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Reservatórios da bacia do Rio São Francisco terão autonomia para decidir vazão
Com o início da época de seca em parte do Brasil, Agência Nacional de Águas mudou a regra de vazão para garantir a regularidade no fornecimento de água.
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Jornal Nacional
02/05/2019
ANA muda regra para vazão de reservatórios da Bacia de São Francisco.
Em parte do Brasil, a época de seca está começando e a Agência Nacional de Águas (ANA) mudou as regras para a vazão dos reservatórios da Bacia do Rio São Francisco. O objetivo é garantir a regularidade no fornecimento.
A Bacia do São Francisco, a principal do Nordeste, enfrentou a pior seca entre 2012 e 2017. Para evitar novos problemas de abastecimento na região, os reservatórios da bacia vão passar a ter autonomia para decidir as faixas, os limites de operação, e controlar exatamente quanta água está armazenada e o quanto poderá sair de cada um, sem ter que pedir autorização para a Agência Nacional de Águas.
No reservatório de Sobradinho, por exemplo, na primeira faixa o volume será considerado normal, de 100% a 60% do total. A segunda, com volume de 60% a 20%, o estado é de atenção. Nessa situação, o operador vai ter que segurar mais água no reservatório. Abaixo de 20%, em período de seca mais intensa, restrição: a vazão vai ser ainda menor.
A Agência Nacional de Águas diz que é uma adaptação para dar mais segurança para quem depende do Rio São Francisco.
“Estamos na dependência da chuva, mas já é uma operação até mesmo pedagógica para todos os usuários. Todos trabalham sabendo que água é um recurso limitado e que temos que economizar, mesmo na faixa livre”, avaliou Christianne Dias, diretora-presidente da ANA.
E não são apenas os reservatórios da Bacia do São Francisco que sentem as mudanças no clima. Reservatórios, como um em Brasília, enfrentaram períodos com volume muito baixo na última estiagem. O Distrito Federal teve um racionamento que durou mais de um ano. Em 2019, teve muita chuva, mas o período de seca está começando.
Com menos chuva, menos água nos reservatórios. E a geração de energia fica mais cara porque passa a depender também das termelétricas. O consumidor já vai sentir no bolso agora em maio. A bandeira tarifária vai ser amarela e a conta de luz vai ficar mais cara.
A situação do reservatório de Brasília está melhor do que no mesmo período de 2018. O mesmo acontece com os demais reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Agora, a capacidade está em 45%. Em Furnas, Minas Gerais, o volume está em 48% da capacidade. Em Serra da Mesa, Goiás, o nível está em 21%.
O hidrólogo e professor da UnB Henrique Chaves alerta que o país tem capacidade limitada para armazenar água.
“Nós temos que ser conservadores e reservar parte dessa água nos nossos reservatórios para que, em um ano, no caso de não chover muito no ano que vem, nós termos uma água para ser liberada exatamente para aqueles usuários que estão abaixo desses reservatórios e precisam dessa água, por exemplo, em um ano mais seco”, avaliou.
Sobre o assunto
ANA aprimora gestão dos recursos hídricos na bacia do Rio São Francisco
http://www.suassuna.net.br/2019/05/ana-aprimora-gestao-dos.html