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Situação volumétrica dos reservatórios das hidrelétricas da CHESF – 24/05/2019
Estamos iniciando uma atividade semanal de informação, aos interessados, dos estágios em que se encontram os níveis de acumulações volumétricas dos principais reservatórios da Chesf, na bacia do rio São Francisco. No caso específico da região do Submédio São Francisco - local onde é gerada a maior parte da energia elétrica do Nordeste - os reservatórios, principalmente o de Sobradinho, acumulam água no período de novembro a abril, para disponibilizarem os volumes acumulados, no processo de regularização das vazões do Velho Chico, no período de maio a outubro. Estamos no dia 24/05/2019, portanto, em período no qual os reservatórios estão na fase de disponibilização volumétrica.
24/05/2019
Reservatório |
Data |
Afluência m³/s |
Defluência m³/s |
Volume atual (%) |
Volume ano anterior (%) |
Três Marias |
23/05 |
477 |
249 |
83,13 |
48,55 |
Sobradinho |
23/05 |
690 |
1.013 |
48,48 |
37,33 |
Itaparica |
23/05 |
840 |
745 |
32,12 |
23,15 |
Xingó* |
23/05 |
781 |
1.013 |
- |
- |
* - Não há percentuais acumulados, tendo em vista o rio correr, em seu leito, a fio d´água
17/05/2019
Reservatório |
Data |
Afluência m³/s |
Defluência m³/s |
Volume atual (%) |
Volume ano anterior (%) |
Três Marias |
16/05 |
298 |
195 |
82,34 |
48,55 |
Sobradinho |
16/05 |
850 |
1.020 |
48,48 |
37,58 |
Itaparica |
16/05 |
840 |
897 |
29,64 |
23,08 |
Xingó* |
16/05 |
846 |
922 |
- |
- |
* - Não há percentuais acumulados, tendo em vista o rio correr, em seu leito, a fio d´água
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Fonte: Chesf
http://www.chesf.gov.br/SistemaChesf/Pages/GestaoRecursosHidricos/GestaoRecursosHidricos.aspx
Fonte: ANA
http://www3.ana.gov.br/portal/ANA/sala-de-situacao/sao-francisco/sao-francisco-boletim-diario
COMENTÁRIOS
João Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco
Maio é o mês a partir do qual se inicia o período de estiagem na bacia do Rio São Francisco. Continuaremos os informes volumétricos semanais, obtidos nos postos de observações localizados ao longo de sua bacia hidrográfica; das capacidades das represas de Três Marias, Sobradinho e Boqueirão de Cabaceiras (fonte de abastecimento de Campina Grande), bem como da situação volumétrica das principais represas geradoras de energia do País.
Com o encerramento das chuvas na bacia do São Francisco, as vazões do rio começam também a diminuírem. Com isso, as represas existentes na calha do rio tendem à queda de suas capacidades. Três Marias, por exemplo, está com uma afluência de 477 m³/s (na semana passada estava em 298 m³/s) e uma defluência de 249 m³/s (na semana passada estava em 195 m³/s). Esse balanço volumétrico resultou ainda em uma pequena elevação do percentual de sua capacidade para 83,13%. Na semana anterior Três Marias estava em 82,34%. Um aumento de 0,79% em uma semana.
A afluência de Sobradinho caiu para 690 m³/s (na semana anterior era de 850 m³/s). A sua defluência caiu para 1.013m³/s (na semana anterior era de 1.020 m³/s). Nas atuais condições de gestão hídrica, Sobradinho começou diminuir a sua capacidade volumétrica. Atualmente, ela está estável em 48,48% (na semana anterior estava com 48,48%). Portanto, não registrou queda na semana.
O percentual das capacidades dos reservatórios das regiões Centro Oeste/Sudeste (os mais importantes do País em termos de geração elétrica) apresentou uma discreta elevação na semana em curso (24/05), estando em cerca de 46,92% - 22/05/2019. Na semana anterior era de 46,14% - 15/05/2019 (dados ONS), portanto um aumento de 0,78% . Desde o início do mês de maio que as tarifas de energia elétrica estão sendo cobradas com “bandeira amarela”, devido à crise hídricaexistente nos reservatórios das usinas hidrelétricas.
