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Cinco empresas estatais apresentam documento com propostas para contribuir com o G20 Social e diminuir as desigualdades no Brasil
Representantes da Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica, BNDES e Itaipu Binacional entregaram à ministra Esther Dweck e ao ministro Alexandre Padilha documento com propostas para o G20. Foto: Jhonathan Braga/Ascom MGI
A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, e o ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), receberam, nesta sexta-feira (15/11), durante o G20 Social, documento elaborado por cinco empresas estatais – Petrobras, BNDES, Itaipu Binacional, Caixa Econômica e Banco do Brasil – com propostas para diminuir as desigualdades no Brasil. O documento foi entregue em mãos pela diretora executiva de Assuntos Corporativos da Petrobras, Clarice Copetti; diretora do BNDES, Maria Fernanda; diretor-geral de Itaipu, Enio Verri; presidente da Caixa, Carlos Vieira; e pela presidenta do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.
O documento reúne propostas para os chefes de estado que compõem o G20. As empresas apresentam 32 contribuições relacionadas à transição energética, à reforma da governança global e ao combate à pobreza e à fome, dentre outras. O documento fará parte da Declaração do G20 Social, que será entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no encerramento do fórum, paralelo ao G20, neste sábado. Os eventos do G20 são uma iniciativa do governo brasileiro e correalizados pela Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI).
A ministra Esther Dweck lembrou o papel das empresas estatais, não apenas das cinco que assinam o documento, mas das 44 estatais federais. “Elas são patrimônio do país, não do governo, e devem ser motivo de orgulho para a população brasileira. Elas são formuladoras de políticas públicas”, defendeu a ministra. Ela lembrou que o BNDES é o maior financiador da indústria brasileira, o Banco do Brasil, da agricultura, e a Caixa, da habitação. “Sem esses bancos não teríamos o desenvolvimento que temos no Brasil”, enfatizou.
A mesma defesa foi feita pelo ministro Padilha ao lembrar que as empresas estatais são fundamentais para garantir um mundo com um desenvolvimento ambientalmente sustentável e socialmente inclusivo. Ele listou o papel da Petrobras na transição enérgica, o compromisso de Itaipu com as comunidades do seu entorno, e o papel dos bancos públicos na transferência de renda das famílias, e na transição energética do país, relacionando seus trabalhos aos eixos definidos pelo Brasil para sua presidência no G20: combate à fome e desigualdades, sustentabilidade e reforma da governança global.
A ministra da Gestão também pontuou seu estranhamento com as notícias veiculadas pela imprensa que criticaram o apoio das empresas estatais ao G20 Social. “Estranho é uma empresa não querer associar sua marca a um evento tão inclusivo”, disse.
Jorge Santana, coordenador do G20 social, lembrou que as estatais não se limitaram a uma contribuição para viabilizar o evento, mas debateram os temas do G20 e entregaram suas contribuições, e esse texto será anexado ao documento síntese, que amanhã será entregue ao presidente Lula.
Já Rodrigo Rossi, da OIE, lembrou que a presidência do Brasil no G20 incorporou uma nova lógica de desenvolvimento, sustentável e inclusão social. “Combate à fome e pobreza, justiça social não pode ser feita sem ouvir quem é afetado pela política pública”, disse ele.
Objetivos do documento
O objetivo das cinco empresas líderes de setores estratégicos no Brasil é contribuir para o cumprimento efetivo da agenda global de desenvolvimento sustentável. Com uma atuação conjunta e coordenada, o grupo quer ajudar a promover uma economia regenerativa e equitativa e que impacte positivamente a população, as cidades e cadeias produtivas brasileiras para uma economia de baixo carbono. Como contribuição, as estatais se comprometem a estabelecer parcerias e relações com empresas socialmente e ambientalmente responsáveis.
A diretora executiva de Assuntos Corporativos da Petrobras, Clarice Copetti, lembrou que as cinco grandes estatais têm “um papel estruturante no nosso país”, reforçando que elas lideram as políticas públicas nos segmentos que atuam. “O documento traz 32 propostas e o comprometimento das estatais na implementação delas junto com o governo, explicou a dirigente da Petrobras. “Nessa mesa, o compromisso é combater a fome e tornar o Brasil um país mais justo e mais igualitário”.
Já Maria Fernanda, diretora do BNDES, ressaltou o compromisso dos bancos públicos e das empresas com a agenda do governo, incluindo a aliança global contra a fome e a pobreza, o compromisso com transição energética e a reforma da governança global. “E é importante reafirmar esse compromisso aqui junto com essas 30 mil pessoas reunidas no G20 social”, disse ela, enquanto sua voz era abafada pelas manifestações sociais ao redor do evento.
O diretor-geral de Itaipu, Enio Verri, reforçou que “esse documento é a cara do governo Lula. Saímos de um G20 que reunia apenas a pauta da economia para um G20 que não separa economia, o social e o ambiental; e não dá para separar”. Ele acrescentou que o “Estado se faz extremamente importante para reduzir as desigualdades”, e ponderou que as estatais têm papel fundamental nessa tarefa.
O presidente da Caixa, Carlos Vieira, também defendeu o papel central das empresas públicas para o desenvolvimento do país. “As estatais estão ao lado das outras instituições demonstrando a força para ajudar o Brasil a mitigar os problemas que o país enfrenta”.
O documento das estatais reafirma, ainda, a meta conjunta de impactar positivamente a sociedade brasileira, contribuindo, nos limites de suas atuações, para a ampliação do acesso da população às políticas públicas e para a superação da pobreza e das desigualdades. A importância da troca de conhecimento entre países que enfrentam desafios similares e compartilham da mesma realidade geográfica e climática também é reforçada na carta, assim como as discussões para a justiça climática e a diversidade de povos.
A presidenta do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, afirmou que o Brasil está entre as dez maiores economias do mundo e que precisa fazer valer essa posição na economia mundial. “Os olhos do mundo estão voltados para nós. Acontecer o G20 social é brilhante, é uma oportunidade de dizer ao mundo como fazemos; o jeito diferente de funcionar. Depende de nós nos posicionarmos como um dos países que alimenta um bilhão de pessoas no planeta. Não faz sentido termos brasileiros passando fome. Nossa missão conjunta é combater a desigualdade, evitar mais transformações climáticas e garantir uma transição justa e reformada da governança global”, reforçou.