Notícias
GOVERNANÇA PÚBLICA
Ataques cibernéticos são temas de pauta em debates no 47º encontro da Rede GIRC
A Rede GIRC reuniu especialistas para discutir os riscos cibernéticos e a estrutura de prevenção e controle no setor público. (Crédito: André Corrêa)
Completando sete anos em 2024, a Rede GIRC - Governança, Integridade, Riscos e Controles Internos - realizou sua 47ª edição no último dia 16/4. Especialistas debateram sobre riscos cibernéticos e estrutura de prevenção e controle no setor público. A Rede GIRC é colaborativa, aberta, e foi instituída em 29 agosto de 2017, para disseminar boas práticas e promover debates sobre os temas de Governança, Integridade, Gestão de Riscos e Controles Internos no Setor Público.
Durante o evento, o diretor de Privacidade e Segurança da Informação do MGI, Leonardo Ferreira, explicou que 80% da população brasileira já acessa os mais de 200 servidos digitais disponibilizados via plataforma Gov.BR. Segundo ele, a expectativa do governo é de aumentar a maturidade e a resiliência cibernética. Dessa forma, mesmo passando por alguma situação de ataque, será possível retomar as atividades do sistema rapidamente.
“Temos que saber comunicar com a população geral sobre os problemas de segurança, e, inclusive, ensinar e educar digitalmente. Criamos um programa com cinco frentes: governança, metodologia, maturidade, tecnologia e pessoas, a fim de conduzir as políticas públicas de privacidade da informação com excelência. Já temos um conjunto de órgãos que, a cada seis meses, faz a implementação de uma atualização de controle e segurança”, destacou Ferreira.
A gerente-executiva da Diretoria de Controle Interno e Compliance do Banco do Brasil, Fernanda Figueiroa, disse que o debate sobre integridade, compliance e gestão de riscos tem sido frequente e atual, principalmente porque o Brasil representa 47% dos ataques cibernéticos da América Latina, mostrando que o país é bastante exposto a riscos.
“As pessoas têm ficado mais atentas aos golpes no ambiente virtual. A pandemia acelerou o modelo digital em vários âmbitos da vida cotidiana. As pessoas precisaram crescer no ambiente digital, inclusive para executar seu trabalho. Quando falamos de vendas em marketplace e em ecossistema aberto, por exemplo, isso se torna mais desafiador”, ressaltou Fernanda.
Segurança cibernética
O chefe do Departamento de Tecnologia da Informação do Banco Central do Brasil, Haroldo Jayme Cruz, explicou que a questão da segurança cibernética é uma preocupação, seja no setor privado ou público, e, no caso do Banco, o cuidado é redobrado, pois o órgão lida com dados sigilosos e com transações financeiras.
“No nosso dia a dia, buscamos ter a melhor proteção possível, e temos um bom histórico de controle a tentativas de ataques no Banco Central. Agora, com a Inteligência Artificial, estamos buscando conhecimento para ter um certo cuidado com golpes nesse nível. Todo setor de tecnologia depende de parceiros que se preocupem com a segurança, para que possamos ter parceiras de confiança”, pontuou Haroldo Jayme Cruz.
De acordo com o gerente-geral da Unidade de Segurança Digital e da Informação do Banco do Brasil, Marcelo Ferreira, o risco cibernético é uma realidade e um dos itens de maior preocupação entre as grandes empresas. Ele citou que pesquisas mostram que o setor público é o segundo alvo mais atacado no Brasil, e o país é o quarto no mundo que mais sofre ataques de capturas e bloqueios de ativos, chamados de ransomwares.
“Quando falamos em cibersegurança, é necessário investimento para atingirmos um padrão confiável. Em 2019, trouxemos uma consultoria que fez uma ampla avaliação de nossa tecnologia e ativos e, a partir daí, estabelecemos um modelo de maturidade com ações que lidam com esse tema. Criamos, no Banco do Brasil, uma Unidade de Segurança Digital da Informação focada em prevenção à fraude, proporcionando mais segurança para nossos clientes”, finalizou.
Sobre a Rede GIRC
A Rede GIRC é formada por um grupo de profissionais que se congrega de forma voluntária, a partir da convergência da atuação com compliance, riscos, integridade e controle. Ainda, os curadores da rede têm a responsabilidade de pensar e se atentar para propor temas relevantes para os debates promovidos.
O grupo conta com representantes de importantes órgãos e entidades do setor público, com curadoria formada por Ana Vitória Piaggio, chefe da Assessoria Especial de Controle Interno do Ministério da Cultura, Fabiana Lima, chefe da Assessoria Especial de Controle Interno do Ministério das Cidades, Francisco Bessa, chefe da Assessoria Especial de Controle Interno do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Patricia Alvares, chefe da Assessoria Especial de Controle Interno do Ministério do Planejamento e Orçamento e Ronaldo Alves, chefe da Assessoria Especial de Controle Interno do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Publicação
Até outubro, a Rede, em parceria com a União Nacional dos Auditores do Ministério da Educação (Unamec) e com o Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle (Unacon Sindical) , deve lançar um livro que trata de riscos à integridade. A vocação da Rede é, também, disponibilizar conteúdo com qualidade e de forma gratuita em prol do setor público.
Nesta 47ª edição, o encontro contou com a organização de representantes do Banco do Brasil, em parceria com a curadoria da Rede, além da disponibilização de espaço físico para a efetivação do encontro. A 48ª edição do evento está prevista para acontecer em junho deste ano.