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Situação volumétrica dos reservatórios das hidrelétricas da CHESF – 28/06/2019
Represa de Sobradinho, BA
Estamos iniciando uma atividade semanal de informação, aos interessados, dos estágios em que se encontram os níveis de acumulações volumétricas dos principais reservatórios da Chesf, na bacia do rio São Francisco. No caso específico da região do Submédio São Francisco - local onde é gerada a maior parte da energia elétrica do Nordeste - os reservatórios, principalmente o de Sobradinho, acumulam água no período de novembro a abril, para disponibilizarem os volumes acumulados, no processo de regularização das vazões do Velho Chico, no período de maio a outubro. Estamos no dia 28/06/2019 , portanto, em período no qual os reservatórios estão na fase de disponibilização volumétrica.
28/06/2019
Reservatório |
Data |
Afluência m³/s |
Defluência m³/s |
Volume atual (%) |
Volume ano anterior (%) |
Três Marias |
27/06 |
166 |
452 |
80,09 |
46,49 |
Sobradinho |
27/06 |
640 |
863 |
45,21 |
34,55 |
Itaparica |
27/06 |
800 |
851 |
38,12 |
20,85 |
Xingó* |
27/06 |
700 |
804 |
- |
- |
* - Não há percentuais acumulados, ten d o em vista o rio correr, em seu leito, a fio d ´água 21/06/2019
Reservatório |
Data |
Afluência m³/s |
Defluência m³/s |
Volume atual (%) |
Volume ano anterior (%) |
Três Marias |
18/06 |
197 |
403 |
81,44 |
46,97 |
Sobradinho |
18/06 |
660 |
860 |
45,95 |
35,03 |
Itaparica |
18/06 |
820 |
781 |
37,73 |
20,32 |
Xingó* |
18/06 |
763 |
811 |
- |
- |
* - Não há percentuais acumulados, ten
d
o em vista o rio correr, em seu leito, a fio
d
´água
_
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Fonte: Chesf
http://www.chesf.gov.br/SistemaChesf/Pages/GestaoRecursosHidricos/GestaoRecursosHidricos.aspx
Fonte: ANA
http://www3.ana.gov.br/portal/ANA/sala-de-situacao/sao-francisco/sao-francisco-boletim-diario
COMENTÁRIOS
João Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco
A partir de maio é iniciado o período de estiagem na bacia do Rio São Francisco. Continuaremos os informes volumétricos semanais, obtidos nos postos de observações localizados ao longo de sua bacia hidrográfica; das capacidades das represas de Três Marias, Sobradinho e Boqueirão de Cabaceiras (fonte de abastecimento de Campina Grande), bem como da situação volumétrica das principais represas geradoras de energia do País.
Com o encerramento da quadra chuvosa na bacia do São Francisco, as vazões do rio começam também a diminuírem. Com isso, as represas existentes na calha do rio tendem à queda de suas capacidades. Três Marias, por exemplo, está com uma afluência de 166 m³/s (na semana passada estava em 197 m³/s) e uma defluência de 452 m³/s (na semana passada estava em 403 m³/s). Esse balanço volumétrico resultou em diminuição do percentual de sua capacidade para 80,09%. Na semana anterior Três Marias estava em 81,44%. Portanto, uma queda de 1,35% em uma semana.
A afluência em Sobradinho caiu para 640 m³/s (na semana anterior era de 660 m³/s). A sua defluência subiu para 863 m³/s (na semana anterior era de 860 m³/s). Nas atuais condições de gestão hídrica, Sobradinho começou diminuir a sua capacidade volumétrica. Atualmente, ela está em 45,21% (na semana anterior estava com 45,95%). Portanto, uma queda de 0,74% na semana em curso.
O percentual das capacidades dos reservatórios das regiões Centro Oeste/Sudeste (os mais importantes do País em termos de geração elétrica) começou a cair na semana em curso (28/06), estando em cerca de 47,42 – 26/06/2019 . Na semana anterior era de 47,74 – 18/06/2019 (dados ONS), portanto uma queda de 0,32% . Desde o início do mês de maio que as tarifas de energia elétrica estão sendo cobradas com “ bandeira amarela ”, devido à crise hídrica existente nos reservatórios das usinas hidrelétricas.