Na Paraíba, o abastecimento de água de Campina Grande voltou à normalidade, com as águas provenientes da represa de Boqueirão de Cabaceiras. No entanto, a referida represa começou a depreciar sua capacidade, baixando seu percentual acumulatório a níveis preocupantes, mesmo com as águas da Transposição voltando a fluir pelo Eixo Leste do projeto, em sua direção. Esse fato é sintoma claro de falta de gestão dos volumes que estão sendo bombeados da represa de Itaparica, em direção a Campina Grande. Isso reflete a necessidade de investidas, por parte do poder público federal, visando à solução do problema. Essa situação está sendo agravada, ainda, pelo início do abastecimento dos municípios pernambucanos de Arcoverde, Pesqueira, Brejo da Madre de Deus, Belo Jardim e Alagoinha, pela adutora de Moxotó, cuja captação da água é da mesma fonte que abastece Campina Grande e 18 municípios do seu entorno, ou seja, o Eixo Leste da Transposição. Além do mais, uma decisão tomada pelas autoridades no início de março do corrente ano, aumentou o grau de incertezas em relação à existência de volumes necessários ao abastecimento futuro dos campinenses. Apesar da ineficiente gestão volumétrica existente na Transposição, o poder público autorizou o uso de parte de suas águas, para a irrigação de meio hectare, em áreas próximas ao canal. Segundo a Aesa, na semana (24/05), o percentual volumétrico total de Boqueirão subiu para 26,12% (na semana anterior era de 25,77%). Portanto, houve um discreto aumento em seu percentual acumulatório de cerca de 0,35% em uma semana. Quando descontados, daquele total, o percentual equivalente ao volume morto da represa (8,20%), Boqueirão totaliza um volume útil de apenas 17,92%. Um volume que preocupa sobremaneira, para o atendimento das demandas hídricas de uma população estimada em cerca de 800 a um milhão de pessoas (a população de Campina Grande e mais 18 municípios de seu entorno).
Prevendo o agravamento do quadro de instabilidade volumétrica da represa de Boqueirão e os problemas encontrados pelo TCU no projeto Vertente Litorânea, cuja principal fonte hídrica é o açude de Acauã, o Dnocs interrompeu a sua defluência em direção à Acauã. A represa Acauã atualmente encontra-se com percentual volumétrico total de cerca de 5,75% (24/05). Na semana anterior era de 5,84%. Houve, portanto, uma diminuição no percentual acumulado da represa, de cerca de 0,09% em uma semana. Quando descontados, daquele total, o percentual equivalente ao seu volume morto (8,00%), Acauã perfaz um volume útil negativo (do volume morto) de - 2,25% (na semana anterior era de – 2,16%). As águas de Acauã estão sendo utilizadas com o açude em volume morto, o que traz, como consequência, um enorme problema para o atendimento das demandas hídricas de 14 municípios do Estado que são atendidos por essa represa, além de dificultar o atendimento das demandas do projeto Acauã-Araçagi, ora em construção na Paraíba.
Em relação ao Eixo Norte da Transposição, novas previsões governamentais dão conta de que os paraibanos, norte riograndenses e cearenses só irão receber as águas desse eixo do projeto, a partir de 2020.
O período é de estiagem na bacia do rio do Rio São Francisco. A seguir, são informados os volumes que fluíram nos postos de observações volumétricas entre Três Marias e a foz do Velho Chico, na semana em curso (24/05). Na UHE de Três Marias, que na semana passada estava em 195 m³/s, nessa semana subiu para 249 m³/s. No posto de São Romão, que na semana anterior estava com 354 m³/s, na atual subiu para 706 m³/s; no de São Francisco, que na semana anterior estava com 645 m³/s, na atual subiu para 1.030 m³/s; no de Bom Jesus da Lapa, que na semana anterior estava com 803 m³/s, na atual caiu para 785 m³/s; no posto de Morpará, que na semana anterior estava com 1.051 m³/s, nessa semana caiu para 815 m³/s; no posto de Juazeiro, que na semana passada estava com 1.116 m³/s, na atual caiu para 1.105 m³/s e em Propriá, que na semana anterior estava com 905 m³/s, na atual caiu para 845 m³/s.
Abaixo, as informações dos postos de mensuração de vazões do rio, sob a responsabilidade da Chesf, a fim de que se tenha uma ideia dos volumes afluentes na represa de Sobradinho nos próximos dias, bem como as vazões no Submédio e Baixo São Francisco:
Dia 24/05: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 249 m³/s; São Romão 706 m³/s; São Francisco – 1.030 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 785 m³/s; Morpará – 815 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.105 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 845 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 17/05: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 195 m³/s; São Romão 354 m³/s; São Francisco – 645 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 803 m³/s; Morpará – 1.051 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.116 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 905 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 10/05: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 183 m³/s; São Romão 501 m³/s; São Francisco – 907 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 812 m³/s; Morpará – 846 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.105 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 839 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 03/05: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 149 m³/s; São Romão 440 m³/s; São Francisco – 655 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 890 m³/s; Morpará – 1.170 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 934 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 930 m³/s. (dados da Chesf)
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de Três Marias, São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa, Morpará, Juazeiro e Propriá, de novembro de 2018 a abril de 2019.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa, Morpará, Juazeiro e Propriá, de maio de 2018 a outubro de 2018.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de novembro de 2017 a abril de 2018.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de maio de 2017 a outubro de 2017.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de novembro de 2016 a abril de 2017.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de junho a outubro de 2016.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de fevereiro a maio de 2016.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco ao longo dos anos
2012
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_97.html
2013
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_21.html
2014
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_22.html
2015
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_25.html
2016
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_72.html
2017
http://www.suassuna.net.br/2018/10/situacao-volumetrica-dos-reservatorios.html
2018
http://www.suassuna.net.br/2019/02/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_8.html