Linguagem Simples e Não-Sexista
As estratégias para reverter situações de discriminação passam por várias áreas da vida social. Nesse sentido, até mesmo ações simples podem ser transformadoras e impactar pessoas dentro e fora da Administração Pública. Com essa perspectiva, a Diretoria de Inovação Governamental (Dinov), ligada à Secretaria de Gestão e Inovação (Seges) do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), iniciou em março de 2023 um conjunto de ações para favorecer a equidade de gênero no âmbito da gestão das carreiras que supervisiona, a saber: Analista de Comércio Exterior (ACE), Analista de Infraestrutura (AIE), Especialista em Infraestrutura Sênior (EIS) e Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG).
Contexto
As carreiras supervisionadas pela Seges são majoritariamente compostas por homens: na categoria de infraestrutura há três vezes mais homens do que mulheres, e na carreira de EPPGG há duas vezes mais. Essa é uma característica marcante e que difere da força de trabalho global da Administração Pública. Segundo dados do Painel de Raio-X do MGI, a quantidade de homens e de mulheres no governo federal como um todo é mais próxima: 55% são homens e 45% são mulheres.
Quando se analisa o acesso a cargos de hierarquia mais alta, as carreiras transversais mantêm uma proporção de gênero semelhante à das respectivas categorias: o triplo de homens no caso de infraestrutura e o dobro, no caso de EPPGG. No governo como um todo, são 65% de homens e 35% de mulheres. São os homens que conduzem a grande maioria das decisões no governo federal, sendo a categoria de infraestrutura a mais destoante dos casos analisados.
Esses dados demonstram a desigualdade de gênero no acesso a cargos públicos efetivos e de liderança: a proporção de gênero nesses cargos não representa a sociedade brasileira, composta por mulheres em 51%. O desequilíbrio na representatividade revela desigualdades e injustiças, mas também pode impactar a efetividade das políticas. Isso porque restringe os debates e decisões a visões de mundo relativamente homogêneas e dominadas por grupos historicamente privilegiados.
O MGI tem o compromisso de realizar ações que apoiem a equidade de gênero na Administração Pública Federal. Nesse sentido, a Seges, como supervisora das carreiras de ACE, AIE, EIS e EPPGG, iniciou o Projeto Linguagem Simples e Não-Sexista tendo em vista seu potencial para atuar na promoção da equidade de gênero junto ao contingente de profissionais do seu âmbito de atuação. O objetivo da ação é afetar não apenas o grupo de servidoras, mas também trazer mais justiça à Administração Pública e gerar reflexos nos resultados e entregas à sociedade.
Estruturação do Projeto
Os três eixos do projeto buscam incorporar uma linguagem simples, inclusiva e não sexista na comunicação institucional; valorizar a atuação das mulheres das carreiras transversais; e disseminar iniciativas governamentais que contribuam para a igualdade de gênero. Conheça detalhes dos eixos do projeto.
Linguagem inclusiva
Valorização das mulheres nas carreiras transversais
Incentivo a iniciativas governamentais com abordagem de gênero
Acesse o relatório final do projeto, com a consolidação de todas as propostas e os resultados obtidos.