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Pesquisadores de 24 universidades estudam impactos da lama da Samarco
Maior desastre ambiental da história do Brasil completa três anos em novembro. Ao todo, 500 pesquisadores avaliam a extensão dos danos provocados pelo rompimento da barragem.
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Por Mario Bonella, TV Gazeta
15/10/2018
Pesquisadores de 24 universidades estudam impactos da lama da Samarco — Foto: Rafael Zambe/ TV Gazeta
Pesquisadores de 24 universidades começaram um estudo multidisciplinar para avaliar a extensão dos danos provocados no Rio Doce pelo rompimento da barragem da Samarco. O maior desastre ambiental da história do Brasil completa três anos em novembro.
Os efeitos da lama são objetos do estudo que envolve 500 pesquisadores. Esta é a primeira fase do pejeto e a cada seis meses os resultados serão divulgados.
A coordenação da "Rede Rio Doce Mar" é da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). A Renova, fundação criada para reparar os danos do desastre ambiental, repassou R$ 120 milhões para a pesquisa.
Estudo
O caranguejo é capturado no mangue. Depois, os biólogos retiram partes do corpo do animal e congelam em nitrogênio líquido. Esse material será levado para análises em laboratórios.
"O principal benefício é a liberação da pesca, principalmente, porque se for constatado que o ambiente está limpo, provavelmente os tomadores de decisão aqui do Espírito Santo vão liberar a pesca", disse o pesquisador Márcio Gehis.
No mangue, também tem gente pesquisando o tamanho as árvores e as folhas. "Nós vamos ter também equipamentos que vão fazer o controle da inundação desse manguezal, onde nós podemos compreender até onde essas contaminações podem chegar nas diferentes áreas de manguezal", explicou a oceanógrafa, Mônica Maria.
Pesquisadores de 24 universidades estudam impactos da lama da Samarco — Foto: Rafael Zambe/ TV Gazeta
Dentro do rio, o biólogo arma redes de pesca. Os peixes também serão analisados em laboratório. Pássaros que vivem perto do rio, do mangue e do mar também serão analisados.
Os pesquisadores tiram as penas e sangue e depois soltam as aves. "Aves que comem só peixe, aves que que comem invertebrados, pequenos vertebrados, então esse tipo de amostragem que nós buscamos. Essas amostras que estarão depositadas em coleção e réplicas em acervos cientificos vão estar fomentado estudos futuros", falou o biólogo Cristian Joenk.
Pesquisadores de 24 universidades estudam impactos da lama da Samarco — Foto: Rafael Zambe/ TV Gazeta
Barcos que participam da pesquisa também são usados para recolher amostras. Um deles foi a Guarapari e também vai a Abrolhos, na Bahia, coletar corais.
Em Linhares, eles capturam plancton, que são microorganismos que vivem na coluna d'água. "A gente coleta, além da base da cadeia alimentar, camarões, peixes que se alimentam do plancton, e peixes predadores que se alimentam de outros peixes porque isso pode afetar todos os níveis seguintes, inclusive os humanos", explicou a oceanógrafa Joseane Marques.
"Eu posso comparar os grupos que estavam presentes antes da lama e após da lama. e alem disso eu consigo descobrir também de que forma essa alteração está interindo no meio ambiente", disse o microbiologista, Hugo de Jesus.
A pesquisa vai analisar todos os ambientes por onde a lama passou, ao longo dos últimos 3 anos.Os dados de todos os estudos serão integrados. A cada seis meses, os resultados serão divulgados.
"Essa pesquisa é totalmente inédita no Brasil, uma vez que, ela integra diferentes áreas e analisa de uma forma completa todos os ambientes da bacia do rio doce e da região costeira adjacente. uma avaliação feita por uma rede constituída por instituições públicas, universidades o que dá uma credibilidade muito grande para a população", concluiu o oceanógrafo e pesquisador Adaldo Bianchini.
Pesquisadores de 24 universidades estudam impactos da lama da Samarco — Foto: Rafael Zambe/ TV Gazeta
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