Notícias
TRANSFORMAÇÃO DO ESTADO
No Congresso do CLAD, Gestão discute papel dos Estados como protagonistas nas transformações para enfrentar desafios globais
Mesa redonda “Estados do futuro: a reimaginação das capacidades estatais frente aos desafios emergentes do século XXI”. Foto: Gustavo Alcântara
A mesa redonda “Estados do futuro: a reimaginação das capacidades estatais frente aos desafios emergentes do século XXI”, realizada nesta quarta-feira (27), durante a programação do XXIX Congresso Internacional do Centro Latino-Americano de Administração para o Desenvolvimento (CLAD), trouxe um alerta sobre a urgência de os Estados se posicionarem como protagonistas das transformações necessárias para o enfrentamento dos desafios globais.
Francisco Gaetani, secretário extraordinário para a Transformação do Estado no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), defendeu a necessidade de um novo olhar que posicione o Estado como agente central na promoção do desenvolvimento. “As crises do mundo atual são múltiplas, se interseccionam e se retroalimentam. Precisamos ser um estado flexível e adaptativo, que seja capaz de desconstruir e reconstruir. Repensar e transformar a forma de atuar se coloca como uma necessidade global urgente”,, destacou Gaetani, que é doutor em Administração Pública pela Escola de Economia e Ciência Política de Londres,.
Já Adauto Modesto, secretário-executivo adjunto do MGI, acrescentou que, para além dos grandes desafios globais, existem crises de representação e participação dos estados que são limitantes estruturais ainda mais profundos. “Ficou claro que toda a arquitetura financeira montada pós segunda guerra mundial, ditadas pelo FMI e pelo Banco Mundial, não é mais suficiente para dar conta desses grandes desafios", disse.
Para o secretário, essa falência do modelo econômico, junto às tensões que vivemos hoje, geram a percepção de que, dificilmente, vamos atingir os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pelas Nações Unidas. Portando, Modesto considera que um dos caminhos para esse novo Estado está na construção de uma nova arquitetura financeira internacional que viabilize o fomento de políticas econômicas que propiciem a redução de desigualdades.
Michele Fernández, professora PhD em Ciência Política da Universidade Brasília (UnB), reforçou também a importância dos sistemas de proteção social para a garantia dos direitos humanos. “Vamos viver o século das crises, sejam energéticas, climáticas, sanitárias, humanitárias. São questões que desenham o cenário atual e é com base nisso que o estado vai precisar encarar o futuro. Precisamos pensar em como desenhar um novo estado que efetivamente enfrente tais questões”, finalizou.
O congresso é promovido pelo CLAD em parceria com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), na sede da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em Brasília.
Acesso as fotos: https://www.flickr.com/photos/gestaogovbr/albums/72177720322219826/