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Mais de dez cidades do Centro-Oeste de MG devem ter nascentes do Rio São Francisco revitalizadas até 2020
Publicado em
20/11/2018 00h00
Atualizado em
08/11/2021 11h43
Ao todo, 554 nascentes serão protegidas em todo o estado nos próximos dois anos, segundo Seapa.
Por Matheus Garrôcho, G1 Centro-Oeste de Minas
18/11/2018
Obras de revitalização das nascentes serão feitas em pelo menos 14 cidades do Centro-Oeste até 2020, segundo secretaria de Agricultura do Estado — Foto: Divulgação/Governo de Minas
O programa de revitalização das sub-bacias do Rio São Francisco em Minas Gerais deve proteger e revitalizar nascentes em pelo menos 14 cidades do Centro-Oeste do estado até 2020. Os dados foram repassados ao
G1
pelo superintendente de desenvolvimento social e ambiental da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Rodrigo Carvalho Fernandes.
O trabalho de revitalização das bacias do rio é realizado há 10 anos, através de uma parceria entre a secretaria, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater–MG) e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf). O investimento total é estimado em R$ 50 milhões.
Até 2020, a Seapa prevê que sejam revitalizadas e protegidas 554 nascentes em pelo menos 45 municípios de todo o estado. Dentre eles, estão Abaeté, Araújos, Arcos, Perdigão, Leandro Ferreira, São Francisco de Paula, Tapiraí, Divinópolis, Japaraíba, Pedra do Indaiá, Medeiros, Santo Antônio do Monte, São Gonçalo do Pará e Martinho Campos.
De acordo com o superintendente , as obras serão concentradas nos afluentes do “Velho Chico” e serão feitas nas seguintes etapas:
- Proteção de nascentes;
- Construção de barriguinhas;
- Terraços;
- Adequação ambiental de estradas rurais próximas às nascentes.
Porém, nem todas as cidades terão as mesmas obras devido aos estudos de viabilidade feitos pelos responsáveis pelo projeto.
“70% da quantidade de água do Velho Chico está no estado. É primordial a preservação, pensando também na transposição. Além de conservar recursos hídricos, o rio é fundamental, também, na agricultura. Logo, além da parte ambiental, há a parte social e econômica”, destacou Fernandes.
Nos últimos 10 anos, foram investidos cerca de R$ 23 milhões em obras de revitalização, segundo a assessoria da secretaria. Durante este período, foram realizadas e concluídas obras de revitalização em 569 nascentes em 113 municípios mineiros. Destes, seis ficam no Centro-Oeste: Maravilhas, Papagaios, Onça de Pitangui, Pará de Minas, Itaúna e Divinópolis.
Segundo o assessor técnico da secretaria de Agricultura, Roberth Rodrigues e Silva, as intervenções realizadas até agora integram a terceira fase de execução do programa, promovem a infiltração de água no solo e melhoram a qualidade e a quantidade de água nas sub-bacias do São Francisco.
“Nas duas primeiras fases, os municípios atendidos estavam concentrados na região Norte do estado. Agora a maioria dos municípios que receberam as obras está localizada na porção Sul da bacia do São Francisco, que compreende a região Central de Minas”, relatou.
Programa
O programa de revitalização teve início em 2008, quando foi assinado o convênio entre o Governo de Minas e o Ministério da Integração, responsável pelo Codevasf. Entre 2008 e 2010, quando foi realizada a primeira fase do programa, foram investidos R$ 10,8 milhões em 35 municípios mineiros.
A segunda fase investiu outros R$ 6,5 milhões em 39 municípios entre 2010 e 2016. Já a terceira fase, iniciada em 2017, investiu R$ 5,5 milhões em outros 39 municípios até outubro deste ano.
Rio São Francisco
O Rio São Francisco é um dos mais importantes da América do Sul e o único grande rio genuinamente brasileiro. As águas testemunharam o desenvolvimento do Brasil e cortam serras, matas e vales.
Com mais de 2.700 km, ele corta os estados da Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e ainda uma pequena parte do território de Goiás e do Distrito Federal, contida na Região Hidrográfica do rio, o que dá a ele o título de maior rio totalmente brasileiro, com uma bacia que abrange 504 municípios.
Na Serra da Canastra, em São Roque de Minas, ele percorre 14 quilômetros até cair na cachoeira Casca D’Anta, onde inicia a jornada para o Sul e em seguida muda o curso para o Nordeste do Brasil.