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Situação volumétrica dos reservatórios das hidrelétricas da CHESF – 03/05/2019
Estamos iniciando uma atividade semanal de informação, aos interessados, dos estágios em que se encontram os níveis de acumulações volumétricas dos principais reservatórios da Chesf, na bacia do rio São Francisco. No caso específico da região do Submédio São Francisco - local onde é gerada a maior parte da energia elétrica do Nordeste - os reservatórios, principalmente o de Sobradinho, acumulam água no período de novembro a abril, para disponibilizarem os volumes acumulados, no processo de regularização das vazões do Velho Chico, no período de maio a outubro. Estamos no dia 03/05/2019, portanto, em período no qual os reservatórios estão na fase de disponibilização volumétrica.
03/05/2019
Reservatório |
Data |
Afluência m³/s |
Defluência m³/s |
Volume atual (%) |
Volume ano anterior (%) |
Três Marias |
02/05 |
326 |
149 |
81,27 |
48,35 |
Sobradinho |
02/05 |
1.200 |
807 |
49,05 |
38,17 |
Itaparica |
02/05 |
630 |
604 |
31,56 |
24,57 |
Xingó* |
02/05 |
595 |
817 |
- |
- |
* - Não há percentuais acumulados, tendo em vista o rio correr, em seu leito, a fio d´água26/04/2019
Reservatório |
Data |
Afluência m³/s |
Defluência m³/s |
Volume atual (%) |
Volume ano anterior (%) |
Três Marias |
24/04 |
488 |
149 |
80,54 |
48,16 |
Sobradinho |
24/04 |
1.200 |
732 |
47,72 |
38,25 |
Itaparica |
24/04 |
600 |
652 |
35,22 |
21,58 |
Xingó* |
24/04 |
757 |
828 |
- |
- |
* - Não há percentuais acumulados, tendo em vista o rio correr, em seu leito, a fio d´água
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Fonte: Chesf
http://www.chesf.gov.br/SistemaChesf/Pages/GestaoRecursosHidricos/GestaoRecursosHidricos.aspx
Fonte: ANA
http://www3.ana.gov.br/portal/ANA/sala-de-situacao/sao-francisco/sao-francisco-boletim-diario
COMENTÁRIOS
João Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco
Maio é o mês a partir do qual se inicia o período de estiagem na bacia do Rio São Francisco. Continuaremos os informes volumétricos semanais, obtidos nos postos de observações localizados ao longo de sua bacia hidrográfica; das capacidades das represas de Três Marias, Sobradinho e Boqueirão de Cabaceiras (fonte de abastecimento de Campina Grande), bem como da situação volumétrica das principais represas geradoras de energia do País.
Com o encerramento das chuvas na bacia do São Francisco, as vazões do rio começam também a diminuírem. Com isso, as represas existentes na calha do rio tendem à queda de suas capacidades. Três Marias, por exemplo, está com uma afluência de 326 m³/s (na semana passada estava em 488 m³/s) e uma defluência de 149 m³/s (na semana passada estava em 149 m³/s). Esse balanço volumétrico resultou ainda em uma pequena elevação do percentual de sua capacidade para 81,27%. Na semana anterior Três Marias estava em 80,54%. Um aumento de 0,73% em uma semana.
A afluência de Sobradinho ficou estável em 1.200 m³/s (na semana anterior era de 1.200 m³/s). A defluência da represa voltou a se estabilizar no patamar de 807 m³/s (na semana anterior era de 732 m³/s). Nas condições atuais de gestão hídrica, Sobradinho apresentou uma discreta elevação em seu percentual volumétrico. Atualmente, a represa está com 49,05% (na semana anterior estava com 47,72%). Portanto, um aumento de 1,33% em uma semana.
O percentual das capacidades dos reservatórios das regiões Centro Oeste/Sudeste (os mais importantes do País em termos de geração elétrica) apresentou uma discreta elevação na semana em curso (03/05), estando em cerca de 45,20 – 01/05/2019. Na semana anterior era de 44,37% - 24/04/2019 (dados ONS). A partir do mês de maio, as tarifas de energia elétrica serão cobradas com “bandeira amarela”, devido à crise hídrica existente nos reservatórios das usinas hidrelétricas.
