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TRANSFORMAÇÃO DO ESTADO
“Projeto não é de redução, mas de Transformação do Estado”, diz ministra da Gestão
Ministra Esther Dweck participou, de maneira remota, do seminário “O Setor Público em Transformação”, realizado em São Paulo. Foto: Kelly Fersan.
Nesta segunda-feira (11/11), a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, e o secretário de Gestão e Inovação, Roberto Pojo, participaram do seminário "O Setor Público em Transformação", que aconteceu no auditório do jornal, em São Paulo, com transmissão pelo Youtube. Dividido em duas mesas, o evento discutiu democracia e diversidade no serviço público, com temas como a lei de cotas e liderança feminina, e na sequência o tema de debate foi o futuro da gestão pública.
A ministra fez a abertura do evento e reforçou o compromisso do governo federal com a construção de um Estado capaz de enfrentar os grandes desafios climáticos, de inclusão social e de crescimento econômico e sustentável. “Nosso foco tem sido o como fazer isso”, ressaltou Esther Dweck. Os debates contaram também com representantes do governo, da academia, de sindicatos e do terceiro setor.
Participando de maneira remota, a ministra Esther Dweck apresentou um balanço da atuação do MGI. “Desde o início optamos por um termo chamado Transformação do Estado. O Estado tem que se adaptar constantemente às novas demandas e necessidades da população e pensar de forma contínua em como melhorar a capacidade de prestar serviço à população. O Estado precisa estar em constante transformação e com foco em um projeto que seja verde, inclusivo e, sem dúvida, digital”, disse.
Em contraponto a propostas de reforma administrativa que defendem a redução do Estado, Esther Dweck explicou que o projeto que está sendo colocado em prática desde 1° de janeiro de 2023, visa aumentar a capacidade do Estado de entregar melhores políticas públicas à população. E acrescentou que esse trabalho de transformação do Estado tem três dimensões: pessoas, digital e organizações.
A ministra Esther Dweck apresentou pautas importantes do MGI para a modernização do Estado, como a volta dos processos de negociação específicas para cada carreira no setor público, a capacidade de interoperabilidade de dados e o trabalho para reforçar a infraestrutura nacional de dados e a integração interfederativa. “O Brasil inteiro tem que caminhar na mesma direção e por isso trabalhamos na Estratégia Nacional de Governo Digital para uma plataforma cada vez mais integrada para o cidadão naquilo que ele precisa, para direcionar políticas a cada cidadão de acordo com sua necessidade”. Esther também reforçou a Carteira Nacional de Identidade como uma ferramenta de cidadania para melhorar o acesso aos serviços públicos. “Queremos acelerar o processo de emissão da CIN para que em até 2026 todos os estados já estejam 100% com a nova CIN”, concluiu.
Na sequência da participação da mesa, uma mesa de debates reuniu a secretária nacional do Ministério da Igualdade Racial (MIR), Márcia Lima; o presidente da Fundação Tide Setubal, Neca Setubal; a vice-presidente de equidade racial da Fundação Lemann, Alessandra Benedito; e com a deputada federal Carol Dartora. A secretária do MIR, Marcia Lima, acrescentou que as políticas voltadas para a representatividade debatidas no âmbito federal devem servir de modelo para a implementação em outros setores da sociedade. “Estamos dedicados a aprimorar a Lei de Cotas, que é um trabalho minucioso e cuidadoso. Queremos que as políticas que estamos desenvolvendo inspirem estados, municípios e também o setor privado, principalmente dentro dos seus quadros de alta gestão”, afirmou.
Estado do futuro
A titular da pasta da Gestão trouxe reflexões sobre o futuro da gestão pública, tema da segunda mesa de debates, abordando a estabilidade dos servidores e os mecanismos de avaliação de desempenho como garantia da integridade da administração pública. “A estabilidade tem três dimensões importantes: uma é a burocracia profissional para atuação do servidor independente da troca de governo. Outro ponto é a integridade dos processos, e por fim, a certeza de fazer denúncias sem risco de perseguição política. É importante que o servidor não carregue em sua contratação o viés ideológico”, afirmou.
Dweck ressaltou que é preciso trabalhar em um processo de avaliação de desempenho, ter a capacidade de se fazer uma boa avaliação na gestão do desempenho do servidor e um processo de formação continuada. “A atuação muda conforme a demanda da sociedade, por isso estamos investindo em um curso de formação a todos os servidores que entrarem e esse curso será disponibilizado a todos os servidores que nunca tiveram essa oportunidade”, destacou, falando dos servidores que serão incorporados a partir do Concurso Público Nacional Unificado (CNPU).
Para o secretário Roberto Pojo, a próxima turma de servidores exigirá do governo o reforço do propósito do serviço público e o desafio de inovar mantendo a expectativa do cidadão de que ele terá acesso aos serviços públicos. O Estado é o principal provedor de serviços públicos e enquanto provedor tem o dever de atender a expectativa média da população brasileira.
“Nos acostumamos a olhar para a burocracia pelo ponto de vista disfuncional e não sobre a sua essência, que é a previsibilidade ao acesso aos serviços públicos. Perante esse desafio temos que pensar em transformar o serviço público. A transformação do Estado não será feita por um pacote, por uma PEC ou uma ação, ela é feita diariamente, aos poucos e de maneira resiliente a partir da estabilidade que se tem para que ela seja feita”, reforçou.
A segunda mesa contou também com a pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Vera Monteiro, do deputado federal Duarte Júnior e de Elizabeth Hernandes, presidente da Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental (Anesp).
Assista na íntegra o seminário "O Setor Público em Transformação". [link: https://www.youtube.com/live/1TKU_wC5eiI?si=pLFTL2gn5sQdG8Jp ]