Metodologia de Cálculo do iGOVSISP
O processo inicia-se com o preenchimento do Autodiagnóstico pelos órgãos integrantes do SISP, conforme estipulado no Art. 4º da Portaria SGD Nº 4339, DE 10 DE AGOSTO DE 2023, com a coleta de dados anual ocorrendo no mês de outubro.
O iGOVSISP é composto por indicadores-chave de desempenho em cada uma das áreas mencionadas, conforme estabelecido na Portaria.
A definição dos indicadores do iGOVSISP é realizada pela Secretaria de Governo Digital em colaboração com os órgãos integrantes do SISP, considerando as melhores práticas de governança de TI.
Os órgãos integrantes do SISP, conforme o Art. 12º da Portaria, devem adotar medidas para a melhoria contínua dos indicadores do iGOVSISP, visando elevar o nível de governança de TI.
Para o cálculo do iGOVSISP, será realizada a média ponderada das respostas do Autodiagnóstico, com a utilização de pesos baseados na variância de cada resposta e a adoção do esquema de valores entre 0 e 1 no Autodiagnóstico, onde 0 representa menor maturidade, 1 indica maior maturidade, e valores intermediários refletem níveis intermediários, proporcionando uma representação quantitativa que simplifica a análise e interpretação dos resultados. Essa abordagem permite uma mensuração mais granular das respostas, facilitando a diferenciação entre os diversos graus de maturidade em governança de Tecnologia da Informação (TI). Ao atribuir o valor 0 a respostas indicativas de menor maturidade e o valor 1 a respostas associadas a práticas mais maduras, cria-se uma escala contínua que capta nuances e variações no desempenho. Essa escala facilita a aplicação de métodos estatísticos, como a média ponderada com base na variância, proporcionando uma análise mais precisa e abrangente. Além disso, a utilização de valores entre 0 e 1 permite uma representação mais fiel das diferentes nuances de maturidade presentes nos órgãos do SISP.
A variância é uma medida estatística que quantifica a dispersão ou a amplitude dos valores em um conjunto de dados. Em outras palavras, a variância expressa o grau de variabilidade dos elementos em relação à média do conjunto. Para calcular a variância, cada valor individual é subtraído da média do conjunto, o resultado é elevado ao quadrado, e essas diferenças ao quadrado são então somadas e divididas pelo número total de observações. Portanto, a variância fornece uma indicação da extensão pela qual os valores individuais diferem da média, sendo uma ferramenta crucial em estatística para compreender a dispersão dos dados e a consistência das observações no conjunto.
A utilização da variância no cálculo do iGOVSISP proporciona uma abordagem mais refinada e sensível na avaliação da governança de Tecnologia da Informação (TI). Ao atribuir pesos com base na variabilidade das respostas obtidas no Autodiagnóstico, a variância permite identificar e dar maior relevância às áreas que apresentam maior amplitude e discrepância nas práticas de governança. Dessa forma, a variância atua como um indicador de dispersão, destacando as dimensões que podem ter impacto significativo na maturidade geral da governança de TI.
Essa metodologia não apenas leva em consideração a média ponderada das respostas, mas também captura a heterogeneidade das avaliações, garantindo uma avaliação mais abrangente e ajustada à complexidade e diversidade das práticas de governança de TI nos órgãos integrantes do Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação (SISP).
A metodologia segue as diretrizes estabelecidas na Portaria SGD e visa garantir uma avaliação robusta e abrangente das práticas de governança de TI nas seguintes áreas, conforme descritas no Art. 6º da Portaria:
I-Gestão e Planejamento de Tecnologia da Informação;
II-Sistemas e Serviços Públicos Digitais;
III-Dados e Informações;
IV-Privacidade e Segurança da Informação;
V-Contratações de Tecnologia da Informação;
VI-Infraestrutura e Plataformas Digitais.
Desta forma, deve ser calculado um indicador para cada item do Art. 6º.
Etapas da Metodologia
1-Preenchimento do Autodiagnóstico:
Os órgãos integrantes do SISP devem preencher o Autodiagnóstico anualmente, conforme estabelecido no Art. 4º da Portaria.
A coleta de dados para o cálculo do iGOVSISP será realizada por meio do Autodiagnóstico, abrangendo todas as áreas mencionadas no Art. 6º.
2- Consolidação dos Dados:
A Secretaria de Governo Digital será responsável por consolidar os dados coletados e calcular o iGOVSISP de cada órgão integrante do SISP, conforme o Art. 10º da Portaria.
3- Atribuição de Valores entre 0 e 1 e Pesos:
É adotado o esquema de valores entre 0 e 1 no Autodiagnóstico, onde 0 representa menor maturidade, 1 indica maior maturidade, e valores intermediários refletem níveis intermediários.
Os pesos para cada resposta do Autodiagnóstico serão calculados com base na variância das respostas, atribuindo maior peso às áreas com maior variabilidade e impacto na governança de TI, conforme boas práticas e regulamentos vigentes.
4- Cálculo da Média Ponderada utilizando a variância:
A média ponderada será obtida multiplicando cada resposta pelo seu respectivo peso, somando os resultados e dividindo pela soma total dos pesos.
5- Elaboração de relatório final individual por órgão:
Deve ser elaborado relatório individual para cada órgão, considerando sua pontuação.
Apresentação dos Dados
A apresentação dos resultados do autodiagnóstico em quatro faixas distintas - inicial, definida, otimizada e aprimorada - segue uma abordagem estratégica que reflete uma distribuição normal ponderada.
A distribuição normal, também conhecida como distribuição gaussiana, é uma das distribuições estatísticas mais fundamentais e amplamente encontradas na natureza e em fenômenos diversos. Caracterizada por sua forma de sino e simetria em torno da média, a distribuição normal desempenha um papel crucial na teoria estatística e é fundamental para muitos métodos analíticos. A Lei dos Grandes Números e o Teorema do Limite Central fortalecem a importância dessa distribuição, pois afirmam que, à medida que o tamanho da amostra aumenta, a distribuição da média das amostras se aproxima de uma distribuição normal. As propriedades matemáticas da distribuição normal tornam-na valiosa em inferência estatística, modelagem e análise de dados, sendo frequentemente utilizada como ponto de referência em testes estatísticos e na construção de intervalos de confiança. Sua ubiquidade e aplicabilidade generalizada fazem da distribuição normal um conceito essencial na compreensão e interpretação de fenômenos aleatórios em diversas áreas, desde as ciências naturais até as ciências sociais e econômicas.
Ao categorizar os resultados em faixas específicas, proporcionamos uma representação visual intuitiva da maturidade em governança de Tecnologia da Informação (TI).
A faixa inicial, representando aproximadamente 15% em uma distribuição normal, identifica áreas que demandam maior atenção e desenvolvimento.
As faixas definida e otimizada, cada uma correspondendo a aproximadamente 35%, abrangem a maioria das avaliações, refletindo a consistência esperada em práticas de governança típicas.
A faixa aprimorada, representando aproximadamente 15%, destaca as áreas de excelência, reconhecendo práticas excepcionais e contribuindo para uma distribuição que se assemelha à curva de uma distribuição normal.
Essa abordagem equilibrada e estratificada facilita a interpretação e o direcionamento das ações, permitindo uma compreensão mais detalhada e contextualizada da maturidade em governança de TI nos órgãos integrantes do Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação (SISP).