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CINCONECTE promove webinário sobre Ciências Comportamentais e bem-estar
Palestrantes do webinário sobre Ciências Comportamentais e bem-estar
Mais de 100 pessoas participaram do webinário sobre bem-estar promovido, nesta terça-feira (23/7), pela CINCONECTE – Rede de Ciências Comportamentais em Governo. Especialistas trouxeram diferentes perspectivas sobre como o conhecimento sobre o comportamento humano e as tomadas de decisão pode ser aplicado para o aumento do bem-estar.
Antonio Claret, coordenador da CINCO, abriu o webinário dando as boas-vindas às pessoas participantes e destacando a importância fundamental de se refletir sobre o tema do bem-estar, tendo em vista que sua promoção é o que nos motiva a trabalhar com ciências comportamentais.
Guilherme Lima, consultor da Ponto Futuro e professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), começou com uma provocação sobre o quanto o bem-estar é fundamental para a execução de políticas públicas no século XXI e pode ser uma medida de desenvolvimento. “A gente pode mudar o enquadramento e fazer do bem-estar não uma consequência, mas uma prioridade, um objetivo, e passar a desenhar e avaliar ações públicas a partir desse prisma”, afirmou.
Na sequência, a coordenadora-GERAL do LA-BORA-gov!, Luana Faria, falou sobre a relação entre bem-estar e produtividade no trabalho. Ela pontuou que essa é uma correlação complexa, já que nem sempre mais bem-estar resulta em mais desempenho e vice-versa. Ainda que tanto o bem-estar hedônico (satisfação imediata, felicidade momentânea) quanto o eudaimônico (sentido e propósito, realização pessoal/profissional) possam se relacionar ao desempenho, o crucial é o engajamento – e o bem-estar eudaimônico tende a promover engajamento mais sustentável no trabalho. “Devemos focar na experiência da rotina de trabalho, no dia a dia. Ações de bem-estar pontuais não têm efeito duradouro no engajamento ou no desempenho”, pontuou.
O terceiro palestrante do dia foi o professor da Universidade de São Paulo (USP), Marcelo Benvenuti. Ele explicou que uma ideia comum no pensamento psicológico tradicional é que o organismo humano é basicamente egoísta e que processos de aprendizagem e socialização tornam as pessoas sensíveis ao outro, por meio de mecanismos como autocontrole e repressão. Mas indicou que, nos últimos anos, essa ideia tem sido substituída e que existe espaço para pensar a cooperação enquanto fator constitutivo dos seres humanos.
A partir daí, o pesquisador apresentou resultados de estudos realizados com professores que mostram que a cooperação surge de maneira mais ou menos natural quando garantida a justiça (ganhos e privilégios mais próximos da equidade) e a responsabilidade (indivíduos conhecerem seu papel e terem responsabilidade no contexto). “Assim, é possível desenvolver cooperação em intervenções comportamentais de larga escala”, conclui.
Por fim, Claudio Ferreira, médico e analista comportamental na Liti, explicou como eles realizam as chamadas consultas comportamentais, conduzidas por equipes multidisciplinares. Este é um processo que envolve definição do problema, exploração do contexto de cada paciente, co-criação da intervenção, implementação de uma nova rotina, determinação do impacto e avaliação dos próximos passos.
Para assistir ao evento na íntegra, acesse o canal da CINCONECTE no YouTube. Em agosto, o webinário promovido pela CINCONECTE será sobre formação de hábitos. Se você tiver interesse em ser palestrante, envie um e-mail para cinconecte@gestao.gov.br.