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Convivência com semiárido é a saída para seca do Nordeste Publicado
Publicado em
17/06/2019 00h00
Atualizado em
19/11/2021 10h09
Representante da ASA defende Atlas das Águas como forma de acabar com a falta de água nas cidades.
IMPRENSA – RELEASE
03/07/2007
O representante da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), Roberto Malvezzi, defendeu que a convivência com o semi-árido é a solução para o problema da seca. Segundo ele, para acabar com a falta de água nas cidades é preciso adotar as políticas traçadas no Atlas das Águas do Nordeste, elaborado pela Agência Nacional de Águas (ANA).
Ele foi um dos palestrantes da audiência pública realizada na tarde desta terça-feira (5/7) pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara para discutir o Atlas das Águas do Nordeste e a convivência com o semiárido. A reunião foi articulada pelo deputado Iran Barbosa (PT-SE), titular da Comissão e presidente da Subcomissão Especial do Rio São Francisco.
No plano rural, Malvezzi disse que é preciso adotar as obras reivindicadas pela ASA. A Articulação do Semiárido Brasileiro propõe a captação de água de chuva para consumo humano e para produção, por meio de um leque de 40 tecnologias, como cisternas, barreiros e mandalas. A reforma agrária, o reconhecimento das terras indígenas e dos territórios das populações tradicionais são outras medidas indispensáveis para a convivência com o semiárido, defendidas por Malvezzi.
"O foco do governo na transposição do São Francisco é econômico. O foco dos movimentos sociais é no abastecimento humano, compreendendo a água como um direito humano fundamental", disse Malvezzi.
ACAMPAMENTO
Durante a audiência, Iran e Malvezzi manifestaram preocupação com o acampamento na cidade de Cabrobó, no Estado de Pernambuco. Eles afirmaram temer por um confronto entre a polícia e os ocupantes, especialmente os povos indígenas Trukás, que lutam pela retomada da área por entender que é território deles.
Mais de 1,2 mil pessoas ocupam, desde o dia 25 de junho, a área onde se pretende iniciar as obras de transposição do São Francisco. A União conseguiu, por meio de liminar, a reintegração de posse que está em vias de ser cumprida.
Malvezzi sugeriu que o Congresso Nacional crie uma Comissão para averiguar especificamente a questão indígena na transposição do Rio São Francisco. Ele e o deputado Iran Barbosa classificaram a ocupação de legítima e afirmaram que o Atlas para as Águas do Nordeste demonstra que é possível outras alternativas para acabar com a falta de água no Nordeste.
"O São Francisco não pode ser visto como a salvação para a seca no Nordeste. O rio sofre com a degradação e precisa ser revitalizado", disse o representante da ASA.
"O Atlas mostra que é possível atender um universo mais amplo de pessoas, a um custo menor, além de ser uma alternativa social melhor. Junto com as políticas traçadas pela Articulação do Semiárido, o Atlas oferece segurança hídrica para a região", afirmou Iran Barbosa.
Para o deputado, a reunião revelou que à transposição é inviável e que o melhor é implementar políticas públicas que permitam a convivência com o semiárido.
O superintendente de Planejamento e Recursos Hídricos da ANA, João Roberto Lutufo, explicou que o Atlas contempla 1.112 municípios com núcleos urbanos acima de cinco mil habitantes e mais 244 abaixo de cinco mil pessoas. "É uma fonte importante de alternativa", defendeu.
Já o assessor da Secretaria de Infraestrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional, Demetrios Christtofidis, defendeu a transposição como forma de desenvolver economicamente o Nordeste.
Obs.: Segue foto da audiência pública. Ao microfone, o representante da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), Roberto Malvezzi; ao lado, o deputado Iran Barbosa.
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