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MGI inicia capacitação de conselheiros de estatais com aula magna de Nelson Barbosa
Aula magna inicia capacitação de conselheiros de estatais. Foto: Adalberto Marques
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) iniciou, nesta quinta-feira (21/11), um ciclo de capacitações voltado a conselheiros de administração das empresas estatais federais. A aula magna, realizada no Salão Nobre da sede do MGI, foi ministrada pelo professor, economista e ex-ministro do Planejamento e Orçamento, Nelson Barbosa. O evento reuniu lideranças de estatais e contou com a presença da ministra Esther Dweck e da presidenta da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), Betânia Lemos.
Na abertura, a ministra Esther Dweck ressaltou a importância do ciclo de treinamentos para a valorização das empresas públicas e destacou o papel estratégico das estatais, que, em 2023, foram responsáveis por 5,8% do PIB e geraram R$ 222 bilhões em tributos. Com lucro líquido próximo a R$ 200 bilhões, essas empresas também empregam cerca de 436 mil pessoas, reforçando sua relevância econômica e social.
“O curso que tem esse papel muito importante de qualificar as pessoas para atuar no conselho de administração de uma empresa pública. O fato delas serem empresas públicas tem um diferencial. A capacitação também tem esse olhar do que é ser uma empresa pública, da sua atuação em setores estratégicos, em áreas onde é preciso se voltar também às políticas públicas, e não apenas ter um viés absolutamente corporativo. A nossa ideia é justamente dar esse panorama deste duplo papel de uma empresa pública, qualificando ao máximo os nossos conselheiros” afirmou Dweck. A ministra ressaltou ainda a importância de alinhar as estatais aos objetivos de desenvolvimento sustentável e inclusão social.
Na aula magna, Nelson Barbosa explorou temas como a função das estatais, a lógica de lucro no setor público e o papel dessas empresas nas atuais regras fiscais brasileiras. Segundo ele, as estatais frequentemente lideram investimentos de alto risco, fundamentais para impulsionar cadeias produtivas e abrir caminho para a iniciativa privada.
Barbosa impulsionou uma série de reflexões sobre o propósito das estatais e a necessidade de equilíbrio entre receitas próprias e dependência do Tesouro Nacional. “Por que a estatal existe? Por que ela foi criada? Qual foi o objetivo inicial? Este é o mesmo objetivo até hoje? É preciso ter isso claro: o papel que essa empresa tem, ela está atendendo?”, questionou Barbosa. Para o economista, uma estatal não precisa maximizar lucro como uma empresa privada, mas é essencial que mantenha sustentabilidade financeira e cumpra sua função social e estratégica.
O ex-ministro também destacou a importância de os conselheiros se prepararem para contribuir com debates sobre reformas institucionais, aproveitando o ano de 2025 como oportunidade para propor medidas que combinem autonomia financeira e alinhamento fiscal.
O encontro marcou o início de uma série de treinamentos planejados para 2025. Ao todo, serão oito cursos, compondo uma trilha de aprendizagem, com foco na qualificação de dirigentes e conselheiros para enfrentar desafios de governança e alinhar as estatais aos objetivos estratégicos do governo federal, e foi organizado pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST/MGI), em parceria com a Enap.
O evento inaugural foi encerrado com um convite aos participantes para se engajarem nas próximas etapas do programa, que promete não apenas capacitar lideranças, mas também fomentar uma visão estratégica que alinhe o papel das estatais com os objetivos nacionais de desenvolvimento sustentável e inclusão social.