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Situação volumétrica dos reservatórios das hidrelétricas da CHESF – 20/12/2019
Represa de Sobradinho, BA
Estamos iniciando uma atividade semanal de informação, aos interessados, dos estágios em que se encontram os níveis de acumulações volumétricas dos principais reservatórios da Chesf, na bacia do rio São Francisco. No caso específico da região do Submédio São Francisco - local onde é gerada a maior parte da energia elétrica do Nordeste - os reservatórios, principalmente o de Sobradinho, acumulam água no período de novembro a abril, para disponibilizarem os volumes acumulados, no processo de regularização das vazões do Velho Chico, no período de maio a outubro. Estamos no dia 20/12/2019 , portanto, em período no qual os reservatórios estão na fase de acumulação volumétrica.
20/12/2019
Reservatório |
Data |
Afluência m³/s |
Defluência m³/s |
Volume atual (%) |
Volume ano anterior (%) |
Três Marias |
18/12 |
1.069 |
297 |
55,48 |
50,76 |
Sobradinho |
18/12 |
1.200 |
911 |
26,28 |
33,90 |
Itaparica |
18/12 |
800 |
908 |
37,73 |
32,52 |
Xingó* |
18/12 |
817 |
807 |
- |
- |
* - Não há percentuais acumulados, ten
d
o em vista o rio correr, em seu leito, a fio
d
´água
13/12/2019
Reservatório |
Data |
Afluência m³/s |
Defluência m³/s |
Volume atual (%) |
Volume ano anterior (%) |
Três Marias |
11/12 |
1.014 |
290 |
53,36 |
48,11 |
Sobradinho |
11/12 |
1.160 |
925 |
26,28 |
28,23 |
Itaparica |
11/12 |
800 |
888 |
37,14 |
33,08 |
Xingó* |
11/12 |
802 |
807 |
- |
- |
* - Não há percentuais acumulados, ten
d
o em vista o rio correr, em seu leito, a fio
d
´água
_
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Fonte: Chesf
http://www.chesf.gov.br/SistemaChesf/Pages/GestaoRecursosHidricos/GestaoRecursosHidricos.aspx
Fonte: ANA
http://www3.ana.gov.br/portal/ANA/sala-de-situacao/sao-francisco/sao-francisco-boletim-diario
COMENTÁRIOS
João Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco
A partir de novembro é iniciado o período chuvoso na bacia do Rio São Francisco. Continuaremos os informes volumétricos semanais, obtidos nos postos de observações localizados ao longo de sua bacia hidrográfica; das capacidades das represas de Três Marias, Sobradinho e Boqueirão de Cabaceiras (fonte de abastecimento de Campina Grande), bem como da situação volumétrica das principais represas geradoras de energia do País.
Com a quadra chuvosa na bacia do São Francisco em vigor, a vazão do rio começa a aumentar progressivamente. Com isso, as represas existentes em sua calha tendem à recuperação de suas capacidades. Três Marias, por exemplo, está com uma afluência de 1.069 m³/s (na semana passada estava em 1.014 m³/s) e uma defluência de 297 m³/s (na semana passada estava em 290 m³/s). Esse balanço volumétrico resultou na elevação do percentual de sua capacidade para 55,48%. Na semana anterior Três Marias estava em 53,36%. Portanto, um aumento na semana de 2,12%.
A afluência em Sobradinho subiu para 1.200 m³/s (na semana anterior era de 1.160 m³/s). A sua defluência caiu para 911 m³/s (na semana anterior era de 990 m³/s). Nas atuais condições de gestão hídrica, Sobradinho permaneceu com a sua capacidade estável. Atualmente, ela está em 26,28% (na semana anterior estava com 26,28%). Portanto, a sua capacidade manteve-se inalterada na semana em curso.