Na Paraíba, o abastecimento de água de Campina Grande voltou à normalidade, com as águas provenientes da represa de Boqueirão de Cabaceiras (411,6 milhões de m³ de capacidade). No entanto, a referida represa começou a depreciar sua capacidade volumétrica, baixando seu percentual acumulatório a níveis preocupantes, mesmo com as águas da Transposição voltando a fluir pelo Eixo Leste do projeto, em sua direção. Esse fato é sintoma claro da falta de gestão dos volumes que estão sendo bombeados da represa de Itaparica, em direção a Campina Grande. Isso reflete a necessidade de investidas, por parte do poder público federal e da bancada política paraibana, visando à solução do problema. Essa situação está sendo agravada, ainda, pelo início dos abastecimentos dos municípios pernambucanos de Arcoverde , Pesqueira , Brejo da Madre de Deus , Belo Jardim e Alagoinha , por intermédio da adutora de Moxotó, cuja captação da água é na mesma fonte que abastece Campina Grande e 18 municípios do seu entorno, ou seja, o Eixo Leste da Transposição. Além do mais, uma decisão tomada pelas autoridades no início de março do corrente ano (2019), aumentou o grau de incertezas, dos campinenses, em relação à existência de volumes necessários ao abastecimento futuro de Campina. Apesar da ineficiente gestão hídrica existente na Transposição, o poder público autorizou parte dos volumes bombeados de Itaparica, para o uso na irrigação de meio hectare, em áreas próximas ao canal. Com esses usos extras, segundo a Aesa, na semana (28/06), o percentual volumétrico total de Boqueirão caiu para 25,11% (na semana anterior era de 25,56%). Portanto, na semana em curso, houve uma queda na capacidade da represa de cerca de 0,45%. Quando descontados, daquele total, o percentual equivalente ao volume morto da represa (8,20%), Boqueirão totaliza um volume útil de apenas 16,91%. Um volume que preocupa sobremaneira, para o atendimento das demandas hídricas de uma população estimada em cerca de 800 a um milhão de pessoas (a população de Campina Grande e mais 18 municípios de seu entorno).
Acendeu a luz de alerta no quadro atual da capacidade do açude de Boqueirão de Cabaceiras, com os volumes advindos da Transposição do Rio São Francisco. Como todos sabem, desde julho de 2017, Boqueirão vem recebendo as águas do Velho Chico (pelo menos em tese) via Eixo Leste do referido projeto. Notem que a capacidade do açude está limitada e em declínio, o que não se justifica, pois as águas do Rio São Francisco estão fluindo, no Rio Paraíba, via Eixo Leste do projeto, pelo menos há dois anos. Portanto, a depreciação volumétrica de Boqueirão é a prova, mais do que clara, de que as águas do São Francisco não estão afluindo àquela represa como deveriam. No caso em questão, a incipiente gestão hídrica fica claramente evidenciada. É nesse cenário de descompassos volumétricos, em Boqueirão, cujos investimentos totalizam, até agora, cerca de 10 bilhões de reais, onde se torna necessária à demonstração, por parte do poder público, da viabilidade técnica do aludido projeto, cujas críticas a ele direcionadas, sempre se mostraram desfavoráveis quanto à necessidade de sua execução. Portanto, essas dificuldades de acesso às águas de Boqueirão, visando o abastecimento de Campina Grande, são reais, uma situação lamentável de ser enfrentada e que não foi por falta de aviso que se tenha chegado a ela!
Prevendo o agravamento do quadro de instabilidade volumétrica da represa de Boqueirão e os problemas encontrados pelo TCU no projeto Vertente Litorânea , cuja principal fonte hídrica é o açude de Acauã (253 milhões de m³ de capacidade), o Dnocs interrompeu a defluência de Boqueirão em direção à Acauã. A represa Acauã encontra-se, atualmente, com o seu percentual volumétrico em cerca de 5,92% (28/06). Na semana anterior era de 5,67%. Quando descontados, daquele total, o percentual equivalente ao seu volume morto (8,00%), Acauã perfaz um volume útil negativo (do volume morto) de - 2,08% (na semana anterior era de – 2,33%). As águas de Acauã estão sendo utilizadas com o açude em volume morto, o que traz, como consequência, um enorme problema para o atendimento das demandas hídricas de 14 municípios do Estado que são atendidos por essa represa, além de dificultar o atendimento das demandas do projeto Acauã-Araçagi , ora em construção na Paraíba.
