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Situação volumétrica dos reservatórios das hidrelétricas da CHESF – 08/11/2019
Represa de Sobradinho, BA
Estamos iniciando uma atividade semanal de informação, aos interessados, dos estágios em que se encontram os níveis de acumulações volumétricas dos principais reservatórios da Chesf, na bacia do rio São Francisco. No caso específico da região do Submédio São Francisco - local onde é gerada a maior parte da energia elétrica do Nordeste - os reservatórios, principalmente o de Sobradinho, acumulam água no período de novembro a abril, para disponibilizarem os volumes acumulados, no processo de regularização das vazões do Velho Chico, no período de maio a outubro. Estamos no dia 08/11/2019 , portanto, em período no qual os reservatórios estão na fase de acumulação volumétrica.
08/11/2019
Reservatório |
Data |
Afluência m³/s |
Defluência m³/s |
Volume atual (%) |
Volume ano anterior (%) |
Três Marias |
06/11 |
100 |
449 |
52,95 |
32,77 |
Sobradinho |
06/11 |
450 |
962 |
30,71 |
21,65 |
Itaparica |
06/11 |
830 |
1.375 |
36,74 |
23,08 |
Xingó* |
06/11 |
1.137 |
1.174 |
- |
- |
* - Não há percentuais acumulados, ten
d
o em vista o rio correr, em seu leito, a fio
d
´água
01/11/2019
Reservatório |
Data |
Afluência m³/s |
Defluência m³/s |
Volume atual (%) |
Volume ano anterior (%) |
Três Marias |
30/10 |
66 |
456 |
54,00 |
41,19 |
Sobradinho |
30/10 |
450 |
959 |
31,63 |
23,77 |
Itaparica |
30/10 |
830 |
1.031 |
40,46 |
26,44 |
Xingó* |
30/10 |
1.156 |
1.189 |
- |
- |
* - Não há percentuais acumulados, ten
d
o em vista o rio correr, em seu leito, a fio
d
´água
_
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Fonte: Chesf
http://www.chesf.gov.br/SistemaChesf/Pages/GestaoRecursosHidricos/GestaoRecursosHidricos.aspx
Fonte: ANA
http://www3.ana.gov.br/portal/ANA/sala-de-situacao/sao-francisco/sao-francisco-boletim-diario
COMENTÁRIOS
João Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco
A partir de novembro é iniciado o período chuvoso na bacia do Rio São Francisco. Continuaremos os informes volumétricos semanais, obtidos nos postos de observações localizados ao longo de sua bacia hidrográfica; das capacidades das represas de Três Marias, Sobradinho e Boqueirão de Cabaceiras (fonte de abastecimento de Campina Grande), bem como da situação volumétrica das principais represas geradoras de energia do País.
Com a quadra chuvosa na bacia do São Francisco em vigor, a vazão do rio começa a aumentar progressivamente. Com isso, as represas existentes na calha do rio tendem à recuperação de suas capacidades. Três Marias, por exemplo, está com uma afluência de 100 m³/s (na semana passada estava em 66 m³/s) e uma defluência de 449 m³/s (na semana passada estava em 456 m³/s). Esse balanço volumétrico ainda resultou na diminuição do percentual de sua capacidade para 52,95%. Na semana anterior Três Marias estava em 54,00%. Portanto, uma queda na semana de 1,05%.
A afluência em Sobradinho permaneceu em 450 m³/s (na semana anterior era de 450 m³/s). A sua defluência subiu para 962 m³/s (na semana anterior era de 959 m³/s). Nas atuais condições de gestão hídrica, Sobradinho ainda diminuiu a sua capacidade volumétrica. Atualmente, ela está em 30,71% (na semana anterior estava com 31,63%). Portanto, uma queda de 0,92% na semana em curso.
O percentual das capacidades dos reservatórios das regiões Centro Oeste/Sudeste (os mais importantes do País em termos de geração elétrica) está caindo na semana em curso (08/11), estando em cerca de 21,04% - 06/11/2019 . Na semana anterior era de 22,56% - 30/10/2019 (dados ONS), portanto uma queda de 0,92% em uma semana . Mesmo com o início da quadra chuvosa em novembro, cujo período os reservatórios começam à recuperação de suas capacidades, a ANEEL determinou a mudança das tarifas de energia para a modalidade “ bandeira vermelha ”.
Na Paraíba, o abastecimento de água de Campina Grande voltou à normalidade, com as águas provenientes da represa de Boqueirão de Cabaceiras (411,6 milhões de m³ de capacidade). No entanto, a referida represa começou a depreciar sua capacidade volumétrica, baixando seu percentual acumulatório a níveis preocupantes. Notícia, de 11/09, oriunda do gerente regional da Cagepa Borborema , Lucílio Vieira, constatou a paralisação dos bombeamentos para o Eixo Leste da Transposição em virtude de problemas ocorridos na barragem Cacimba Nova no sertão do Moxotó . A retomada dos bombeamentos no Eixo Leste, até o presente momento, é incerta.
