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SEMANA DA MULHER
Lançamento de livro sobre análise da relação entre burocracia e diversidade no serviço público brasileiro marca último dia da Semana da Mulher 2023
Secretária executiva do MGI, Cristina Mori, e José Celso Cardoso Jr. durante lançamento da obra “Trajetórias da Burocracia na Nova República – Heterogeneidade, desigualdades e perspectivas (1985-2000)”
O lançamento da obra “Trajetórias da Burocracia na Nova República – Heterogeneidade, desigualdades e perspectivas (1985-2000)”, organizado por Félix Lopez e José Celso Cardoso Jr., trouxe na manhã desta sexta-feira (10/3) reflexões sobre a diversidade de gênero e raça nos vínculos do funcionalismo público e sua relação com a burocracia brasileira. O evento foi parte da programação do último dia da “Semana da Mulher” 2023, promovida pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), em parceria com os Ministérios da Fazenda; Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; Planejamento e Orçamento; e Povos Indígenas.
A secretária executiva do MGI, Cristina Mori, abriu a mesa, que contou também com a presença da presidenta da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), Betânia Lemos, dos pesquisadores do Ipea José Celso Cardoso Jr. e Félix Lopez, Francisco Gaetani, ex-presidente da Enap, e da presidenta do Ipea, Luciana Servo.
Para Cristina, que representou a ministra Esther Dweck, o evento faz parte da riqueza do debate sobre a temática feminina ao longo da semana de palestras e uma oportunidade de olhar para a melhoria da diversidade no setor público. “Como mulher e militante, é algo que acompanha nossa trajetória e a cada momento precisa atualizar e olhar para a informação com um olhar contemporâneo. O lançamento do livro é uma oportunidade única e organizada para avançarmos nas discussões e na melhoria da gestão pública”, afirmou.
A ministra do Planejamento Simone Tebet parabenizou, através de vídeo, o empenho dos pesquisadores do Ipea na consolidação de um trabalho robusto de estudos sobre o tema. “O IPEA nunca abriu mão das suas convicções e é com base nisso que possui credibilidade. Nesse mundo de rede social, onde os caracteres limitados prevalecem sobre discursos mais profundos, institutos como Ipea, Enap e Ibge não abrem mão da missão de serem especialistas na matéria, ligando os pontos das informações fornecidas, para se tornar um grande clínico-geral da informação brasileira”, assegurou.
A atual presidenta do Ipea, Luciana Servo, destacou o Atlas do Estado Brasileiro, instrumento utilizado para compor o livro. “É um importante acervo de informações sobre o funcionalismo público, lembrando que o último concurso do Ipea foi antes da lei de cotas para pessoas negras, por isso a importância de recolocar e requalificar esse debate. Luciana é a terceira mulher, sendo a primeira negra, na presidência do Instituto em 58 anos de história da fundação.
Sobre a obra
São mais de 700 páginas detalhando como o estado brasileiro se transformou nas últimas três décadas e meia. Discutindo as carreiras públicas em nível federal, e propostas de reestruturação da força de trabalho no setor público. “O livro traz a reflexão de médio prazo sobre a burocracia com recortes interessantes em termos federativos entre os três poderes. Recortes de gênero, raça, além de ser uma contribuição importante do Ipea no momento de reconstrução do estado rumo a um projeto de desenvolvimento mais inclusivo, soberano, democrático e sustentável do país”, sintetiza o pesquisador José Celso, que conduziu os trabalhos da mesa de debates.
A pesquisadora do Ipea, Luciana Pinheiro, fechou o evento abordando o capítulo da obra sobre a representação das mulheres negras nos postos de direção no executivo federal entre 1999 e 2020. “Somos a favor de um estado forte que corrige as falhas nas políticas públicas que só ele pode corrigir. O Ipea tem um diferencial que é a capacidade institucional de olhar para o conjunto de políticas públicas e poder dialogar com esse conjunto”, reforçou.