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Aditivo viabiliza uso de cana-de-açúcar na alimentação de gado
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02/08/2007
Uso da Cana de açúcar na pecuária - Imagem do Google
Da redação,
Agência USP
Pesquisa realizada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP em Piracicaba, avaliou às perdas associadas às leveduras que fermentam e transformam o açúcar da cana em álcool, quando a planta é picada e colocada em um silo para alimentação de gado. O estudo testou ainda a aplicação de aditivos químicos e biológicos nesse tipo de volumoso e conseguiu significativa diminuição na perda da silagem.
A utilização da cana-de-açúcar como matéria prima de ensilagem nunca foi uma alternativa das mais rentáveis para se alimentar bovinos, apesar de ser uma rica fonte de alimento para animais de corte e leite. Porém, a fermentação causada durante a silagem gera acumulo de álcool no processo, fator que limita o uso da cana na alimentação animal.
O estudo, feito pela equipe de Qualidade e Conservação de Forragens do Departamento de Zootecnia da Esalq, comprovou que 30% do volumoso proveniente de cana-de-açúcar se perde por conta da fermentação indesejável, mas com a aplicação desse novo método os prejuízos diminuíram para 10% a 12%. "A redução dos parâmetros fermentativos se mostrou eficaz após o uso de aditivos químicos e biológicos”, relata o zootécnico Patrick Schmidt, que pesquisou o tema para sua tese de Doutorado.
“No caso dos aditivos biológicos, foram utilizadas bactérias capazes de inibir as atividades das leveduras no processo de fermentação", destaca. Schmidt também mediu as perdas e a digestão de nutrientes junto aos bovinos. "O uso de aditivos na ensilagem, apesar da elevação de custo, propiciou 200 gramas a mais no ganho de peso diário de animais de corte, em comparação com silagens sem aditivos".
Nutrição
A presença de aditivos na ensilagem da cana-de-açúcar, além de contribuir para minimizar as perdas, preservou o valor nutritivo da forragem conservada. "O trabalho tem a vantagem de melhorar a qualidade e diminuir a quantidade da matéria que era perdida na forma de gás carbônico e etanol", aponta o pesquisador.
A tese de Doutorado de Schmidt foi premiada durante a 44ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia (SBZ), realizada entre os dias 24 e 27 de julho, em Jaboticabal (SP). O zootécnico recebeu o Prêmio Octavio Domingues pela tese Perdas fermentativas na ensilagem, parâmetros digestivos e desempenho de bovinos de corte alimentados com rações contendo silagens de cana-de-açúcar, defendida no Departamento de Zootecnia da ESALQ, com orientação do professor Luiz Gustavo Nussio .
De acordo com Nussio, além dos ganhos econômicos, a pesquisa apontou vantagens ambientais por intermédio do uso de produtos biológicos e de uma política conciliatória que equilibra a utilização da terra para fins cultiváveis. “Um hectare (10 mil metros quadrados) de cana alimenta entre 50 a 60 animais e uma pastagem para alimentar um número equivalente de bovinos ocuparia uma área de 40 hectares (40 mil metros quadrados)”, compara.
"A premiação é propicia ao momento atual, pois um estudo como este promove um equilíbrio saudável entre o homem e a natureza, num momento em que a cana vem dominando áreas de pecuária e pastagem", conclui o professor da Esalq.
(Com informações da Assessoria de Comunicação da Esalq)
Mais informações: (0XX19) 3429-4485 / 4477, na Assessoria de Comunicação
da Esalq
Agência USP de Notícias - 01/08/2007 16:50
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- 02/08/2007