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Transposição: principais críticas
O Projeto de Integração da Bacia do São Francisco às Bacias do Nordeste Setentrional
http://www.ecodebate.com.br/Principal_vis.asp?cod=3425&cat=
EcoDebate
04/10/2006
“Existe um projeto de fantasia e outro projeto real.” (João Abner Costa / UFRN)
1. Projeto de fantasia:
- 12 milhões de pessoas beneficiadas,
- 300 mil hectares serão irrigados,
- 1 milhão de empregos,
- “solução definitiva para o problema da seca”,
- divulgado em cartilhas, rádio e TVs criou uma expectativa que praticamente impede o debate sobre os problemas reais do SAB e suas reais soluções.
2. Projeto real:
- atinge apenas 5% do território semi-árido brasileiro e 0,3 % da população,
- apenas 4% da água são destinados à chamada população difusa, 26% serão para uso urbano e industrial e 70% serão para irrigação,
- serão beneficiadas cidades fora do SAB como Recife e Fortaleza, além de Caruru (agreste de PE),
3. Usos econômicos (irrigação, carcinicultura, floricultura, Pólo Industrial de Pecém / CE), produção para exportação (política econômica submissa), sobrepõem-se se ao uso humano e animal.
4. Custos proibitivos: até 0,14 centavos no Eixo Norte e até 0,18 centavos no Eixo Leste (em Juazeiro/Petrolina o m3 está hoje em 0,028 centavos).
5. Subsídio público no começo, para viabilizar o uso econômico de água tão cara (RN – 20 milhões de reais no primeiro ano.)
6. Subsídio cruzado depois: será o sistema de cobrança do consumidor urbano, pelo qual este arcará com parte da conta do uso econômico
IMPACTOS RELEVANTES
- Perda temporária de emprego e renda por efeito das desapropriações;
- Modificação da composição das comunidades biológicas aquáticas nativas nas bacias receptoras;
- Risco de redução da biodiversidade nas bacias receptoras;
- Risco de tensões durante a fase de obra;
- Interferências nas comunidades indígenas;
- Interferências no patrimônio cultural (sítios históricos);
- Risco de introdução de espécies de peixes daninhos;
- Custo da água na bacia receptora: R$ 0,11/m3 no eixo leste e R$ 0,14/m3 no eixo norte;
- O custo de transporte da água será dividido com o consumidor urbano (na conta de água);
- A CHESF estima que a operação e manutenção do sistema custará R$ 80 milhões/ano;
- Serão construídas 7 usinas hidroelétricas com capacidade para produzir 175 MW para manter o sistema funcionando;
Trajeto do "rio-mar"
Com 2.800 km de extensão, o São Francisco flui suavemente até o mar, sujeito à navegação
O Rio São Francisco possui 2.800 km de extensão e drena uma área de aproximadamente 641 mil km². Nasce num brejo da Serra da Canastra, a cerca de mil metros de altura, e depois despenca 200 metros na Cachoeira Casca d’Anta, desce em degraus e, entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA), flui suavemente, permitindo a navegação. Em Paulo Afonso, após um desnível de 80 metros, o Rio São Francisco corre mais 270 km até o mar.
· Extensão do rio – 2.800 km desde a Serra da Canastra, no município mineiro de São Roque de Minas, onde nasce, até a sua foz, entre os Estados de Sergipe e Alagoas.
· Área da bacia – 634 mil km²
· Alto São Francisco – Das nascentes até a cidade de Pirapora (MG), com 100.076 km², ou 16% da área da bacia, e 702 km de extensão. Sua população é de 6,247 milhões de habitantes.
· Médio São Francisco – De Pirapora (MG) até Remanso (BA) com 402.531 km², ou 53% da área da bacia, e 1.230 km de extensão. Sua população é de 3,232 milhões de habitantes.
· Submédio São Francisco – De Remanso (BA) até Paulo Afonso (BA), com 110.446 km², ou 17% da área da bacia, e 440 km de extensão. Sua população é de 1,944 milhão de habitantes.
· Baixo São Francisco – De Paulo Afonso (BA) até a foz, entre Sergipe e Alagoas, com 25.523 km², ou 4% da área da bacia, e 214 km de extensão. Sua população é de 1,373 milhão de habitantes
A bacia do rio abrange 504 de municípios, ou 9% do total de municípios do País. Desse total, 48,2% estão na Bahia, 36,8% em Minas Gerais, 10,9% em Pernambuco, 2,% em Alagoas,1,2% em Sergipe, 0,5% em Goiás e 0,2% no Distrito Federal.
· Volume
Consumo atual de água – 91 m³/s
Vazão firme na foz – 1.850 m³/s
Vazão média na foz – 2.943 m³/s
Vazão mínima fixada após Sobradinho – 1.300 m³/s 26/10/2004
www.EcoDebate.com.br - 04/10/2006
enviado por Marcilene