Na Paraíba, o abastecimento de água de Campina Grande voltou à normalidade, com as águas provenientes da represa de Boqueirão de Cabaceiras. No entanto, as águas da Transposição voltaram a fluir pelo Eixo Leste do projeto, em direção à represa de Boqueirão, as quais irão amenizar os problemas de abastecimento daquele município paraibano, que tinha, nas chuvas caídas recentemente, a principal fonte de recuperação da represa, fato esse que vinha sendo agravado pelo início do abastecimento, via Eixo Leste, dos municípios pernambucanos de Pesqueira, Brejo da Madre de Deus e agora Belo Jardim, com as águas da Transposição. Os volumes do projeto já chegaram à represa de Boqueirão, tendo em vista as previsões das autoridades que afirmavam essa possibilidade para o final de março, começo de abril. No entanto, não há informações oficiais concretas sobre os volumes que estão chegando, em Boqueirão, via om aludido projeto. Uma decisão tomada pelas autoridades, na semana de 01/03, preocupou a todos: mesmo com retorno lento da Transposição, para Boqueirão, o poder público autorizou o uso das águas da represa também para fins de irrigação. Segundo a Aesa, na semana (03/05), o percentual volumétrico total de Boqueirão subiu para 26,08% (na semana anterior era de 26,15%). Portanto, uma diminuição de 0,07% em uma semana. Quando descontados, daquele total, o percentual equivalente ao volume morto da represa (8,20%), Boqueirão totaliza um volume útil de apenas 17,88%. Um volume que preocupa sobremaneira, para o atendimento das demandas hídricas de uma população estimada em cerca de 800 a um milhão de pessoas (a população de Campina Grande e mais 18 municípios de seu entorno).
Prevendo o quadro de instabilidade volumétrica da represa de Boqueirão e os problemas encontrados pelo TCU no projeto Vertente Litorânea, cuja principal fonte hídrica é o açude de Acauã, o Dnocs interrompeu a sua defluência em direção à Acauã. A represa atualmente encontra-se com percentual volumétrico total de cerca de 5,86% (03/05). Na semana anterior era de 5,80%. Houve, portanto, um aumento no percentual acumulado da represa, de cerca de 0,06% em uma semana. Quando descontados, daquele total, o percentual equivalente ao seu volume morto (8,00%), a represa perfaz um volume útil negativo (do volume morto) de - 2,14% (na semana anterior era de – 2,20%). As águas de Acauã estão sendo utilizadas com o açude em volume morto, o que traz, como consequência, um enorme problema para o atendimento das demandas hídricas de 14 municípios do Estado que são atendidos por essa represa.
Em relação ao Eixo Norte, novas previsões governamentais dão conta de que os paraibanos, norteriograndenses e cearenses só irão receber as águas da Transposição, a partir de 2020.
As chuvas encerraram na bacia do rio, principalmente nas regiões do Alto e Médio São Francisco. A seguir, são informados os volumes que fluíram nos postos de observações volumétricas entre Três Marias e a foz do Velho Chico, na semana em curso (03/05). Na UHE de Três Marias, que na semana passada estava em 149 m³/s, nessa semana permaneceu com 149 m³/s. No posto de São Romão, que na semana anterior estava com 597 m³/s, na atual caiu para 440 m³/s; no de São Francisco, que na semana anterior estava com 1.019 m³/s, na atual caiu para 655 m³/s; no de Bom Jesus da Lapa, que na semana anterior estava com 1.234 m³/s, na atual caiu para 890 m³/s; no posto de Morpará, que na semana anterior estava com 1.432 m³/s, nessa semana caiu para 1.170 m³/s; no posto de Juazeiro, que na semana passada estava com 712 m³/s, na atual subiu para 934 m³/s e em Propriá, que na semana anterior estava com 815 m³/s, na atual subiu para 930 m³/s.
Abaixo, as informações dos postos de mensuração de vazões do rio, sob a responsabilidade da Chesf, a fim de que se tenha uma ideia dos volumes afluentes na represa de Sobradinho nos próximos dias, bem como as vazões no Submédio e Baixo São Francisco:
Dia 03/05: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 149 m³/s; São Romão 440 m³/s; São Francisco – 655 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 890 m³/s; Morpará – 1.170 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 934 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 930 m³/s. (dados da Chesf)
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de Três Marias, São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa, Morpará, Juazeiro e Propriá, de novembro de 2018 a abril de 2019.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa, Morpará, Juazeiro e Propriá, de maio de 2018 a outubro de 2018.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de novembro de 2017 a abril de 2018.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de maio de 2017 a outubro de 2017.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de novembro de 2016 a abril de 2017.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de junho a outubro de 2016.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de fevereiro a maio de 2016.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco ao longo dos anos
2012
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_97.html
2013
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_21.html
2014
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_22.html
2015
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_25.html
2016
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_72.html
2017
http://www.suassuna.net.br/2018/10/situacao-volumetrica-dos-reservatorios.html
2018
http://www.suassuna.net.br/2019/02/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_8.html