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O SERTÃO FRUGAL E VERDADEIRO – Crônica de uma convicção
Manoel Dantas Vilar Filho (Manelito)
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Sindi - Imagem do Google
APRESENTAÇÃO
O engenheiro e agropecuarista Manoel Dantas Vilar Filho, o Manelito é, sem dúvida alguma, um nacionalista sertanejo sem igual. Orgulhoso com esse título recebido dos seus conterrâneos vem procurando, há muitos anos, exercê-lo de forma exemplar. Nascido em Taperoá, no estado da Paraíba, Manelito tem-se esforçado para demonstrar que é possível viver, com muita dignidade, no ambiente seco do sertão nordestino. Primo e sócio de Ariano Suassuna, fala com autoridade de ser, no Nordeste, um dos pioneiros na criação de gados de dupla função (carne e laticínios) oriundos de pré-desertos da Ásia, notadamente o Guzerá e o Sindi, bem como no aprimoramento de raças de pequenos ruminantes, Ovinos e Caprinos, estes últimos batizados por eles de Cabras Ibero-Brasileiras, vermelhas, brancas, negras e azuis. Para o sucesso de sua criação, utiliza o potencial florístico existente na propriedade, associado a outras xerófilas forrageiras trazidas de países de clima semelhante ao do Carirí paraibano, a exemplo da palma e dos capins buffel e urocloa. Ele costuma indignar-se com as instituições públicas brasileiras que, na sua ótica, elaboram as políticas iludindo o pequeno produtor rural, já tão sacrificado. Manelito está convencido de que a opção pelas cabras nativas - rebanho que se cria sozinho na caatinga nordestina, desde quando foi trazido da Europa pelo colonizador português há 500 anos atrás - garante a preservação e a rusticidade dessas raças e poderá trazer ao homem nordestino a chance de conviver, de forma harmoniosa, com essa faixa de terra tão arredia a seus habitantes.
Recife, março de 2002
João Suassuna
Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco
Artigo do Eng. Manoel Dantas Vilar Filho
Artigo 2 do Eng. Manoel Dantas Vilar Filho