Edição 3 - Mar/2024
Confira nesta edição:
- Páscoa: efeito da rotulagem no comportamento de compra de alimentos.
- CINCO entrevista: Lívia Vinhal, Flora Pfeifer e Ricardo Horta conversam sobre as dimensões comportamentais da epidemia de dengue.
- Desafio CINCO: Enfrentando a dengue com Ciência Comportamental.
- Atos Falhos & DesAcertos: Flora Pfeifer compartilha os desafios que tiveram no primeiro projeto de insights comportamentais do laboratório de inovação da Prefeitura de São Paulo.
- CINCO minutos de metodologia: Como medir comportamentos em Ciências Comportamentais aplicadas?
- SIMPLES MENTE: nesta edição falamos do elemento MENSAGEIRO.
- Para saber mais: publicações sobre ciências comportamentais no combate à desigualdade de gênero, notícias e eventos.
✨ Esta edição é dedicada a Daniel Kahneman, cuja ousadia de contestar a racionalidade da tomada de decisões nos permitiu a ousadia de pensar políticas públicas informadas pelo conhecimento sobre o comportamento humano.✨
É Páscoa: rotulagem de alimentos influencia suas compras?
A Páscoa está chegando e você já se preparou para encarar a etiqueta “alto em açúcar adicionado” no seu chocolate? Reportagem publicada recentemente aponta que 56% dos brasileiros perceberam a nova rotulagem e boa parte repensou ou alterou o consumo.
Indo mais fundo. Uma pesquisa realizada no Chile avaliou os efeitos da rotulagem de alimentos na compra de cereais matinais, chocolates e biscoitos, nos primeiros meses em que as novas regras foram estabelecidas por lá. A conclusão foi que os rótulos diminuíram a demanda e as probabilidades de compra na categoria de cereais, mas os resultados foram inconclusivos em relação a chocolates e biscoitos. Os resultados sugerem que o efeito do rótulo influencia as escolhas quando as informações anunciadas são inesperadas.
Mais um pouquinho. Estudo bibliométrico coordenado pela professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Adriana Sbicca, aponta 43 artigos acadêmicos a respeito do tema rotulagem e economia comportamental localizados nas bases Web of Science e Scopus, a maioria deles feito nos Estados Unidos. Os resultados são convergentes: as informações no rótulo podem impactar as decisões dos consumidores, mas nem sempre isso ocorre. Seja por meio de informação nutricional ou de alertas, como as etiquetas adotadas para o Brasil, a rotulagem pode afetar a melhoria da escolha alimentar, mas isso ocorre principalmente quando as informações são inesperadas. Quando o consumidor se acostuma com a mensagem, pode deixar de levá-la em consideração. O tema demanda mais pesquisas e instiga o uso da análise comportamental.
Nota da edição: Ninguém compra chocolate esperando que seja um alimento saudável, não é mesmo? Já os cereais...
Nota da edição 2: Para quem pode, um chocolatezinho na Páscoa cai super bem, mas como driblar o viés do presente e ter moderação para que nossas decisões de agora não impactem negativamente o futuro? As Ciências Comportamentais têm te ajudado? 😊
Lembrete: No dia 18 de abril, às 15h, neste link, teremos a próxima reunião da CINCONECTE - Rede de Ciências Comportamentais em Governo. Coloque na agenda!
CINCO entrevista
Um novo olhar sobre o combate à dengue pelas lentes das Ciências Comportamentais
Qual o tamanho do componente comportamental na epidemia de dengue? As Ciências Comportamentais podem ser úteis ao enfrentamento da doença?
O biomédico, analista técnico de política social e integrante da CINCONECTE, Henrique Beltrão, mediou um bate-papo super interessante entre a coordenadora-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Lívia Vinhal; a especialista em Ciências Comportamentais, Flora Pfeifer; e o gestor e pesquisador Ricardo Horta.
Da sensação de autoeficácia ao papel do mensageiro nas orientações e campanhas, eles trouxeram vários insights sobre como as Ciências Comportamentais podem ser uma lente potente para complementar as ações preventivas e contribuir para as políticas públicas de saúde.
