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Armadilha de Pobreza e Mobilidade Intergeracional no Brasil Metropolitano: Um Estudo das Décadas de 1980 a 2000.
Apresentação:
A pesquisa “Armadilha de Pobreza e Mobilidade Intergeracional no Brasil Metropolitano: Um Estudo das Décadas de 1980 a 2000”, conduzida e desenvolvida pela Coordenação de Estudos Econômicos e Populacionais da Fundação Joaquim Nabuco, objetivou investigar se as transformações sociais ocorridas nas últimas duas décadas, sobretudo a abertura econômica, estabilidade da moeda, a criação, intensificação e massificação de programas sociais como o Bolsa Família, a valorização do salário mínimo, a expansão da oferta dos serviços educacionais e entre outros, foram capazes de aumentar as oportunidades disponíveis na sociedade, de forma a impactar nos índices de mobilidade social. A pesquisa analisou três tipos de mobilidade entre a geração atual (filhos) de uma família com a anterior (pais ou mães): educacional, renda e ocupacional.
O processo metodológico do relatório partiu, inicialmente, da preparação do trabalho de campo com a delimitação da amostra. Essa etapa se deu a partir da utilização da Base de Dados de Setores Censitários do IBGE, do ano 2000. Em um primeiro momento, selecionou-se todos os setores censitários da Região Metropolitana do Recife em 2000, ordenando-os por faixa de renda do chefe do domicílio e por densidade de domicílios nos setores censitários. Depois, retirou-se uma amostra aleatória de setores censitários de modo que fosse representativa de todas as faixas de renda, e de todos os municípios da Região Metropolitana.
Os questionários foram estruturados de forma semelhante aos questionários das PNADs. Contendo um bloco com informações do domicílio e outro bloco contendo informações das pessoas residentes. O trabalho de elaboração do questionário foi realizado pela equipe do Núcleo de Pesquisa de Campo da Fundaj em conjunto com a coordenação da pesquisa, a partir de informações disponíveis no site do IBGE sobre a metodologia da PNAD. Após a elaboração e realização do pré-teste do questionário, algumas modificações julgadas pertinentes foram efetuadas.
No que diz respeito à definição da população investigada, a confecção dos dados primários da pesquisa se deu mediante a aplicação de questionários de uma amostra representativa dos domicílios particulares permanentes das áreas urbanas dos municípios da Região Metropolitana do Recife – RMR. São 15 o número de municípios pertencentes à RMR, os quais, Abreu e Lima, Araçoiaba, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Goiana, Igarassu, Ipojuca, Ilha de Itamaracá, Itapissuma, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Olinda, Paulista, Recife e São Lourenço da Mata. A amostra foi desenhada com a finalidade de obter representatividade para a RMR como um todo.
O tamanho calculado da amostra, em número de domicílios, foi distribuído de modo proporcional ao número de domicílios particulares permanentes das áreas urbanas dos municípios da RMR. Desta forma, cada município teve uma amostra de acordo com sua participação no número total de domicílios urbanos da RMR, ou seja, os municípios com mais domicílios, tiveram amostras maiores, e assim sucessivamente. Os municípios foram divididos em setores censitários, a saber, áreas com características geográficas e socioeconômicas semelhantes, e, dentro de cada setor censitário, foram entrevistados 10 domicílios. O instrumento de coleta de dados tem em sua composição 217 questões relativas às informações do domicílio; sobre os chefes e cônjuges de família, crianças e adolescentes de 6 a 15 anos de idade, exceto chefe; e dos Blocos 1 e 2 do Questionários (questões relativas ao cônjuge). Essas informações foram divididas em 11 blocos.
Cabe destacar que os conceitos utilizados por esta pesquisa foram definidos de forma a possibilitar a comparação dos resultados obtidos com pesquisas realizadas com base em dados do IBGE. Ainda, é importante frisar que os dados primários da pesquisa em tela foram coletados em 1.740 domicílios dos 15 municípios da Região Metropolitana do Recife nos meses de Fevereiro, Março e Abril de 2010. A seguir, por meio da Tabela 1, é possível vislumbrar esse cenário.
Tabela 1 : Domicílios particulares permanentes das áreas urbanas da Região Metropolitana do Recife, amostra da pesquisa e número de setores censitários amostrais.
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