O percentual das capacidades dos reservatórios das regiões Centro Oeste/Sudeste (os mais importantes do País em termos de geração elétrica) começou a evoluir na semana em curso (20/12), estando em cerca de 19,67% - 18/12/2019 . Na semana anterior era de 18,93% - 11/12/2019 (dados ONS), portanto um aumento de 0,74% na semana . Com esse cenário, a ANEEL determinou a mudança das tarifas de energia para a modalidade “ bandeira amarela ” a partir do mês de dezembro.
Na Paraíba, o abastecimento de água de Campina Grande voltou à normalidade, com as águas provenientes da represa de Boqueirão de Cabaceiras (411,6 milhões de m³ de capacidade). No entanto, a referida represa começou a depreciar sua capacidade volumétrica, baixando seu percentual acumulatório a níveis preocupantes. Problemas estruturais no eixo Leste do projeto obrigaram as autoridades a interromper o bombeamento em Itaparica. Concluídos os reparos no referido Eixo, notícias da Aesa , do dia 04/12/2019, deram conta de que as águas da transposição só chegarão ao açude de Boqueirão, em 2020, devido à vazão ora bombeada ainda se encontrar muito reduzida, tornando lento o percurso das águas até Cabaceiras.
Essa notícia da retomada dos bombeamentos no Eixo Leste veio em boa hora, tendo em vista o aumento da demanda volumétrica advinda do abastecimento dos municípios pernambucanos de Sertânia , Arcoverde , Pesqueira , Brejo da Madre de Deus , Belo Jardim , Alagoinha , Tacaimbó, São Bento do Una, Sanharó e Custódia por intermédio da adutora do Moxotó, cuja captação da água é na mesma fonte que abastece Campina Grande e 18 municípios do seu entorno, ou seja, o Eixo Leste da Transposição. Além do mais, uma decisão tomada pelas autoridades paraibanas, no início de março do corrente ano, havia aumentado o grau de incertezas dos campinenses em relação à existência dos volumes necessários ao abastecimento futuro de Campina. Apesar da ineficiente gestão hídrica existente no projeto da Transposição, o poder público havia autorizado , e posteriormente interrompido, por falta de água no canal, parte dos volumes bombeados de Itaparica para o uso na irrigação de meio hectare, em áreas próximas ao Eixo Leste do projeto.
Segundo a Aesa, na semana (20/12), o percentual volumétrico total de Boqueirão caiu para 15,66% (na semana anterior era de 15,95%). Portanto, na semana em curso houve uma queda no percentual de sua capacidade de 0,29%. Quando descontados, daquele total, o percentual equivalente ao volume morto da represa (8,20%), Boqueirão totaliza um volume útil de apenas 7,46%. Um volume que preocupa sobremaneira o campinense, para o atendimento das demandas hídricas de uma população estimada em cerca de 800 a um milhão de pessoas (a população de Campina Grande e mais 18 municípios de seu entorno).
Para complicar ainda mais a situação de Boqueirão, no dia 08/07 a AESA autorizou o aumento da defluência da represa, em direção ao açude de Acauã, em cerca de 2 m³/s, durante 45 dias, visando a recuperação desta represa. A meta foi a de incorporar ao açude de Acauã, um volume adicional, oriundo de Boqueirão de Cabaceiras, de aproximadamente 20 milhões de m³. No caso em questão, a incipiente gestão hídrica de Boqueirão ficou novamente evidenciada. Findo o prazo da defluência de 45 dias, a AESA diminuiu a defluência de Boqueirão em direção a Acauã, para 300 litros por segundo.
Cumprida a meta de incorporar à represa de Acauã os 20 milhões de m³ e, agora, com o aporte de 300 litros por segundo oriundos de Boqueirão, esses volumes foram suficientes para livrar a represa de Acauã do volume morto. Mas o açude, atualmente, voltou a iniciar processo de queda em sua capacidade, estando com cerca de 9,75% (20/12). Na semana anterior era de 9,92%, resultando numa queda de 0,17% em uma semana. Quando descontados daquele total, o percentual equivalente ao seu volume morto (8,00%), Acauã perfaz um volume útil de 1,75% (na semana anterior era de 1,92%). Nessa perspectiva, a represa de Acauã, apesar de ter saído da condição de volume morto, ainda traz enormes preocupações quanto ao atendimento das demandas hídricas de 14 municípios do Estado, que são por ela abastecidos, além de trazer enormes prejuízos ao projeto Acauã-Araçagi , em vias de construção na Paraíba.
