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Aesa estuda diminuir vazão do Açude de Boqueirão para Acauã
Disponível em:
19/08/2019
A Agência Estadual de Gestão das Águas (Aesa) estuda diminuir ou suspender a vazão do Açude de Boqueirão para Acauã após o Ministério do Desenvolvimento Regional comunicar paralisação do bombeamento no Eixo Leste. A decisão ocorreu depois que equipamentos de monitoramento da Transposição emitiram alerta durante a fase final de enchimento da barragem Cacimba Nova, em Custódia (PE).
De acordo com o presidente da Aesa, Porfírio Catão, hoje com 22,08% de capacidade, Boqueirão garante o abastecimento até o próximo período chuvoso para Campina Grande, mais 18 cidades e um distrito.
Entretanto, segundo ele, a falta da água da transposição pode obrigar a cortar o repasse para Acauã, que apresenta apenas 12% de sua capacidade, e abastece cerca de 110 mil pessoas em municípios do Vale do Paraíba. Esse seria um dos casos mais preocupantes.
Sem a água da transposição, outras cidades do Cariri paraibano que eram abastecidas por água captada no Rio Paraíba, de acordo com Porfírio Catão, serão abastecidas através do açude de Cordeiros, no Congo. O açude teria capacidade para abastecer a população por quatro meses.
O MDR informou que a Transposição passará por novas intervenções estruturantes para garantir o funcionamento adequado da barragem. A medida é preventiva e, portanto, a estrutura não apresenta risco de rompimento.
O consórcio supervisor da obra realiza estudo e perícia para identificar os ajustes técnicos necessários à estrutura, bem como indicar ações preventivas e de reparo que deverão ser realizadas.
Roberto Targino – MaisPB
COMENTÁRIOS
João Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco
Creio que em relação à existência de água para o abastecimento dos campinenses, a ficha do poder público começou a cair. Ao logo do eixo Leste do projeto da Transposição do Rio São Francisco, além do abastecimento normal de populações, tinha sido autorizada, também, a irrigação de 0,5 ha de culturas. Somada a evaporação, infiltrações e usos ilícitos das águas (furto), estava mais do que claro que essa estratégia de uso das águas iria entrar no vermelho rapidamente. E entrou! Tanto isso é verdade que os volumes ora liberados de Boqueirão, para salvar a represa de Acauã, foram interrompidos. Com essas manobras, torna-se evidente que a gestão hídrica do Estado da Paraíba é realizada por tentativas. Esse empirismo traz, como certeza, ao final do período seco, consequências desagradáveis para o bem-estar das populações atendidas pelas águas da Transposição, período no qual a busca do recurso hídrico se torna mais evidente e necessária. A situação tende a piorar e não foi por falta de aviso!
José do Patrocínio Tomaz Albuquerque – Hidrogeólogo e Consultor
Prezado João Suassuna
Some-se a isso a demagógica inauguração por parte do ex-secretário e do então governador Ricardo Coutinho, de dois açudes situados na bacia do rio Taperoá, principal afluente que despeja suas águas em Boqueirão, com capacidade de acumulação próxima de 2 milhões de metros cúbicos, para abastecer pequenas cidades, sob o argumento (inconsistente e falacioso) de dar a elas, segurança hídrica. Adivinhe em que época inauguraram. Este volume deixou de chegar a Boqueirão, agravando o problema da sua oferta!
A politicagem eleitoreira vingou junto a prefeitos e à massa ignara.
Abraços,
Patrocínio
Sobre o assunto
Situação volumétrica dos reservatórios das hidrelétricas da CHESF – 19/08/2019
http://www.suassuna.net.br/2019/08/situacao-volumetrica-dosreservatorios_19.html
Aesa estuda diminuir vazão para Acauã
https://www.maispb.com.br/404339/aesa-estuda-diminuir-vazao-para-acaua-apos-alerta-em-barragem.html