Em relação ao Eixo Norte da Transposição, novas previsões governamentais dão conta de que os paraibanos, norte riograndenses e cearenses só irão receber as águas desse eixo do projeto, a partir de 2020.
O período é de estiagem na bacia do rio do Rio São Francisco. A seguir, são informados os volumes que fluíram, na semana em curso, nos postos de observações volumétricas entre Três Marias e a foz do Velho Chico (28/06). Na UHE de Três Marias, que na semana passada estava em 403 m³/s, nessa semana subiu para 452 m³/s. No posto de São Romão, que na semana anterior estava com 537 m³/s, na atual subiu para 561 m³/s; no de São Francisco, que na semana anterior estava com 701 m³/s, na atual subiu para 726 m³/s; no de Bom Jesus da Lapa, que na semana anterior estava com 758 m³/s, na atual permaneceu com 758 m³/s; no posto de Morpará, que na semana anterior estava com 775 m³/s, nessa semana subiu para 785 m³/s; no posto de Juazeiro, que na semana passada estava com 916 m³/s, na atual subiu para 921 m³/s e em Propriá, que na semana anterior estava com 839 m³/s, na atual caiu para 833 m³/s.
Abaixo, as informações dos postos de mensuração de vazões do rio, sob a responsabilidade da Chesf, a fim de que se tenha uma ideia dos volumes afluentes na represa de Sobradinho nos próximos dias, bem como as vazões regularizadas no Submédio e Baixo São Francisco:
Dia 28/06: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 452 m³/s; São Romão 561 m³/s; São Francisco – 726 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 758 m³/s; Morpará – 785 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 921 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 833 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 21/06: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 403 m³/s; São Romão 537 m³/s; São Francisco – 701 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 758 m³/s; Morpará – 775 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 916 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 839 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 14/06: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 398 m³/s; São Romão 528 m³/s; São Francisco – 670 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 758 m³/s; Morpará – 785 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.003 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 872 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 07/06: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 351 m³/s; São Romão 518 m³/s; São Francisco – 695 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 758 m³/s; Morpará – 805 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.048 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 827 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 31/05: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 301 m³/s; São Romão 513 m³/s; São Francisco – 695 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 850 m³/s; Morpará – 1.080 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.105 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 833 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 24/05: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 249 m³/s; São Romão 706 m³/s; São Francisco – 1.030 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 785 m³/s; Morpará – 815 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.105 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 845 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 17/05: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 195 m³/s; São Romão 354 m³/s; São Francisco – 645 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 803 m³/s; Morpará – 1.051 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.116 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 905 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 10/05: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 183 m³/s; São Romão 501 m³/s; São Francisco – 907 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 812 m³/s; Morpará – 846 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.105 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 839 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 03/05: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 149 m³/s; São Romão 440 m³/s; São Francisco – 655 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 890 m³/s; Morpará – 1.170 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 934 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 930 m³/s. (dados da Chesf)
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de Três Marias, São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa, Morpará, Juazeiro e Propriá, de novembro de 2018 a abril de 2019.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa, Morpará, Juazeiro e Propriá, de maio de 2018 a outubro de 2018.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de novembro de 2017 a abril de 2018.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de maio de 2017 a outubro de 2017.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de novembro de 2016 a abril de 2017.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de junho a outubro de 2016.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de fevereiro a maio de 2016.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco ao longo dos anos
2012
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_97.html
2013
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_21.html
2014
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_22.html
2015
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_25.html
2016
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_72.html
2017
http://www.suassuna.net.br/2018/10/situacao-volumetrica-dos-reservatorios.html
2018
http://www.suassuna.net.br/2019/02/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_8.html