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Homenagens aos protetores das águas marcam a abertura da XXXV Plenária Ordinária e XXI extraordinária do CBHSF
Assista ao vídeo e veja a sequência de fotos sobre o evento, no endereço abaixo
06/12/2018
O auditório do Hotel Dubai, em Montes Claros, esteve lotado para a abertura do XXV Plenária Ordinária e XXI Extraordinária do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), nesta quinta-feira 06.
Com o tema Biomas Brasileiros, a Plenária é um momento de reunião dos trabalhos realizados ao longo do segundo semestre do 2018, bem como o planejamento estratégico para o próximo semestre. Neste sentido, os membros do CBHSF e membros dos Comitês de Bacias regionais discutirão temas relativos à preservação do Rio São Francisco e, consequentemente dos biomas brasileiros, sobretudo o cerrado e a caatinga, em processo acelerado de degradação.
Na abertura, o presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, fez um balanço do trabalho do CBHSF no ano de 2018. “Chegamos a XXXV Plenária Ordinária e XXI Extraordinária com resultados positivos, foi um ano intenso, com muito trabalho, dificuldades e vitórias. O modelo democrático e participativo construído na gestão do sistema de gestão de águas brasileira é fruto do amadurecimento da sociedade, uma sociedade complexa e desigual. Neste sentido, o Comitê é o próprio mosaico do retrato do Brasil, que busca conciliar interesses de diferentes usuários, preservando em primeiro lugar, o abastecimento humano. Os avanços são expressivos e é um modelo que está funcionando bem. Mudar a cultura, construir consensos e praticar a democracia não é fácil, daí se dá a importância do Comitê na gestão das águas”, ressaltou o presidente.
Anivaldo Miranda, reconheceu a necessidade de se agilizar e ampliar capacidade de execução do orçamento do Plano Plurianual do Comitê. “Para tanto, já estamos caminhando para ampliação de convênios com Fundações e Universidades. Estamos trabalhando em novos editais em projetos hidroambientais e de elaboração de Planos Municipais Saneamento Básico para os municípios inseridos da Bacia”, disse.
Outro ponto destacado pelo presidente do CBHSF diz respeito a participação do Comitê de forma crítica e construtiva no projeto de transposição do Rio São Francisco. “O Nordeste depende em 70% da disponibilidade hídrica do Rio São Francisco, por isso a necessidade não só da transposição, mas da revitalização da Caatinga, que está sendo devastada e de um projeto nacional para o semiárido com políticas de incentivos em energia solar. E, finalmente após diálogos intensos com diversos usuários da água foi aprovado o valor da cobrança pelo uso da água. Outro avanço é a criação da Câmara Técnica de Águas Subterrâneas”, destacou o presidente, declarando aberta a Plenária.
Medalha Velho Chico
O CBHSF promove anualmente a Medalha Velho Chico como forma de reconhecimento público àqueles que contribuem para a preservação e defesa do Velho Chico. Pessoas que dedicam suas inspirações e transpirações para despertar no outro o significado e valor das águas e do Rio São Francisco para todos os brasileiros, mas, sobretudo para aquelas populações que dependem delas no sentido simbólico, cultural e de sustento para as comunidades. Os homenageados foram escolhidos pela relevância dos trabalhos desenvolvidos em defesa da preservação do rio. Conheça os homenageados.
Adair Divino da Silva (Bem-ti-vi), prefeito em terceiro mandato no município de Três Marias. Já atuou como presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica do Entorno de Três Marias. Seja como gestor público e ou como membro do Comitê, Bem-ti-vi, sempre atuou como um defensor das causas hídricas e do Rio São Francisco. “Muito obrigado por essa medalha, me sinto honrado e grato a esse Comitê”.
Paulo Araújo (Paulão), músico e poeta das causas sociais em defesa do São Francisco, à frente do grupo musical Morão di Privintina. Nascido em Bom Jesus da Lapa, no sertão baiano, vivenciou, desde menino, as ricas tradições culturais do Médio São Francisco e o fervor religioso da população local e dos romeiros, que, todo ano, chegam aos milhares para visitar o santuário local. Levou estas referências para a sua obra musical, que inclui canções como Nobre Barranqueiro, Cama de Quiabento e I-Margem. Esta última, uma canção de feitio romântico é um manifesto em defesa da natureza, foi selecionada para compor a trilha sonora épica da novela Velho Chico, da Rede Globo. O músico agradeceu a homenagem cantando uma bela canção que emocionou os participantes.
Israel Barreto Cardoso, presidente da Associação dos Condutores de Barcos da ilha do Rodeadouro, Israel Barreto representa o setor de hidroviários no Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Israel, através da Associação fundada há cerca de 30 anos, realiza o transporte de passageiros e turistas para a Ilha do Rodeadouro, que fica em Juazeiro. Israel Barreto é um bravo defensor do Velho Chico, não só pelas condições de navegabilidade, mas porque sabe que dele dependem as populações ribeirinhas.
Lívia Tinoco, procuradora da República, atua no Estado de Sergipe em defesa do meio ambiente, do patrimônio cultural, do consumidor e das minorias étnicas, em especial índios e quilombolas, por meio da Fiscalização Preventiva Integrada. “Agradeço a autonomia do órgão que trabalho. Muito obrigada”.
Sonáli Cavalcanti, engenheira civil, gerente do departamento de recursos hídricos da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco. Representante das Concessionárias e Autorizadas de Geração Hidrelétrica na Câmara Técnica de Assuntos Legais e Institucionais – CTIL do Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH desde janeiro de 2001 até a presente data. Representante da Chesf no Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – CBHSF desde a sua criação até a presente data. Representante da Chesf no Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Alagoas, desde janeiro de 2001 até a presente data. Participação ativa no processo de elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos e do Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. “Tenho a honra de trabalhar com energia e divido essa medalha com todos os colegas de trabalho”.
Mário Mantovani, geógrafo, especialista em recursos hídricos e ambientalista, um amante da natureza que trabalha em prol do meio ambiente há quase 30 anos. Na Fundação SOS Mata Atlântica desde 1991, coordenou a maior campanha de mobilização em prol da despoluição do rio Tietê e posteriormente o Núcleo União Pró Tietê. É responsável pela criação da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente e pela implementação de Consórcios Intermunicipais de Meio Ambiente. Desenvolveu vários projetos e campanhas e atualmente é diretor de políticas públicas, atuando em prol do fortalecimento da Frente Parlamentar Ambientalista e das Frentes Parlamentares Estaduais da Mata Atlântica e fomento aos Planos Municipais da Mata Atlântica.