Notícias
AMÉRICA ABERTA
No América Aberta, Gestão destaca como narrativas estratégicas podem transformar decisões corporativas
Marcelo Lima, especialista do LA-BORA!gov, durante sua palestra sobre storytelling no evento internacional América Aberta. Foto: Albino Oliveira
O uso do storytelling - a arte de contar histórias baseadas em dados - foi o tema central da palestra apresentada por Marcelo Ivo Silva de Lima e Jairo Ribeiro de Lima Júnior, integrantes do time LA-BORA!gov do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), ocorrida nesta quinta-feira (5/12), durante o evento internacional América Aberta, em Brasília. Os especialistas abordaram a importância das narrativas estruturadas na tomada de decisões, destacando os riscos associados a histórias mal elaboradas ou à ausência de uma narrativa clara. A apresentação incluiu estratégias práticas para aprimorar o uso de dados no storytelling e tornar as narrativas mais eficazes e impactantes.
Marcelo explicou como a arte de contar histórias vai além de um simples recurso criativo. Para ele, storytelling é a habilidade de criar narrativas de forma estruturada e envolvente, combinando palavras, imagens e sons para cativar o público. “O objetivo é claro: transmitir uma mensagem de maneira que ela se torne inesquecível, criando uma conexão emocional com quem está ouvindo ou assistindo", afirmou.
O especialista destacou o impacto do storytelling no cenário corporativo. "Essa técnica pode simplificar conceitos complexos, tornando-os mais acessíveis e fáceis de lembrar. Além disso, ela desenvolve uma empatia genuína, estabelecendo uma conexão emocional com o público-alvo", disse. Marcelo também considera o storytelling uma forma de humanizar as marcas, pois a técnica permite mostrar que, por trás dos produtos ou serviços, há pessoas reais, com histórias e emoções, o que cria uma identificação mais profunda. “A narrativa cria um vínculo emocional que vai além da transação comercial", complementou.
Jairo Ribeiro também abordou a importância de criar uma conexão emocional e de ser fiel à identidade da marca durante a construção da narrativa, ressaltando que a eficácia do storytelling na tomada de decisão depende de seu caráter informativo e inspirador, equilibrando razão e emoção. "Os dados podem tornar a história mais precisa e relevante, mas são as emoções que realmente criam o impacto. E é essencial que qualquer história contada esteja alinhada com os valores e a missão da empresa. Um storytelling eficaz deve refletir quem você é, e não apenas o que você vende", concluiu, deixando claro que o storytelling deve ser um reflexo genuíno da organização.
Eficácia da narrativa
Para que uma narrativa seja eficaz e gere impacto, é preciso seguir algumas diretrizes. De acordo com Marcelo. É fundamental que a história tenha elementos específicos, como personagens, um ambiente bem definido, um conflito e uma mensagem clara. "O storytelling vai muito além da simples contação de histórias. É uma ferramenta poderosa na comunicação, principalmente quando se trata da tomada de decisões. Quando uma narrativa é bem construída, ela tem o poder de influenciar diretamente o comportamento e a percepção de quem a escuta, tornando as decisões mais assertivas e alinhadas com os objetivos organizacionais", afirmou. Ele ressaltou também os riscos de um storytelling mal desenvolvido. "Uma história mal contada, ou até mesmo a falta de uma narrativa estruturada, pode prejudicar uma decisão crucial. Isso pode levar a falhas de entendimento, confusão ou até mesmo a falta de engajamento por parte do público", completou.
Com sua vasta experiência na área de comunicação corporativa, Jairo foi ainda mais enfático ao discutir os riscos associados a um storytelling mal executado. "Quando uma organização não consegue contar sua história de forma clara, coerente e envolvente, ela corre o risco de perder a confiança de seus stakeholders. E isso não afeta apenas a comunicação interna, mas também pode prejudicar a imagem da marca no mercado. Um storytelling fraco resulta em decisões fracas", afirmou Jairo.
Storytelling na prática
Ao explicar as maneiras de aprimorar o storytelling, os palestrantes se concentraram na utilização de dados e abordagens práticas para garantir que as histórias sejam realmente impactantes. "Não basta apenas contar uma boa história. O storytelling eficaz precisa ser baseado em dados concretos. Quando você inclui dados relevantes, consegue construir uma narrativa mais convincente e que ressoe com as necessidades reais do seu público", disse Marcelo, destacando o valor das informações tangíveis ao construir uma história persuasiva.
Após fazer uma dinâmica de discussão em grupo para avaliação de um contexto de análise de dados, Jairo detalhou estratégias específicas para aprimorar a narrativa. "Primeiramente, é importante conhecer profundamente o seu público: saber o que eles querem ouvir e como eles preferem receber a mensagem. Isso envolve, sim, entender dados demográficos, mas também estar atento às emoções que você deseja evocar. Além disso, um storytelling eficaz deve seguir uma estrutura clara: introdução, desenvolvimento e conclusão, com um conflito bem resolvido no final, sempre alinhado aos valores e objetivos da organização", sintetizou.
Ambos os palestrantes sugeriram a utilização de ferramentas tecnológicas para coletar dados que alimentem as narrativas. "Plataformas de análise de dados, feedbacks de clientes e pesquisas internas podem fornecer insights valiosos que, quando bem aplicados, tornam o storytelling mais autêntico e poderoso", concluiu Jairo.
América Aberta
O América Aberta, que acontece de 3 a 6 de dezembro, em Brasília, reúne especialistas nacionais e internacionais para discutir transparência, governo aberto, dados públicos e jornalismo de dados. Os debates e atividades práticas reforçam o compromisso do MGI com a democratização do acesso à informação e a promoção de práticas que tornam a gestão pública mais eficiente e inclusiva.