Esses fatos são sintomas claros da falta de gestão dos volumes que estavam sendo bombeados da represa de Itaparica, em direção a Campina Grande. Isso reflete a necessidade de ações urgentes, por parte do poder público federal e estadual, e da bancada política paraibana, visando à solução desse problema. Essa situação está sendo agravada, ainda, pelos abastecimentos dos municípios pernambucanos de Sertânia , Arcoverde , Pesqueira , Brejo da Madre de Deus , Belo Jardim , Alagoinha , Tacaimbó, São Bento do Una, Sanharó e Custódia por intermédio da adutora do Moxotó, que dependem também do São Francisco, cuja captação da água é na mesma fonte que abastece Campina Grande e 18 municípios do seu entorno, ou seja, o Eixo Leste da Transposição. Com a interrupção dos bombeamentos nesse Eixo, o abastecimento desses municípios pernambucanos está sendo comprometido. Além do mais, uma decisão tomada pelas autoridades paraibanas, no início de março do corrente ano, aumentou o grau de incertezas dos campinenses, em relação à existência de volumes necessários ao abastecimento futuro de Campina. Apesar da ineficiente gestão hídrica existente no projeto da Transposição, o poder público autorizou parte dos volumes bombeados de Itaparica, para o uso na irrigação de meio hectare, em áreas próximas ao Eixo Leste, agora interrompida pela falta de água no canal. Segundo a Aesa, na semana (08/11), o percentual volumétrico total de Boqueirão caiu para 17,76% (na semana anterior era de 18,13%). Portanto, na semana em curso houve uma queda na capacidade da represa de 0,37%. Quando descontados, daquele total, o percentual equivalente ao volume morto da represa (8,20%), Boqueirão totaliza um volume útil de apenas 9,56%. Um volume que preocupa sobremaneira, para o atendimento das demandas hídricas de uma população estimada em cerca de 800 a um milhão de pessoas (a população de Campina Grande e mais 18 municípios de seu entorno).
Com a situação hídrica de Boqueirão apresentando certos cuidados, foi acionado o sinal de alerta sobre a capacidade de a represa vir abastecer Campina Grande com as águas nela acumuladas. Para complicar ainda mais a situação, no dia 08/07 a AESA havia autorizado o aumento da defluência de Boqueirão, em direção ao açude de Acauã, em cerca de 2 m³/s, durante 45 dias, visando a recuperação desta represa. A meta foi a de incorporar, ao açude de Acauã, um volume adicional, oriundo de Boqueirão, de aproximadamente 20 milhões de m³. No caso em questão, a incipiente gestão hídrica, em Boqueirão, fica novamente evidenciada. Findo o prazo da defluência de 45 dias, e com a interrupção dos bombeamentos para o Eixo Leste do projeto, a AESA diminuiu a defluência de Boqueirão em direção a Acauã, para 300 litros por segundo.
Cumprida a meta de incorporar à represa de Acauã os 20 milhões de m³ e, agora, com o aporte de 300 litros por segundo oriundos de Boqueirão, esses volumes foram suficientes para livrar a represa de Acauã do volume morto. Mas o açude, atualmente, voltou a iniciar processo de queda em sua capacidade, estando com cerca de 11,01% (08/11). Na semana anterior era de 11,24%. Portanto, uma queda de 0,23% em uma semana. Quando descontados daquele total, o percentual equivalente ao seu volume morto (8,00%), Acauã perfaz um volume útil de 3,01% (na semana anterior era de 3,24%). Nessa perspectiva, a represa de Acauã, apesar de ter saído da condição de volume morto, ainda traz enormes preocupações quanto ao atendimento das demandas hídricas de 14 municípios do Estado que são por ela abastecidos, além de trazer enormes prejuízos ao projeto Acauã-Araçagi , em fase de construção na Paraíba.
Em relação ao Eixo Norte da Transposição, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) informou da possibilidade da chegada das águas do projeto, aos cearenses, paraibanos e norteriograndenses, em março de 2020.
A seguir, são informados os volumes que fluíram, na semana em curso, nos postos de observações volumétricas entre Três Marias e a foz do Velho Chico (08/11). A UHE de Três Marias, que na semana passada estava em 456 m³/s, nessa semana caiu para 449 m³/s. No posto de São Romão, que na semana anterior estava com 543 m³/s, na atual subiu para 606 m³/s; no de São Francisco, que na semana anterior estava com 625 m³/s, na atual subiu para 711 m³/s; no de Bom Jesus da Lapa, que na semana anterior estava com 652 m³/s, na atual subiu para 685 m³/s; no posto de Morpará, que na semana anterior estava com 708 m³/s, nessa semana caiu para 698 m³/s; no posto de Juazeiro, que na semana passada estava com 1.082 m³/s, na atual subiu para 1.127 m³/s e em Propriá, que na semana anterior estava com 1.323 m³/s, na atual caiu para 1.259 m³/s.
Abaixo, as informações dos postos de mensuração de vazões do rio, sob a responsabilidade da Chesf, a fim de que se tenha uma ideia dos volumes afluentes na represa de Sobradinho nos próximos dias, bem como as vazões regularizadas no Submédio e Baixo São Francisco:
Dia 08/11: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 449 m³/s; São Romão 606 m³/s; São Francisco – 711 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 685 m³/s; Morpará – 698 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.127 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 1.259 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 01/11: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 456 m³/s; São Romão 543 m³/s; São Francisco – 625 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 652 m³/s; Morpará – 708 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.082 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 1.323 m³/s. (dados da Chesf)
Comportamento das vazões do rio ao longo da quadra chuvosa (nov-abr) e de estiagem (mai-out).
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa, Morpará, Juazeiro e Propriá, de maio de 2019 a outubro de 2019.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de Três Marias, São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa, Morpará, Juazeiro e Propriá, de novembro de 2018 a abril de 2019.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa, Morpará, Juazeiro e Propriá, de maio de 2018 a outubro de 2018.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de novembro de 2017 a abril de 2018.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de maio de 2017 a outubro de 2017.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de novembro de 2016 a abril de 2017.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de junho a outubro de 2016.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco , nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de fevereiro a maio de 2016.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco ao longo dos anos
2012
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_97.html
2013
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_21.html
2014
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_22.html
2015
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_25.html
2016
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_72.html
2017
http://www.suassuna.net.br/2018/10/situacao-volumetrica-dos-reservatorios.html
2018
http://www.suassuna.net.br/2019/02/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_8.html