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Tecnologia Apropriada: Cisterna de Placas Pré-Moldadas
15/05/2013
Cisterna de placas - Imagem do Google
A partir das constatações do CPATSA acerca das limitações das tecnologias adaptadas e desenvolvidas na década de 80, aquele centro procurou redirecionar as suas pesquisas. A década de 90 presenciou o surgimento de várias iniciativas de pesquisa tecnológica voltada para a convivência da população do semiárido nordestino com a seca. Aquelas iniciativas de entidades de natureza diversa: órgãos públicos, entidades particulares, organizações não-governamentais (ONG´s). Estas últimas formaram uma rede de intercâmbio de informações sobre tecnologias para o semiárido do Nordeste. Dentre as ONG´s mais atuantes tanto na criação/adaptação de tecnologias quanto na sua difusão, está o Centro de Assessoria de Apoio aos Trabalhadores de Instituições Não-Governamentais Alternativas (CAATINGA), localizado no município de Ouricuri, na microrregião do Sertão do Araripe, no Estado de Pernambuco.
Banco do Nordeste / Fundação Joaquim Nabuco
Série Estudos sobre as Secas no Nordeste (6)
O Estado da Arte das Tecnologias para a Convivência com as Secas no Nordeste
Organizador: Renato Duarte – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco
Cisternas de Placas Pré-Moldadas
Os dois problemas de construção identificados na cisterna CPATSA foram as rachaduras nas paredes do tanque de armazenamento e a entrada de impurezas através do telhado da cisterna. Aqueles problemas foram eliminados no modelo de cisterna criado pelo CPATSA, que tem formato cilíndrico e é construído com placas pré-moldadas (Figura 12). As placas de formato côncavo são acopladas umas às outras até formarem um cilindro. Em seguida elas são amarradas com arame e rebocadas por dentro e por fora. A dilatação das paredes se dá por igual nas placas, evitando as rachaduras. A coberta feita de placas e ajustada à extremidade superior do cilindro impede a entrada de impurezas (CAATINGA, et. al., 1990, p. 8-9). A cisterna modelo CAATINGA pode armazenar até 50 mil litros de água e abastecer uma família de seis pessoas durante dez meses. O custo de uma cisterna com capacidade para 15 mil litros é de R$ 632,00 (preços de setembro de 1998).
Referência bibliográfica
CAATINGA et al.: a experiência da ONG CAATINGA no semiárido brasileiro , Ouricuri, 1980.
Tecnologia Apropriada – Cisterna Rural
15/05/2013
Cisterna Calçadão - Imagem do Google
Na década de 80, o principal centro de desenvolvimento de tecnologias voltadas para a agropecuária do Semiárido nordestino era o Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semiárido (CPATSA), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), localizado no município de Petrolina (PE). A criação e/ou adaptação de tecnologias de baixo custo para a agropecuária dependente de chuva absorveu uma parte considerável dos recursos humanos e financeiros do CPATSA no decorrer da década de 80. Tendo como base a avaliação de que a zona semiárida somente um terço dos estabelecimentos rurais com áreas inferiores a 200 hectares dispunham de recursos hídricos perenes, o CPATSA deu ênfase às pesquisas para a criação ou adaptação de tecnologias que proporcionassem maior estabilidade e eficiência às atividades agropecuárias dependentes de chuva (PORTO et al., 1990, p. 35).
Banco do Nordeste / Fundação Joaquim Nabuco
Série Estudos sobre as Secas no Nordeste (6)
O Estado da Arte das Tecnologias para a Convivência com as Secas no Nordeste
Organizador: Renato Duarte – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco
Cisterna Rural
A Cisterna Rural desenvolvida pelo CPATSA, denominada de Sistema de Aproveitamento de Água do Escoamento Superficial para o Consumo Humano (SAES-CH), consiste de três partes: a) o telhado da casa e/ou o próprio solo; b) tanque de armazenamento de água, subterrâneo; c) sistema de filtragem. Para ampliar a área de captação (AC), o CPATSA manteve o sistema tradicional que canaliza, através de calhas, a água de chuva que escoa do telhado da casa e acrescentou outra área de captação, que é o próprio solo, por onde a água escoa por gravidade para o tanque de armazenamento (Figura 3). Essa área pode ser protegida por uma gramínea ou por outros materiais como tijolos ou pedras rejuntadas, telhas ou lona impermeabilizante. O tanque de armazenamento da água (Ta) é subterrâneo, podendo ser feito de alvenaria com argamassa de cimento e areia, ou construído com lona impermeabilizante, tela de arame, argamassa de cimento e areia, ou simplesmente de lona plástica. O sistema de filtragem é formado por camadas de pedra, carvão vegetal, areia grossa e areia fina superpostas nesta ordem, de baixo para cima.
O dimensionamento da cisterna rural dependerá, naturalmente, de vários fatores, que vão da precipitação pluviométrica do local, ao número de pessoas a serem beneficiadas etc. O CPATSA realizou cálculos para o dimensionamento de cisternas de formato tronco-piramidal e concluiu que, para um volume útil de 50 m³ de água armazenada, a profundidade de 2,31 m e largura da base maior de 4,0 m é a que mais otimiza os volumes totais, pela diminuição das perdas durante o período em que a água estiver armazenada. O custo para construção de uma cisterna modelo CPATSA com capacidade para 30 m³ em uma área com precipitação pluviométrica em torno de 400 mm anuais foi estimado em US$ 520 (quinhentos e vinte dólares) a preços de junho de 1984 (PORTO et al., 1990, p. 40).
Referência bibliográfica
PORTO, et al., Pequenos Agricultores V: métodos de execução de sistemas integrados de produção agropecuária (SIP) . Petrolina: EMBRAPA, 1990.