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CONSAD 2023
Gestão dialoga sobre transformação do Estado por meio da gestão de pessoas com secretários estaduais
Painel do Consad 2023 “Transformando o Estado pela liderança e gestão de pessoas” contou com a participação do secretário de Gestão de Pessoas, José Celso Cardoso, do MGI
O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) marcou presença nos debates promovidos pelo XII Congresso Consad de Gestão Pública, nesta quinta-feira (24/8), último dia do evento. O painel “Transformando o Estado pela liderança e gestão de pessoas” contou com a participação do secretário de Gestão de Pessoas, José Celso Cardoso, do MGI. Cardoso defendeu em sua fala que o tema da reforma administrativa passe a ser analisado sob o foco das reais necessidades e deveres do Estado, com a defesa dos valores da democracia, diversidade, cooperação e qualificação.
Ao falar sobre a experiência brasileira na gestão de pessoas, Cardoso apontou que o tema não se refere exclusivamente ao âmbito do governo, da administração pública, tanto no Brasil como em outros países. “A tarefa de construir um Estado que precisamos ter, para o desenvolvimento, está inserido em um contexto que não controlamos totalmente”, disse, ao ponderar que o tema “gestão de pessoas” não fica restrito ao Estado, mas transpõe os limites do setor público, envolvendo toda a sociedade. “Isso parece óbvio, mas quando o assunto é discutido, seja na academia, nas redes sociais ou nos artigos de especialistas, em geral, essa dimensão contextual não aparece. Fica parecendo que gerir pessoas é algo fácil e rápido”, afirmou.
“Todos os países do mundo atual, incluindo o Brasil, se defrontam com pendências globais que não controlam, mas, na verdade são vítimas. Estamos inseridos em um contexto de globalização, principalmente comercial”, afirmou o titular da Secretaria de Gestão de Pessoas do MGI. O atual modo de produção global, assim como a aceleração das soluções tecnológicas, as novas formas de sociabilidade, afeta todo o universo do trabalho (inclusive na esfera pública) e a aplicação das políticas públicas, explicou. Diante desse cenário, aos governos dos países é apresentado o desafio sobre como produzir intervenções ou formas de ação para minimizar a fragmentação e estimular a coesão social.
O enfrentamento desses desafios, pontuou Cardoso, exige governabilidade política, com a criação de consensos e de legitimação do processo de desenvolvimento, e capacidade de governança sobre as condições de implementação dos projetos de cada país. Para isso, advertiu o secretário, é preciso haver especial atenção na administração das organizações públicas e das carreiras públicas. “Ou seja, a forma por meio da qual o Estado incorpora pessoas, que se tornam servidores, que orientados pelo projeto de desenvolvimento, engajados no processo de transformação, produzem mais e melhores políticas públicas”, disse, ao explicar porque o tema “gestão de pessoas” está interligado a um complexo cenário doméstico e também internacional.
“Os dados mostram que o Estado brasileiro não é grande, com um quantitativo de servidores menor que a média da OCDE; insuficiente frente as necessidades de desenvolvimento e de equalização social e territorial que temos à frente”, afirmou. José Celso Cardoso defendeu avanços nesse debate, mas sob planejamento contínuo e foco nos valores da democracia, diversidade, estabilidade, equidade, cooperação, qualificação e autonomia sindical, desde o processo das seleções públicas.
Consad
O Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração (Consad) é uma entidade de direito privado cujo objetivo é estudar modelos de gestão pública com foco em resultados e voltados para o bom atendimento ao cidadão. Regularmente, o Consad promove encontros, visando à troca de experiências e à busca de soluções criativas para o aperfeiçoamento da gestão pública brasileira.
O congresso foi realizado em Brasília entre os dias 22 e 24 de agosto. O Ministério da Gestão esteve presente nas discussões de painéis sobre diferentes temáticas, como governo digital, gestão de pessoas, patrimônio da União e compras públicas.