar a assistência à saúde e distribuir medicamentos às comunidades indígenas da região de São Gabriel da Cachoeira, localizada a noroeste do Estado do Amazonas, conhecida também como “Cabeça do Cachorro”.
A ação fez parte de uma operação interministerial, envolvendo os Ministérios da Defesa (MD) e da Saúde (MS), visou fortalecer a assistência à saúde na região amazônica, reforçando o apoio às populações indígenas da área fronteiriça. A missão foi realizada com o suporte logístico do MD, por intermédio do Exército Brasileiro (EB) e da Força Aérea Brasileira (FAB).
O embarque dos participantes da missão foi acompanhado por diversas autoridades, dentre elas a Ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, o Secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa, General de Exército Manoel Luiz Narvaz Pafiadache , o Secretário Especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva , o Chefe de Logística e Mobilização, Tenente-Brigadeiro do Ar João Tadeu Fiorentini , e o Comandante Logístico do Hospital das Forças Armadas, General de Divisão Rui Yutaka Matsuda .
Na ocasião, a Ministra Damares destacou a importância do trabalho das Forças Armadas no enfrentamento à COVID-19 e enfatizou a necessidade da solidariedade neste momento. “Nossos heróis anônimos, bravos médicos, profissionais da saúde, que saíram das suas casas para doar suas vidas, além da sua obrigação profissional, estão indo com o coração. Vão ficar dias em áreas isoladas, cuidando dos nossos índios. Além do dinheiro público, está indo a entrega, a solidariedade, a dedicação. É dessa forma que o Brasil cuida dos povos isolados, dos nossos índios”, ressaltou a Ministra.
As comunidades assistidas vivem em localidades de difícil acesso, se o deslocamento for de barco pelos rios amazônicos, serão necessários vários dias de viagem para chegar até elas, tornando o apoio aéreo da FAB imprescindível para o êxito da operação. Graças a esse apoio, foi possível aos profissionais de saúde atender a três comunidades indígenas localizadas próximas aos Pelotões Especiais de Fronteira (PEF), nos distritos de Maturacá , Querari e Iauaretê .
Durante a operação, a equipe do HFA apoiou diretamente a 2ª Brigada de Infantaria de Selva. “Uma serie de ações cívico-sociais estão sendo realizadas, que a Brigada sozinha já fez em algumas comunidades e agora, com essa parceria do Ministério da Saúde, com o Ministério da Defesa, veio só fortalecer a possibilidade de uma ação mais contundente, uma ação mais robusta de levar, principalmente, uma série de especialistas oriundos do HFA, lá de Brasília, para essa região tão carente que, infelizmente, não tem acesso a essa possibilidade de consultas com especialistas”, disse o General de Brigada Alexandre Ribeiro de Mendonça, Comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva.
Nos dias 7 e 8 de junho, dois primeiros dias da ação, a assistência à saúde aconteceu em Maturacá, nas dependências do 5º Pelotão Especial de Fronteira (5º PEF), onde foram atendidos 93 indígenas da etnia Yanomami. Maturacá tem cerca de 600 moradores, entre homens, mulheres e crianças, faz fronteira com a Venezuela e está próximo ao ponto culminante do Brasil, o Pico da Neblina.
No dia 9 de junho, o apoio foi prestado em Querari, região que faz fronteira com a Colômbia, delimitada pelo Rio Uaupés, onde vivem aproximadamente 250 indígenas da etnia Kubeo e 50 indivíduos não indígenas. Essa foi a segunda comunidade a receber a equipe de saúde, que realizou 86 atendimentos. A comunidade fica apenas a 300 metros do 2º Pelotão Especial de Fronteira (2º PEF), local utilizado como base para o desenvolvimento dos trabalhos. A população de Querari se destaca pela adoção de medidas protetivas para a manutenção à saúde e por não ter registros, até o momento, de nenhum caso de COVID-19.
Nos dias 10 e 11 de junho, foi a vez de Iauaretê, terceira e última comunidade a receber o apoio, a região faz fronteira com a Colômbia. Iauaretê é a localidade mais populosa da “Cabeça do Cachorro”, possuindo cerca de 3 mil indígenas, sendo a etnia Tucanos a mais predominante. Naquela localidade, os atendimentos aconteceram no 1º Pelotão Especial de Fronteira (1º PEF) e foram assistidos 196 indígenas de diferentes etnias.
Durante os cinco dias de apoio, foram prestados atendimentos simultâneos nas especialidades de Clinica-Médica, Cardiologia, Odontologia, Ginecologia-Obstetrícia, Pediatria, Farmácia e Enfermagem, num total de 375 atendimentos, resultando em mais de 30 horas de trabalho.
Além da equipe do HFA, também participaram da ação profissionais de saúde do Hospital Militar de Área de Manaus (HMAM) e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI).
Em 13 de junho, após a conclusão dos trabalhos de apoio e com o sentimento de missão cumprida, a equipe de saúde do HFA retornou a Brasília, no Distrito Federal. Para a 3º Sargento Patrícia Regina Rigon Duarte , levar assistência à saúde para comunidades tão carentes é essencial e gratificante. “Foi uma grande honra participar dessa missão. A equipe do HFA foi de coração aberto e deu o seu melhor. Foi muito gratificante levar assistência à saúde para comunidades tão carentes e ver em seus rostos o reconhecimento por estarmos lá cuidando deles”, disse a Sargento.
ORGULHO DE SER HFA!"
Por 1º Ten Jamili Cerqueira Trocoli | Fotos: 1º Ten Jamili Cerqueira Trocoli
Assessoria de Comunicação Social (A Com Soc) HFA