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STATES OF THE FUTURE
Ministra da Gestão abre evento paralelo do G20 que debate "Estados do Futuro"
Esther Dweck destacou a importância de um Estado digital, inclusivo e livre de discriminações. Fotos CDN - Lucas Landau
Teve início na manhã desta segunda-feira (22) no Rio de Janeiro o States of the Future, evento paralelo do G20 que reúne governos, sociedade civil, academia, setor privado e organismos internacionais, para discutir as capacidades do Estado frente aos desafios atuais, compartilhando estratégias e práticas inovadoras para a transformação dos serviços públicos e da governança. Na cerimônia de abertura, a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, compartilhou o palco com Dilma Rousseff, presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento; Michelle Bachelet, ex-presidenta do Chile; Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial e Aloizio Mercadante, Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A participação da ministra reflete o compromisso do Brasil com a promoção de políticas públicas que buscam o equilíbrio entre crescimento econômico, inclusão social e preservação ambiental. “Estão em andamento uma série de medidas econômicas, sociais, ambientais, de desenvolvimento produtivo e tecnológico e de promoção de direitos. Cabe ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, que tenho a honra de conduzir, apoiar as capacidades estatais necessárias para essas políticas”, afirmou a ministra.
Para a ministra, o MGI tem diversas experiências a compartilhar sobre fortalecimento de instrumentos para gestão pública, incluindo o poder de compra do Estado, a governança das empresas estatais, a destinação adequada de terras do patrimônio público, o governo digital e a gestão do conhecimento e da memória nacional, entre outros temas importantes. “Estamos valorizando a força motriz do Estado brasileiro que é o seu corpo de servidores e servidores. O Estado do futuro que queremos deve ser digital, inclusivo, protegendo direitos e reduzindo desigualdades entre pessoas e entre países, em todas as suas dimensões ser sustentável, feminista, antirracista, anti-homofóbico, anticapacitista e que enfrenta todas as formas de discriminação”, finalizou.
Na abertura, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante enfatizou o papel decisivo estratégico do Brasil no cenário político mundial, afirmando os investimentos do banco público na infraestrutura do país e no desenvolvimento sustentável da população. “O BNDES tem que ser do povo desde a primeira infância até a terceira idade. É papel do Estado cuidar da população desde a primeira infância até a terceira idade para fazer um Brasil mais solidário, mais generoso, mais diverso e mais sustentável”. Na sequência, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) também ressaltou a importância de serviços públicos mais inclusivos e sustentáveis, pensados também para as próximas gerações.
A fala da ministra da igualdade social, Anielle Franco lembrou que a desigualdade social não deve ser vista apenas como um pano de fundo nos discursos de desenvolvimento sustentável. “O Estado do futuro tem que ser o Estado onde ninguém mais esteja passando fome, onde a cor da pele não seja determinante se a pessoa viverá e terá acesso à educação. A luta contra a desigualdade deve ser vista como prioridade de maneira transversal. Enquanto houver racismo ou qualquer tipo de desigualdade, não poderemos falar de desenvolvimento sustentável. Ele só é possível com a eliminação de todas as formas de violência”, ressaltou. Michelle Bachelet, ex-presidenta do Chile, seguiu a linha de discurso de Anielle, ampliando a necessidade de enfrentamento da desigualdade social como um compromisso global.
Por fim, a ex-presidenta do Brasil e do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff trouxe a importância de uma governança adequada das novas tecnologias a serviço do poder público. “As tecnologias avançadas trouxeram novas oportunidades e desafios para a governança. Essas tecnologias apresentam maneiras inéditas de aumentar a eficiência e a transparência, proporcionando aos governos o benefício de agilizar processos administrativos e reduzir custos.”
Coalização global
O States of the Future é um evento internacional do GT de Desenvolvimento do G20 promovido pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI), com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), da Open Society Foundations, da Maranta e da República.org. Até sexta-feira (26), especialistas globais de governos, sociedade civil, academia, setor privado e organismos internacionais debatem os desafios emergentes do século XXI e o papel do Estado na promoção de um modelo de desenvolvimento mais sustentável e socialmente justo.
O objetivo do encontro é articular e compartilhar visões, estratégias e práticas inovadoras para transformar os serviços públicos e a governança, estabelecendo uma plataforma de colaboração internacional, o intercâmbio de conhecimento e a criação de parcerias estratégicas para a construção de um futuro resiliente, inclusivo e sustentável. A programação será aberta ao público até quarta-feira. Na quinta e na sexta-feira acontecem os encontros com organizações da sociedade civil convidadas.
Além da presença da ministra da Gestão, Esther Dweck; do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; da presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff; a programação contará com conferências magnas e painéis em formato de talk-show, com a participação de nomes como António Costa, presidente eleito do Conselho Europeu e ex-primeiro-ministro de Portugal; Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile; Denise Ferreira da Silva, professora da New York University; Mariana Mazzucato, diretora fundadora do Instituto para Inovação e Propósito Público da University College London (IIPP/UCL); Ailton Krenak, liderança indígena e imortal da Academia Brasileira de Letras; Dilma Rou e Ha-Joon Chang, professor da School of Oriental and African Studies da Universidade de Londres e autor de best-sellers como “Chutando a escada”.