Relatório Mundial da Felicidade
Igualdade social tem impacto mais significativo na felicidade da população do que o crescimento econômico por si só
Conheça os principais destaques da edição 2024 do Relatório Mundial da Felicidade
O recém-lançado Relatório Mundial da Felicidade 2024 fornece uma nova visão sobre os níveis de felicidade da população de diferentes países.
O integrante da CINCONECTE, Eduardo Camargo, sintetizou as principais informações do estudo:
Metodologia
O relatório se baseou, principalmente, em duas pesquisas: a avaliação de vida e a avaliação de emoções. Na avaliação de vida, os cidadãos classificaram sua satisfação com a vida em diferentes aspectos, tais como liberdade de escolha, suporte social, percepção de corrupção entre outros, em uma escala de 0 a 10, sendo 10 o nível máximo de felicidade e 0 o mínimo.
Os dados foram coletados ao longo de três anos, proporcionando uma média que determinou o ranking de felicidade de cada país. Já na avaliação de emoções, as pessoas responderam perguntas sobre experiências diárias, tanto positivas (como risos e interesses) quanto negativas (como tristeza e preocupações), o que possibilitou uma análise qualitativa para comparação entre os países.
Principais destaques do Relatório
Diferenças Geracionais
A percepção de felicidade varia significativamente entre gerações. Nos Estados Unidos e no Canadá, os mais velhos (60+) relataram níveis mais altos de felicidade do que os mais jovens (30-). No entanto, na Europa Central, observa-se o contrário.
Mudanças no Ranking
A Sérvia foi o país que mais subiu no ranking desde o último relatório em 2013, ascendendo 69 posições. Por outro lado, o Afeganistão apresentou a maior queda, despencando do 13º para o último lugar (144º), o que foi atribuído à restrição de liberdade e direitos humanos após a ascensão de um regime totalitário ao poder (Talibã).
Diferenças de Gênero
Em todas as regiões avaliadas, as emoções negativas são mais prevalentes entre as mulheres do que entre os homens, com essa diferença aumentando com a idade.
Aumento das Emoções Negativas
Comparado ao período de 2006 a 2010, as emoções negativas tornaram-se mais comuns.
Desigualdade na Felicidade
A desigualdade de felicidade (isto é, as diferenças na percepção da felicidade entre indivíduos e grupos) aumentou mais de 20% nos últimos doze anos, afetando todos os grupos etários.
Ranking dos Países Mais Felizes
Finlândia (7.741)
Dinamarca (7.583)
Islândia (7.525)
Suécia (7.344)
Israel (7.341)
Países Baixos (7.319)
Noruega (7.302)
Luxemburgo (7.122)
Suíça (7.060)
Austrália (7.057)
Nova Zelândia (7.029)
Costa Rica (6.955)
Kuwait (6.951)
Áustria (6.905)
Canadá (6.900)
Bélgica (6.894)
Irlanda (6.838)
Tchéquia (6.822)
Lituânia (6.818)
Reino Unido (6.749)
Ficou curioso com a posição do Brasil? Ficamos em 44º, cinco posições acima do ano passado, quando estávamos em 49º.
Conclusão
Contrariando expectativas, o relatório mostra que não há uma correlação direta entre a felicidade e a riqueza dos países. A felicidade está mais intimamente ligada ao bem-estar social e ao atendimento das necessidades básicas, como segurança, educação e saúde.
Isso sugere que políticas focadas na melhoria da qualidade de vida e na igualdade social podem ter um impacto mais significativo na felicidade da população do que o crescimento econômico por si só. Esta visão reforça a importância de um desenvolvimento equilibrado e inclusivo para o verdadeiro progresso de uma nação.