Desafio CINCO
Enfrentando a Dengue com Ciência Comportamental
A ciência nos mostra que mudanças de comportamento são cruciais para o controle da dengue. Como você viu na entrevista desta edição, há uma série de decisões e ações que ajudam na prevenção da doença, da eliminação dos criadouros dos mosquitos à adesão às vacinas.
Você tem algum insight sobre como as Ciências Comportamentais podem ajudar na prevenção da dengue? Compartilhe com a gente pelo e-mail cinconecte@gestao.gov.br até o dia 10/04/2024.
Não precisa ser um projeto longo e estruturado, apenas uma ideia*, que nos ajude a exercitar o olhar sobre como as Ciências Comportamentais podem apoiar governos em políticas públicas mais eficientes. Os melhores insights serão divulgados para que todos conheçam.
*Pode ser uma abordagem para campanhas de comunicação e mobilização social, propostas de intervenções comportamentais, desenvolvimento de ferramentas que facilitem a prevenção, entre outras ideias.
Atos Falhos & DesAcertos
Flora Pfeifer, que você já conheceu na entrevista desta edição, compartilhou os desafios do primeiro projeto de insights comportamentais desenvolvido no laboratório de inovação da Prefeitura de São Paulo, relacionado ao pagamento de impostos.
O relato mostra a importância de planejar em detalhes como será feita a intervenção e a análise de dados, para não sermos pegos de surpresa.
E aponta, também, como soluções criativas e pensamento estratégico podem ajudar a driblar resistências. Sim, esse DesAcerto teve um final feliz.
CINCO minutos de metodologia
Como medir comportamentos em Ciências Comportamentais aplicadas?
Medir comportamentos é uma das tarefas mais desafiadoras para quem trabalha com ciências comportamentais aplicadas, porque se as medidas usadas não forem robustas, podem colocar tudo a perder.
É fundamental conhecer quais são os tipos de medidas que podemos utilizar, assim como os critérios necessários para saber como elaborá-las, como verificar suas propriedades, como empregá-las e, principalmente, como analisá-las. Dois conceitos importantes são validade e fidedignidade.
SIMPLES MENTE
A cada edição do CINFORME destrinchamos uma carta do SIMPLES MENTE, ferramenta que permite a incorporação de dimensões comportamentais na formulação de políticas públicas. Já falamos sobre Simplificação e Incentivo e o elemento da vez é Mensageiro.
Ele indica que a comunicação vai além do conteúdo - a pessoa que comunica a mensagem tem forte influência sobre como ela será recebida pelos seus destinatários.
Para ver as cartas sobre Mensageiro com referências, insights, exemplos e aplicações, clique aqui.
Para saber mais
PUBLICAÇÕES
Como as Ciências Comportamentais podem ajudar a enfrentar as desigualdades de gênero?
Professora de Harvard defende intervenções sistêmicas nas instituições, empregando uma abordagem de design comportamental.
SITES
Novo portal reúne melhores iniciativas em ciências comportamentais ao redor do mundo
Site Mundo Comportamental traz projetos por setor, metodologias, vídeos e definições conceituais sobre o campo
EVENTOS
Influência e Impacto: o Poder das Mídias Sociais e da Ciência Comportamental no Desenvolvimento
Evento da OCDE acontecerá no dia 1º de abril e será transmitido pela internet
Expediente
Esta edição contou com a participação de:
Adjane Rodrigues, Adriana Mascarenhas, Adriana Sbicca, Antonio Claret, Carla Arede, Edilmar Leão, Eduardo Camargo, Elizabeth Krauter, Fabio Iglesias, Flora Pfeifer, Guilherme Leme, Helena Azambuja, Henrique Beltrão, Iara Santo, Jorge Humberto, Lívia Machado, Lívia Vinhal, Marizaura Camões, Maurício Sarmet, Ricardo Horta e Sérvio Caetano.
Conhece algum caso de sucesso sobre aplicação de Ciências Comportamentaisa Políticas Públicas? Envie para cinconecte@gestao.gov.br e nos ajude a formar um banco de projetos!
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