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Baronesas na foz do São Francisco, sem ações de controle, seguem em expansão acelerada
Sem qualquer ação de controle e erradicação, os bancos de baronesas, conhecidos na região como balseiros, são os indicadores inquestionáveis da situação crítica da qualidade da água, além de causar inúmeros outros impactos, como aos ecossistemas naturais, à biodiversidade e à navegação.
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Canoa de Tolda
26/11/2019
O quadro socioambiental do Baixo São Francisco, desde 2013 com vazões abaixo de 1.300 m³/s (valor mínimo estabelecido pelo Plano de Recursos Hídricos do Rio São Francisco), a cada dia se agrava com o descontrole de organismos diversos que encontram situação favorável para sua propagação. É o caso das baronesas ( Eichornia crassipes ) que já ocorrem na região da foz do rio há vários anos (sem que nunca tenham sido objeto de programas de monitoramento, controle e erradicação).
A cada dia os bancos de balseiros são maiores e mais numerosos. Foto | Doca Pescador – Rede InfoSãoFrancisco
Nos últimos dias, com o aumento da vazão para cerca de 1.900 m³/s (dados CHESF – Companhia Hidro Elétrica do São Francisco) para as manobras da canoa Luzitânia, a força das águas – junto com as marés da foz – desalojou uma grande quantidade de bancos de baronesas que, além de ocupar o canal principal a jusante de Penedo, AL e Neópolis, SE, causaram quase que obstrução completa dos inúmeros canais secundários.
De imediato, a navegação está prejudicada, em particular a linha transversal de ligação entre os municípios de Brejo Grande, SE e Piaçabuçu, AL. Como a região tem marés significativas da ordem de 1,80 m, chegando a 2,00 m nos eventos maiores (sizígia), ocorrem depósitos consideráveis de massas de baronesas nas margens, causando dificuldades de acesso à água e convívio das populações com o Velho Chico.
Com marés de maior intensidade, os bancos são removidos das margens deixando visível um problema que não é objeto de qualquer ação por parte da sociedade em geral. Foto | Doca Pescador – Rede InfoSãoFrancisco
De forma recorrente, há anos, o problema é ignorado. Prefeituras, governos dos estados de Alagoas e Sergipe, e o governo federal seguem passivos. Sem quaisquer programas de ações específicas para o combate e erradicação da espécie invasora exótica (que encontra situação extremamente favorável à expansão em águas com material orgânico de lançamentos diversos, como esgotos) a perspectiva é de um colapso ambiental em prazo não muito longo.