Semana Dados BR destaca uso de inteligência artificial para agilizar serviços públicos digitais

A programação do segundo dia da "Semana Dados BR", nesta quarta-feira (27/09), promoveu palestras sobre Infraestruturas Públicas Digitais e o uso do GPT4 na Administração Pública. O encontro reuniu, entre outros participantes, os especialistas David Eaves, professor Associado de Governo Digital e Co-Diretor Adjunto do Instituto para Inovação e Fins Públicos da University College London, e Eduardo Watanabe, advogado da União no Departamento de Transformação Digital e Inovação da Advocacia-Geral da União.

O americano David Eaves trouxe em sua palestra questões que mostraram como a tecnologia pode melhorar a confiança e a transparência de um governo, ao mesmo tempo que entrega serviços mais eficientes e de excelência. Com a pandemia, de acordo com Eaves, os governos criaram meios para que a população pudesse ter acesso aos serviços públicos de forma virtual, contribuindo para a explosão de infraestrutura digital. Ele considerou, no entanto, as discussões atuais sobre como utilizar essa tecnologia de forma efetiva.

 O professor explicou que somando o gasto de todos os governos do mundo em tecnologia, o resultado fica próximo de US$ 700 bilhões. Desse total, US$ 81 bilhões são para serviços públicos digitais no hemisfério sul, valor muito menor. Segundo ele, percebeu-se em vários desses governos um modelo de transformação digital a ser seguido, de forma sustentável e eficiente.

Segundo o professor, todos os governos armazenam informações em bancos de dados, no entanto, nem sempre os formatos são eficientes. Por exemplo, quando órgãos utilizam formulários distintos para coletar as mesmas informações, geram trabalho duplicado e, ainda, prejudicam a experiência do cidadão para a compreensão no momento da busca por um serviço público.

Para David, a solução para esse problema é o intercâmbio de dados, oferecendo qualidade na oferta de serviços para o cidadão.“Acredito que a infraestrutura pública digital é essencial para a sociedade. É importante que as pessoas vejam que o estado está preocupado em contribuir para que os serviços, antes feitos de forma analógica, agora podem ser feitos no ambiente virtual, facilitando a vida do cidadão em operações como transações bancárias", ressaltou.

Inovação na AGU

Eduardo Watanabe falou sobre projeto da AGU, nomeado de Assistente de Inteligência Artificial (IA), baseado na tecnologia GPT-4, com capacidade de executar uma série de atividades, como triagem e classificação de processos administrativos, consultivos e judiciais.

 A partir da base de conhecimentos produzidos pela própria AGU, a tecnologia é capaz, por exemplo, de dar suporte aos membros da instituição na análise de documentos e dados; e na identificação de elementos chave de processos judiciais, podendo, inclusive, sugerir textos jurídicos e indicar legislações relevantes, modelos de teses judiciais e jurisprudências.

O Assistente IA foi desenvolvido e aprimorado em março de 2023. Diversos aspectos foram adotados para garantir a segurança de dados e a privacidade dos usuários. O assistente trabalha a partir da base de conhecimento da própria AGU, que está cadastrada no Sapiens, gerenciador eletrônico de documentos do órgão.

“Trouxemos essa ferramenta no sentido de contribuir e facilitar o trabalho dos servidores, membros e estagiários da AGU. Sua atuação é como de um co-piloto, que auxilia e agiliza o trabalho das pessoas. Jamais será um substituto”, defendeu.

 Agenda

Até sexta-feira (29/09), o MGI e a CGU reúnem especialistas nacionais e internacionais para discutir temas como Dados Abertos, Governança de Dados, Gerenciamento e Análise de Dados, Interoperabilidade, e Inteligência Artificial.

Para conferir a programação completa, acesse o seguinte link: https://bit.ly/3PABmVH