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TRASNFORMAÇÃO DO ESTADO
Ministra em exercício da Gestão reforça papel do Estado no desenvolvimento científico
Cristina Mori participou de debate, nesta quinta-feira (1/8), na 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação
O Estado tem papel primordial no desafio de promover o desenvolvimento científico tecnológico do Brasil, aliado aos compromissos de promover o crescimento sustentável e de combater as desigualdades, apontou nesta quinta-feira (1º/8) a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos em exercício, Cristina Mori. Ao participar de painel integrante da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5ª CNCTI), ela ressaltou o recente esforço de governo focando na recuperação, expansão e consolidação do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia; no apoio à inovação e à reindustrialização, com novas bases, contando com programas e projetos estratégicos nacionais de ciência, tecnologia e inovação voltados para o desenvolvimento social, entre outras ações.
“Estamos diante de uma tarefa dupla. Primeiro, temos de reconstruir um Estado que foi destruído nos últimos anos, e a área de ciência e tecnologia foi uma das mais atacadas. Mas também precisamos transformar esse Estado, torná-lo não apenas mais resiliente, para que esses ataques possam ser cada vez menos danosos às nossas políticas públicas e para o desenvolvimento estratégico do país, mas para que também tenhamos um Estado mais responsivo, capaz de atender melhor a nossa sociedade”, afirmou a ministra em exercício, em painel que discutiu o tema “O Estado necessário ao desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil”.
Ao alertar que ciência e tecnologia são essenciais para a superação dos desafios do país, Cristina Mori listou uma série de iniciativas postas em curso desde o início de 2023, com o Programa Nova Indústria Brasil (NIB); o projeto de criação da Nuvem Soberana; o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) e o da Infraestrutura Nacional de Dados. Ela destacou, ainda, a Estratégia Nacional de Governo Digital (ENGD), ação realizada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), em articulação com os estados e municípios.
Cristina Mori refutou os preceitos do “Estado mínimo” e destacou que as principais economias do mundo mantêm fortes investimentos e políticas de estímulo para a área de ciência e tecnologia. “É uma falácia. Nas potências mundiais, o Estado sempre esteve super ligado ao desenvolvimento econômico e social”, afirmou, ao citar como exemplo o expressivo apoio dos Estados Unidos à indústria militar e às big techs. “Tem muita participação do Estado ali, no lugar que consideram ser o país mais liberal do mundo”, completou. Diante desse cenário, a ministra em exercício defendeu que as compras governamentais brasileiras têm capacidade de estimular as políticas e estratégias internas de fortalecimento em ciência e tecnologia, enquanto instrumento indutor de desenvolvimento.
Combate às desigualdades
O reforço do apoio brasileiro à ciência e tecnologia é essencial para combater as desigualdades históricas, construir capacidades nacionais rapidamente, apontou a ministra em exercício. “Estamos falando de um Estado que precisa responder à transformação ecológica, à transformação digital; e fazer tudo isso em processos inclusivos, que não deixem as pessoas para trás”, indicou. Cristina lembrou, ainda, dos desafios trazidos pelas mudanças climáticas. “Que impactam mais aqueles que têm menos renda, quem já é excluído e já está na margem. Não podemos deixar que aconteça como aconteceu nas revoluções tecnológicas anteriores, sempre nesse sentido de deixar as pessoas mais frágeis para trás”, reforçou.
Diante dos desafios de inclusão, Cristina Mori defendeu também o reforço da participação dos povos indígenas, povos tradicionais e comunidades periféricas, com seus saberes e riquezas. “São importantes para compreendermos a nossa realidade, o nosso contexto. Tenho certeza que o conhecimento indígena vai nos ajudar a fazer a transição ecológica”, afirmou. “E também precisamos fazer que todo esse processo de transformação aconteça nos territórios, na ponta. É lá que, de fato, acontece a vida. É onde as pessoas vivem, sofrem os seus problemas e onde elas precisam ter os seus direitos garantidos”, disse. A internalização de tamanha diversidade, apontou, está presente no sistema de cotas no acesso ao serviço público e nos objetivos do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), construído com a premissa de construir um quadro estatal “com a cara do Brasil”.
Sobre a Conferência
A 5ª CNCTI é uma realização do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com atividades nos dias 30 e 31 de julho e 1º de agosto, em Brasília. Esse espaço foi estabelecido para proporcionar o diálogo entre diferentes atores da sociedade para refletir sobre o papel da CT&I no país e seu rumo nos próximos anos.
Confira as falas da ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos em exercício, Cristina Kiomi Mori no painel “O Estado é Necessário ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Brasil”, integrante da programação da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5ª CNCTI).