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PATRIMÔNIO DA UNIÃO
Realocação da usina de dessanilização de Fortaleza demonstra importância da gestão federal dos terrenos de marinha para a infraestrutura do país
Em acordo com o Governo Federal, o governador do Estado do Ceará, Elmano de Freitas, anunciou, neste mês, a realocação da usina de dessalinização em Fortaleza para um novo local, que não apresenta riscos às infraestruturas de telecomunicações, especificamente aos cabos submarinos de internet ancorados na Praia do Futuro, na capital cearense. A decisão demonstra a importância da gestão federal dos terrenos de marinha para proteger a infraestrutura do país.
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) participou da reunião que debateu as soluções técnicas sobre a construção da usina de dessanilização de Fortaleza/CE e que resultou no anúncio da mudança de local. O debate também contou com a participação de representantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ministérios da Comunicação e da Defesa, Forças Armadas, além do governador e outros representantes do Governo do Estado do Ceará.
A secretária-executiva, Cristina Mori, exaltou a disposição do governo cearense para abrir, desde o início, esse diálogo com o Governo Federal, e destacou o papel do MGI na transformação do Estado brasileiro e na proteção dos terrenos de marinha e de todo o patrimônio público do país em benefício da população. "A criação do Ministério foi feita com o sentido de a gente fortalecer as capacidades estatais para poder responder as demandas complexas da sociedade como esta com responsabilidade, resolutividade, agilidade e resiliência”, destacou.
Outro tema debatido na reunião foi o pedido do Governo do Estado para que a cessão de uso em águas públicas de domínio da União seja de 30 anos, coincidindo com o período de concessão da parceria pública privada já celebrada no estado. Também foi solicitada que a cessão seja não onerosa, o que, segundo ela, é viável, nos termos da legislação patrimonial.
Entenda
O pedido do governo do Estado do Ceará para construção da Usina de Dessalinização na Praia do Futuro gerou uma série de preocupações dos órgãos competentes - Ministério das Comunicações, Anatel e MGI, com relação ao local prévio definido, na Praia do Futuro, por se tratar de uma área com cabos subterrâneos, e que poderiam ser afetados e interromper o funcionamento da internet no Brasil.
No Ministério da Gestão, a demanda envolve cessão de uso em águas públicas de domínio da União, nos termos da legislação patrimonial, que é de responsabilidade da Superintendência do Patrimônio da União. Nesse contexto, o MGI demonstra a importância de o Governo Federal permanecer como gestor dessas áreas, uma vez que a região costeira é estratégica para a infraestrutura e soberania nacional.
As faixas litorâneas são estratégicas para o Brasil, pois concentram ativos de infraestrutura essenciais para o país, com portos públicos e privados, unidades produtivas da indústria de petróleo e gás e de exploração de recursos pesqueiros, usinas de geração de energia, gasodutos e pontos de chegada de cabos submarinos, que garantem a comunicação do Brasil com o mundo.
O atual modelo de gestão dessas áreas, previsto na Constituição Federal, estabelece à União o domínio dos terrenos de Marinha, o que assegura o efetivo controle e equilíbrio na utilização dessas áreas, assegurando que interesses privados não se sobreponham ao interesse público.
A gestão da União sobre as faixas costeiras, por meio da Secretaria do Patrimônio da União do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), permite manter sob equilíbrio demandas sobre o uso econômico de áreas litorâneas, preservação de trechos ecologicamente essenciais, funcionamento de unidades militares, proteção de comunidades tradicionais e preservação da história nacional.