Notícias
Com captação de água suspensa no Rio Paraopeba, Justiça questiona Vale sobre abastecimento
24/10/2019
Imagem do Google
A captação de água no Rio das Velhas e o abastecimento em Belo Horizonte e na região metropolitana são tema de mais uma audiência no processo que apura os danos causados pela Vale com o rompimento da barragem de rejeitos da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, em janeiro deste ano. A audiência entre a Vale e a Justiça está marcada para esta quinta-feira (24), a partir de 13h.
Desde o rompimento da barragem, a captação de água no Rio Paraopeba está suspensa, uma vez que o rio foi atingido pela lama de rejeitos. Um novo ponto de captação está sendo construído pela Vale, após determinação judicial.
Na última semana, o juiz Elton Pupo Nogueira ouviu três testemunhas sobre o nível de reserva de água do Sistema Paraopeba, a atual captação no Sistema Rio das Velhas e o eventual risco de racionamento de água na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O juiz determinou ainda que a Vale se manifestasse sobre o impacto das outorgas de água que a empresa possui no Rio das Velhas, devendo demonstrar se toda a água que utiliza retorna para o rio. Essas informações devem estar inseridas no processo até esta quinta.
O juiz Elton Pupo Nogueira espera que a mineradora apresente provas de que a captação de água não está causando danos ambientais para o Rio das Velhas. Ainda nesta quinta, o magistrado ouvirá relatos sobre os danos causados à fauna.
A reportagem procurou pela mineradora Vale e aguarda retorno.
Racionamento
Procurada para falar sobre a possibilidade de racionamento, diante da captação suspensa no Rio Paraopeba e da falta de chuva significativa neste mês de outubro, a Copasa informou, por meio de nota que, "caso seja identificada a necessidade de qualquer tipo de restrição de abastecimento, a empresa será a primeira a vir a público para compartilhar as informações e orientar as pessoas". E ainda que "está cobrando rotineiramente da Vale o cumprimento das obrigações já assumidas judicialmente, além de outras ações necessárias, para que a população da Região Metropolitana de Belo Horizonte não seja penalizada", concluiu.
Leia mais:
Rio das Velhas, responsável por abastecer BH, enfrenta a maior seca da história
Cadê a chuva? Precipitação não passou de 2% do previsto para outubro em seis regionais de BH