Gestão da (geo) informação
Gestão da (geo) informação
Para atender a sua competência institucional, a SPU lida com um conjunto de dados imobiliários literais e espaciais que caracterizam o patrimônio sob sua gestão. É com base em tais dados que a Secretaria decide sobre a destinação de áreas para apoio a programas do Governo Federal, presta serviços ao público e entidades externas, bem como estabelece o diálogo entre o cidadão e o Estado.
Destaca-se que para a adequada interpretação de tais informações e, por consequência, para a tomada de decisão de forma assertiva, a SPU necessita não somente da dimensão espacial dos imóveis, mas também de informação sobre a dinâmica territorial do meio em que esses imóveis estão inseridos.
Assim, os principais instrumentos utilizados para apoiar a decisão quanto a gestão de seus imóveis e a prestação de serviços são as bases de dados territoriais, inclusive os documentos cartográficos existentes, dentro e fora da SPU, e os dados patrimoniais dos imóveis da União.
Com o avanço e aperfeiçoamento da gestão nos últimos anos a preocupação com a melhoria do uso desses dados na Secretaria permitiu a institucionalização da gestão da geoinformação como processo transversal de apoio aos processos finalísticos como caracterização, destinação, fiscalização e avaliação, além dos procedimentos de qualificação de dados de variadas naturezas para apoiar os processos de receitas patrimoniais.
Importante ressaltar que este trabalho não concorre com as ações de caracterização do patrimônio que, tradicionalmente, sempre utilizaram técnicas de agrimensura, topografia e até mesmo geoprocessamento em seus trabalhos. O objetivo da gestão da informação, enriquecida pela componente geográfica, é padronizar os dados geoespaciais integrando-os aos dados patrimoniais, organizando-os de maneira a proporcionar acessibilidade, tornando-os úteis.
Somente com o princípio da padronização é que bases de dados intra e interinstitucionais serão compatíveis para serem compartilhadas com as melhores práticas de gestão da informação evitando redundâncias, inconsistências ou desatualizações, por exemplo. De maneira contemporânea, a SPU tem buscado associar esta organização de dados e informações à informação geoespacial, a localização geográfica e a gestão territorial.
A seguir alguns exemplos de tratamento da informação na SPU.
Conversão de dados geoespaciais
Por meio de solução Geospatial ETL FME, os dados geográficos digitais em formatos diversos (kml, shp, xls, pdf, cad) vem recebendo tratamento de conversão para Banco de Dados Geoespacial (BDG). Para os fluxos ETL funcionarem bem, foi preciso individualizar e padronizar as entidades espaciais representadas na cartografia, conferir sua integridade geométrica, descrever seus atributos e fornecer um arquivo de saída padrão compatível com a ferramenta de validação topológica do sistema utilizado pela Secretaria.
Até o presente momento foram obtidos resultados como:
- mapeamento das demandas para conversão e automatização dos processos da SPU com intuito de detectar os principais formatos de dados geográficos digitais utilizados e orientar ações;
- levantamento de requisitos definindo escopo e metodologia para tratamento de arquivos no formato CAD, por esses serem mais numerosos;
- especificação técnica para dados geoespaciais do patrimônio público federal (ET-EDGV/SPU), como subsídio para a estruturação de fluxo de processamento de dados geoespaciais;
- fluxo ETL de conversão de arquivos em formato *.kml, existentes no Google Earth, para base de dados única da SPU;
- primeiros fluxos ETL para conversão de CAD para BDG;
- fluxo ETL para automatização da conversão de pontos de coordenadas de Memoriais Descritivos em formato *.txt ou *.pdf para polígono georreferenciado.
Apresentação no evento ENFISC 2017: solução utilizando o software FME para obter, agregar e qualificar dados geoespaciais úteis gerados por meio de relatórios de fiscalização.
Para conhecer mais sobre o projeto de implementação na SPU do software SpatialETL FME, entrar em contato pelo e-mail: geospu@economia.gov.br.
QualificaCEP
A SPU vem conduzindo um projeto de modernização dos seus sistemas com vistas à melhoria de processos de gestão de imóveis. Dentre esses avanços, destacamos a vinculação da Planta de Valores Genéricos ao Diretório Nacional de Endereçamento (DNE-CORREIOS), com o objetivo de aprimorar o processo de valoração dos imóveis, solucionando a falta de vinculação na estrutura de logradouro/trecho, a vinculação incorreta de imóveis aos logradouros/trecho da planta e existência de logradouros e trechos sem avaliação.