Em relação ao Eixo Norte da Transposição, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) informou da possibilidade da chegada das águas do projeto, aos cearenses, paraibanos e norteriograndenses, em março de 2020.
A seguir, são informados os volumes que fluíram, na semana em curso, nos postos de observações volumétricas entre Três Marias e a foz do Velho Chico (20/12). A UHE de Três Marias, que na semana passada estava em 290 m³/s, nessa semana subiu para 297 m³/s. No posto de São Romão, que na semana anterior estava com 2.424 m³/s, na atual caiu para 741 m³/s; no de São Francisco, que na semana anterior estava com 3.052 m³/s, na atual caiu para 1.042 m³/s; no de Bom Jesus da Lapa, que na semana anterior estava com 2.143 m³/s, na atual caiu para 1.976 m³/s; no posto de Morpará, que na semana anterior estava com 1.575 m³/s, nessa semana subiu para 2.484 m³/s; no posto de Juazeiro, que na semana passada estava com 1.026 m³/s, na atual caiu para 1.014 m³/s e em Propriá, que na semana anterior estava com 918 m³/s, na atual caiu para 893 m³/s.
Abaixo, as informações dos postos de mensuração de vazões do rio, sob a responsabilidade da Chesf, a fim de que se tenha uma ideia dos volumes afluentes na represa de Sobradinho nos próximos dias, bem como as vazões regularizadas no Submédio e Baixo São Francisco:
Dia 20/12: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 297 m³/s; São Romão 741 m³/s; São Francisco – 1.042 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 1.976 m³/s; Morpará – 2.484 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.014 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 893 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 13/12: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 290 m³/s; São Romão 2.424 m³/s; São Francisco – 3.052 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 2.143 m³/s; Morpará – 1.575 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.026 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 918 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 05/12: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 229 m³/s; São Romão 1.069 m³/s; São Francisco – 1.273 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 955 m³/s; Morpará – 1.098 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.105 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 881 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 29/11: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 454 m³/s; São Romão 706 m³/s; São Francisco – 918 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 1.088 m³/s; Morpará – 973 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.390 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 979 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 25/11: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 461 m³/s; São Romão 798 m³/s; São Francisco – 1.100 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 821 m³/s; Morpará – 726 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.390 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 1.259 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 18/11: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 458 m³/s; São Romão 543 m³/s; São Francisco – 630 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 706 m³/s; Morpará – 741 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.379 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 942 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 08/11: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 449 m³/s; São Romão 606 m³/s; São Francisco – 711 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 685 m³/s; Morpará – 698 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.127 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 1.259 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 01/11: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 456 m³/s; São Romão 543 m³/s; São Francisco – 625 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 652 m³/s; Morpará – 708 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.082 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 1.323 m³/s. (dados da Chesf)
Comportamento das vazões do rio ao longo da quadra chuvosa (nov-abr) e de estiagem (mai-out).
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa, Morpará, Juazeiro e Propriá, de maio de 2019 a outubro de 2019.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de Três Marias, São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa, Morpará, Juazeiro e Propriá, de novembro de 2018 a abril de 2019.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa, Morpará, Juazeiro e Propriá, de maio de 2018 a outubro de 2018.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de novembro de 2017 a abril de 2018.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de maio de 2017 a outubro de 2017.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de novembro de 2016 a abril de 2017.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de junho a outubro de 2016.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de fevereiro a maio de 2016.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco ao longo dos anos
2012
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_97.html
2013
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_21.html
2014
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_22.html
2015
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_25.html
2016
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_72.html
2017
http://www.suassuna.net.br/2018/10/situacao-volumetrica-dos-reservatorios.html
2018
http://www.suassuna.net.br/2019/02/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_8.html