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GESTÃO DE PESSOAS
Ministério da Gestão participa de evento sobre a transformação do Estado brasileiro
O secretário de Serviços Compartilhados do MGI, Cilair Abreu (centro), no evento promovido pelo Fonacate, abordou a situação de recriação e criação de ministérios, o que exigiu uma nova forma de pensar o serviço público desde o primeiro dia de trabalho. Foto: MGI.
O Dimensionamento da Força de Trabalho e o compartilhamento de serviços entre os Ministérios foram os assuntos de destaque na participação do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), no terceiro de uma série de quatro encontros com o tema “Nova agenda para a reforma administrativa”, que está sendo promovida pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate).
Durante o evento que debateu o “Planejamento e dimensionamento da força de trabalho”, na terça-feira (17), em Brasília, o secretário de Serviços Compartilhados do MGI, Cilair Abreu, abordou a situação de recriação e criação de ministérios no governo atual, o que exigiu uma nova forma de pensar o serviço público desde o primeiro dia de trabalho. “O compartilhamento de serviços nasceu ainda no trabalho da equipe de transição de governo. A distribuição das pessoas nunca acompanha a necessidade. Então, é preciso pensar na otimização da força de trabalho existente considerando todos os problemas como, por exemplo, as pessoas estão envelhecendo, se aposentando, as áreas de suporte exigem uma atuação mínima de dois anos para que o servidor esteja preparado para realizar as funções e a realidade dos concursos não dá conta da necessidade”, explicou.
Para o secretário, é preciso olhar para a força de trabalho de forma qualitativa e quantitativa pois as pessoas que “carregam a Administração Pública Federal” são as que percebem a pior remuneração do Executivo. E uma liderança ativa tem, para ele, que pensar num ganho que envolva o coletivo. Para isso, segundo Cilair, “temos que ultrapassar barreiras mentais e pensar mais na transformação do Estado brasileiro como um moto contínuo e menos como uma reforma administrativa que pode levar a uma precarização do serviço público”.
Força de Trabalho
O Coordenador do Centro de Pesquisas sobre a Gestão Pessoas no Setor Público Brasileiro, ligado à UnB, Pedro Paulo Murce Menezes, trouxe a experiência do órgão que coordena há seis anos com a metodologia do Dimensionamento da Força de Trabalho (DFT), primeiramente, em 2018, com o ainda Ministério do Planejamento, e depois, em 2019, com o Ministério da Economia. "A parceria com o Governo Federal produziu uma metodologia que alia parâmetros matemáticos a outros indicadores de comportamento da força de trabalho que pode ser usada em larga escala pelo serviço público federal, estadual e municipal e, ainda, pela iniciativa privada”, destacou. O DFT, além de objetivo, permite ainda a customização de soluções, segundo Menezes. Para ele, a metodologia desenvolvida e o próprio software, que é também produto da parceria do Governo Federal com o Centro, “conseguem abranger a parte objetiva da realidade somada ao contexto de trabalho”.
Ana Cláudia Alves de Medeiros Silva, representando a Diretoria de Provimento e Movimentação de Pessoal (Depro) da Secretaria de Gestão de Pessoas do MGI, afirmou que o momento é de divulgar e preparar as pessoas para trabalhar com DFT. “Isso vai muito além do dimensionamento em si, faz com que o órgão enxergue suas entregas e competências necessárias para ser mais eficiente”, disse. Ana Cláudia enumerou, ainda, os benefícios da implantação do dimensionamento para os gestores públicos: informações sobre o perfil da sua unidade de trabalho, monitoramento e planejamento das entregas, obtenção de dados e análises que permitem decisão com base em evidências, suporte para criação e manutenção do programa de gestão. “O dimensionamento é positivo também para os servidores individualmente, pois confere maior transparência às entregas sob sua responsabilidade, funciona como um suporte ao programa de gestão e possibilita uma ampla visão da unidade e o trabalho que é executado”, acrescentou.
A Chefe da Divisão de Dimensionamento da Força de Trabalho, também do Depro, na Secretaria de Gestão de Pessoas do MGI, Janice Oliveira Godinho, apresentou o sistema de DFT e suas possibilidades de relatórios, de acompanhar o desenvolvimento do planejamento por meio da ferramenta, conhecer o perfil da equipe de trabalho, a necessidade de pessoas e competências, os esforços necessários para realizar o trabalho com mais efetividade, a validação da cadeia de valor, entre outros. “A metodologia permite avaliar se os recursos empregados na gestão de pessoas estão sendo aplicados nos projetos mais estratégicos. Já o conhecimento gerado sobre a unidade de trabalho permite antecipar algumas decisões para mitigar o efeito das aposentadorias, por exemplo”, esclareceu. A análise decorrente da implantação da DFT, para Janice, oferece oportunidades de adaptação e mudança ao gestor, para que o trabalho da unidade seja realizado de forma mais efetiva.
O Coordenador-geral de Gestão de Pessoas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, José de Albuquerque Nogueira Filho, falou da importância da implantação do DFT no órgão que atua. Afirmou que, como coordenador-geral de Gestão de Pessoas, já passou por fusões e desmembramentos da Pasta e sente, cada vez mais, que a implantação do dimensionamento orienta a gestão de pessoas de forma muito assertiva. Mencionou a importância de um grupo de trabalho que definiu o Ministério como “experiência piloto de DFT”, ainda em 2020. A iniciativa, para ele, rende frutos até hoje, permitindo a revisão do dimensionamento, mas a metodologia está incorporada. “O painel do DFT foi utilizado para uma comunicação efetiva com os gestores permitindo um mapeamento mais qualitativo das necessidades. O DFT, no Ministério, está casado com os esforços do Programa de Gestão e Desempenho do Governo Federal”, ressaltou.
Sobre o evento
O Fonacate está realizando, em conjunto com a Frente Servir Brasil, uma série de quatro encontros com o tema “Nova agenda para a reforma administrativa”. O primeiro foi realizado em agosto, com o tema Ideias para um novo sistema de carreiras no setor público; já em setembro, foi debatido o Desenvolvimento e desempenho de pessoas; no dia 17 de outubro, foi abordado o Planejamento e dimensionamento da força de trabalho; e o último seminário do ano, a ser realizado em dezembro, vai debater a Modernização e consolidação da força de trabalho.
O terceiro encontro está disponível no canal do Fonacate no YouTube: Reforma Administrativa - Seminário 3 Planejamento e Dimensionamento da força de trabalho no SP.