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Município de Três Marias atesta qualidade da água captada na Bacia do Rio São Francisco
Secretário de meio ambiente contesta relatório divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica, que indicou concentrações de ferro, manganês, cromo e cobre acima dos limites máximos permitidos na legislação.
23/03/2019
A Secretaria de Meio Ambiente de Três Marias, no Noroeste de Minas, afirmou nesta sexta-feira (22) ao G1 que análises da água do Rio São Francisco continuam sem registros de resíduos da lama da barragem da Vale em Brumadinho, que se rompeu no dia 25 de janeiro deste ano.
Segundo o secretário, Roberto Coelho, as análises são feitas diariamente e cerca de 35 mil habitantes são atendidos com a água captada e tratada no município. “Nós verificamos diariamente estes dados. A água continua própria para ser consumida. Ela é captada, tratada e distribuída para cerca de 35 mil habitantes”, diz Coelho.
O secretário deu a declaração sobre a potabilidade da água após a divulgação de um relatório da Fundação SOS Mata Atlântica, que afirmou que a lama de Brumadinho já chegou à Bacia do Rio São Francisco.
Coelho afirma que a Fundação não é o órgão responsável no município para fazer a análise e não tem nenhum registro de que o estudo feito pela SOS Mata Atlântica tenha sido acompanhado pelos órgãos oficiais.
“Nós contestamos, pois temos a Copasa, prefeitura, Igam e o Comitê de Bacias que acompanham diariamente as análises. Estes órgãos atestam a qualidade da água. Caso a lama chegue, o que é pouco provável, nós seremos os primeiros a divulgar para a população”.
A Agência Nacional das Águas (ANA) também não concorda com os dados apresentados pelo relatório. Segundo a ANA, os rejeitos da barragem da Vale em Brumadinho nem chegaram ainda na Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, que fica rio acima, a 29 Km de distância de 3 Marias.
Relatório
A Fundação SOS Mata Atlântica realizou coletas de água entre os dias 8 e 14 de março no Rio Paraopeba até o Alto São Francisco. De acordo com a Fundação, nove desta coletas foram feitas dentro do Reservatório de Três Marias.
No resultado divulgado nesta sexta-feira, a Fundação afirma que foram detectadas concentrações de ferro, manganês, cromo e cobre acima dos limites máximos permitidos na legislação.
Após a divulgação do relatório, a coordenadora da rede das águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, também conversou com o G1 e disse que a qualidade da água no Reservatório de Três Marias se encontra em condição regular, o que ainda é permitido para o consumo, mas que é estado de alerta.
“Nossos dados são independentes, porque a sociedade não confia nos dados oficiais, desde o que ocorreu em Mariana afetando a Bacia do Rio Doce. Então estamos à disposição da sociedade para mostrar e explicar os dados deste relatório”.
Malu Ribeiro entende ainda que os 12 pontos de coleta para análise de água da Fundação e as do governo estadual, ainda são poucos para estudar a qualidade da água de toda Bacia do São Francisco. “Estes pontos são insuficientes, mas são metodologias de análise que se complementam. Ao nosso ver, o trabalho deve se estender por todas as cidades até o início do Reservatório de Três Marias”.
Via G1 Grande Minas
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