Tais inconsistências podem causar distorções na valoração de imóveis, acarretar distorções à contabilização do patrimônio imobiliário da União no Balanço Geral da União (BGU), prejudicar os procedimentos de destinação e ainda trazer prejuízos à arrecadação patrimonial.
O novo modelo de PVG da SPU a vinculará ao DNE-CORREIOS, sendo assim, os endereçamentos dos imóveis da União deverão estar vinculados e validados na tabela de logradouros dos Correios.
Desta forma, com o intuito de validar a qualidade das informações registradas no sistema SIAPA, em 2013/2014 foi assinado um Termo de Cooperação Técnica, junto ao Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ), com o objetivo de apresentar um mapeamento das inconsistências cadastrais existentes, suas consequências e indicações para tratamento.
Os métodos utilizados para formulação das características foram os de comparação entre texto. Estas comparações servem para identificar equivalências, distâncias e graus de similaridades entre os registros.
As características variam de acordo com o propósito. Métricas foram calculadas a fim de computar a distância fonética entre os registros do par ordenado, outras foram calculadas a fim de mensurar a distância de edição – modificações necessárias para transformar um texto em um segundo, entre outras métricas.
As métricas utilizadas originárias do Data Matching podem ser divididas em:
- Cálculo de distâncias:
- Metaphone: Algoritmo destinado a comparar foneticamente dois textos. Originalmente não considera vogais, porém foi adaptado à língua portuguesa (PT-BR);
- Distância de Edição (Algoritmo de Damerau-Levenshtein) – Algoritmo executado para cálculo de transformações necessárias (inserção, remoção e substituições) para transmutar um texto em outro. Houve uma adaptação para o Keyboard Distance, que considera a distância entre as teclas do teclado padrão (ABNT/ ABNT2) brasileiro para quantificar os pesos das transformações;
- Similaridade:
- Similaridade de Jaro-Winkler: Métrica usada para cálculo de similaridade. Desenvolvida para ser utilizada em textos de tamanho pequeno, tal como nomes próprios de pessoas;
- Similaridade de Monge-Elkan: Métrica de similaridade capaz de identificar equivalências entre textos e subtextos.
Esse trabalhou resultou em uma relação de endereços dos imóveis e sua sugestão do similar da base do DNE e um percentual de probabilidade de similaridade.
Com isso, a Coordenação de Cadastro e Informação Geoespacial – CGCIG e Coordenação de Tecnologia da Informação – CGTEC, desenvolveram a ferramenta QualificaCEP, que vem auxiliar as Superintendências na qualificação dos endereços apontados pela COPPE com nível de acurácia abaixo do desejado, definido na Unidade Central.
QualificaCep SPU
Esta ferramenta permitiu aos usuários consultarem os imóveis, foco da qualificação, escolherem entre o CEP sugerido pelo processo de comparação de logradouro, ou procurar novo CEP, ou mesmo informar a impossibilidade de se qualificar tal informação, para assim, permitir a Administração Central adotar novas medidas de decisão.
Todos os CEPs qualificados foram inseridos no sistema SIAPA para qualificação do endereço dos imóveis.
Geocodificação de áreas da União
Fruto da parceria com o Exército Brasileiro pelo Programa de Modernização da Gestão do Patrimônio da União (PMG), foi construída ferramenta de geovisualização dos "pontos" dos imóveis cadastrados no SIAPA e SPIUNET. Esta ferramenta hoje compõe o Programa SPU+Geo que disponibiliza a geolocalização de todos os imóveis da União por acesso externo. O trabalho de qualificação da geolocalização vem sendo realizado paulatinamente pela SPU desde 2017 sendo hoje possível publicá-las para a sociedade.
Trata-se de trabalho contínuo até que todas as bases de dados de imóveis da SPU sejam migradas para o SPUnet, sistema unificado em construção na SPU.
Módulo de Geoinformação SPUnet
Conhecer a cartografia cadastral da SPU é um dos maiores desafios da centenária Secretaria. Está em ambiente de produção, desde agosto de 2017 o módulo de Geoinformação do SPUNet contemplando duas ferramentas:
- Catálogo de Geometadados e
- Catálogo de Geoidentificação de Áreas da União.
Trata-se de cadastrar os metadados geospaciais dos produtos cartográficos da SPU e as demarcações de áreas da União (Terrenos de Marinha, Terrenos Marginais de Rios Federais entre ouras). A produção desses dados vem sendo realizada pela Rede SPUGeo nas Unidades Regionais de Geoinformação.
O principal objetivo é padronizar, cadastrar e publicar essas informações assim que seja possível em nível nacional.