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FORMAÇÃO DE LIDERANÇAS
Inovação e curiosidade são essenciais para os gestores das políticas públicas do futuro, aponta MGI
Secretário extraordinário para Transformação do Estado do MGI, Francisco Gaetani, em aula magna na Enap, nesta segunda-feira (25/9)
A escassez de tempo e de capital de coordenação são as principais dificuldades que as novas lideranças da gestão pública federal enfrentam atualmente para responder às demandas da sociedade, apontou nesta segunda-feira (25/9) o secretário extraordinário para Transformação do Estado do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Francisco Gaetani. Diante desse cenário, ele reforçou a importância do papel dos ministros e dos ocupantes de cargos de confiança em desenvolver e colocar em prática habilidades para estimular a estrutura burocrática do Estado na aceleração do ritmo das entregas do governo à população. “A hora é agora; não há mais depois”, é um dos lemas apresentados por Gaetani para pautar o dia a dia das novas lideranças do governo.
“Depois do tempo, talvez coordenação seja a capital mais escasso”, ressaltou Gaetani, ao explicar que são poucas as políticas têm condições de ser concatenadas do ponto de vista dos vários órgãos e níveis de governo, com permanente concentração de esforços. Ele explicou que o centro de governo vive sob permanente pressão de congestionamento da agenda e que, por isso, cabe à equipe de liderança construir tais estruturas de coordenação, horizontal e tacitamente. Por isso é importante colocar em prática competências do futuro, como criatividade, pensamento crítico, liderança e colaboração, inteligência emocional, boa comunicação, adaptação e flexibilidade, entre outras, sinalizou o secretário.
Segundo apontou Gaetani, é preciso agir agora, sem perder tempo, apostando em novas estratégias de atuação e identificando as situações em que é "preciso promover uma reconstrução, construir diferente ou construir algo pela primeira vez, utilizando as melhores alternativas disponíveis". O secretário recomendou que os gestores também olhem para o passado, para evitar a repetição de erros, e olhem “para fora”, mirando, por exemplo, nas experiências de outros países. O objetivo, disse o secretário, é impulsionar uma “fuga para a frente” na resolução dos problemas atuais.
As mensagens de Gaetani foram apresentadas em aula magna da última turma de 2023 do programa Embarcando na Administração Pública (Onboarding), promovido pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em Brasília, com o tema “Construção das Capacidades Estatais”. O curso é voltado a profissionais que estão assumindo um cargo de liderança (cargos de Natureza Especial, CCE 10 a 18, DAS 3, FCE e equivalentes) no Governo Federal este ano.
Competências
A lista de habilidades/competências citada por Gaetani que também precisam ser exercidas e estimuladas na administração pública atual é ampla, exigindo também apostas em novas ideias, multidisciplinaridade, adaptação às novas tecnológicas, investimento em capacitação, espírito de liderança e abertura para novos desafios, entre outras. O secretário de Transformação do Estado do MGI ressaltou que a mudança de abordagem é necessária diante das recentes mudanças registradas na sociedade global e doméstica nos últimos tempos, exigindo respostas adequadas.
Francisco Gaetani destacou também duas competências-chave para os novos tempos, na visão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): insurgência e curiosidade. A insurgência desafia o jeito usual de fazer as coisas, com aposta em parceiros incomuns/diferentes (como o setor privado e Organizações Não Governamentais — ONGs), progredindo conforme as situações mudam. A curiosidade aposta em novas ideias e formas de trabalhar, adaptando abordagens utilizadas em outros lugares e reenquadrando problemas e perspectivas. A ordem, apontou Gaetani, é “abraçar o futuro”.
Cenário
Impulsionado pela pandemia da covid-19, o trabalho remoto é uma realidade irreversível, apontou o secretário, tanto no universo público como privado, com declínio drástico dos “escritórios” como até pouco tempo eram conhecidos. Mas isso não significa queda de produtividade, da importância da liderança e do espírito de equipe, mas uma nova forma de trabalho, que exige esforços e capacidades atualizados para permitir ao poder público atender às exigências deste novo cenário. Gaetani ressaltou que neste novo cenário, grandes problemas de ação coletiva ganham cada vez mais espaço (como educação, saúde, segurança, meio ambiente, entre outros) e exigem respostas adequadas e rápidas. Ele mencionou que “o grande reset proporcionará um novo renascimento e novos mundos”.
Na aula magna da Enap, o secretário para Transformação do Estado, enfim, levantou um amplo debate para reflexão sobre como a gestão de pessoas, as modelagens organizacionais e o governo digital farão parte da agenda de transformação do Estado, com foco na ampliação das capacidades para a entrega de serviços e políticas públicas de qualidade.
Onboarding
O Programa Onboarding na Administração Pública Federal, desenvolvido pela Enap, é uma estratégia de receber, acolher e acelerar a capacidade de atuação das servidoras e servidores sem experiência anterior ou carreira na Administração Pública Federal, que estão sendo nomeados em 2023 para assumir cargos em comissão (a partir do CCE 10). Isso envolve secretários/as executivos/as e adjuntos/as, secretários/as especiais, secretários/as nacionais, diretores/as, assessores/as especiais, chefes de gabinete, gerentes de projetos, coordenadores/as-gerais e equivalentes.
A Enap explica que o termo “Onboarding” é o processo de fazer com que um novo colaborador se sinta parte da organização e garantir que ele tenha as habilidades e os conhecimentos necessários para desempenhar sua função.