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Guzerá arcaico 2: o meio-ambiente leva ao Guzerá, artigo de Manuel Dantas Vilar Filho (Manelito)

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Publicado em 17/06/2019 00h00 Atualizado em 11/11/2021 16h20

Quando tive de largar as atividades urbanas para vir, por consenso dos irmãos, assumir as fazendas, além da confiança que tinha na sabedoria e no caráter do “Velho” (pai) e do que já tinha aprendido como amador e amante (“o comércio, às vezes, quer outra; mas pra criar aqui, o melhor é Guzerá...”), os exercícios de lógica da minha cabeça de engenheiro – fazendo-me indagar mais, e conferir tudo – coroaram a decisão excludente, de ser o Guzerá, a raça que deveríamos continuar criando aqui na caatinga.

            Foi muito bom poder juntar às coisas do sentimento e da sublimação de saudades, novas informações objetivas, para o trabalho e a responsabilidade do silvo-pecuarista em que, então, fui convertido, em tempo e empenho integrais, até hoje.

            Matamos as grandonas e tardias Indubrasil da outra Fazenda, cancelamos os cruzamentos, mesmo que leves, com Simental ou Schwyz da outra e fui eliminando as mestiças preexistentes, à medida que a compreensão de Seu Joãozinho de Abreu, nos anos seguintes, nos cedia quase uma centena de prolíficas e longevas Guzerás.

            Os nomes das raças de plantas e de animais, desde galinhas até os maiores, incluem, sempre, uma referência geográfica, do lugar onde nasceram ou foram feitas, insinuante da conciliação essencial, entre bicho vivo e latitude, numa relação de causa versus efeito. Bastava isso na minha cabeça, para acender uma rejeição a pseudocosmopolitismos e logo concluía que, num país fisiograficamente tão diverso, não caberiam vacas Hereford e Holandesa, ou outras “raças melhoradas”, desde o Rio Grande do Sul friorento, até a Amazônia quente e úmida, sobrepassando o Cariri seco de Taperoá (PB). Nada do erro básico como prescrevia, por exemplo, o Manual de Crédito Rural, pedindo, conceitualmente, um mínimo de ¾ de sangue desses tipos, para financiar um produtor, ou capins em moda, nativos do extremo sul, que me sugeriam plantar.

            Aliás, desde a Engenharia Sanitária, eu já tinha aprendido que não prestava “adotar sem adaptar”, tecnologias e procedimentos de outros mundos, respeitando a lição do estadista paraibano (1926) João Suassuna: “Somos um povo, sugestionado pela política inferior dos decalques...”. Em Engenharia é, até, mais simples, do que na vivência sob o sol.

            Dependente das secas e da pecuária de ruminantes, parti para a eliminação das lavouras anuais lotéricas. A apreensão de textos lidos, constatações de experiência vivida, um certo inconformismo e disciplina de pensamento, além de analogias (fui importar capins perenes africanos, da Austrália), levaram-me a construir a radicalidade que alcancei, centrada no Guzerá. Esta “radicalidade” implicando em raiz – firmeza não sectária e com consistência – deixa-me pacificado e até apto a driblar alguma impaciência, dessas que o tempo cansador agrega em quem leva a vida arengando com a dúvida e os erros, e querendo o certo também pros outros, numa região sem base tecnológica estudada, sob equívocos institucionais cruéis, que foi rebaixada a uma prioridade político-social secundária. Por isso é uma região desencontrada, como suas chuvas.

Vou contar mais desse caminho e suas veredas, o que me valeu, e ainda vale, como quem continua depondo a favor de sua fé, para amigos de bom gosto e juízo, dos vários que tenho. Pode servir a alguém.

            1) – No tempo das ações intuitivas, do 6° sentido e do “olho vivo” dos criadores, o grupo do Guzerá, e não outro, predominou, nas importações feitas da Índia, após as iniciativas imperiais de trazê-lo para as fazendas de café do Rio de Janeiro. Logo aí, revelou-se que Zootecnia não é somente um exercício linear de aritmética. Como as Artes, ela incorpora importantes nuances imateriais, subconscientes, da harmonia, do enxergar e do sentir, até porque grandeza não é uma lição; é um instinto.

            Devido a muitas circunstâncias, o lastro expandido de fêmeas foi misturado com touros Gir, para fazer orelhas ainda maiores nos produtos. A orelha foi transformada em referência de valor e modernidade (ahh! – as modernidades!). O rebenque que açoitava o burro dos mascates era graduado, e tantos centímetros mais a orelha tivesse, “melhor era” e tantos contos de réis a mais valia o bicho. Negocistas de imediato contrapunham à orelha miúda do gado colonial em processo negativo de adaptação, essa noção de raça, raçado, raçudo e, portanto, do bom. Zootecnia cabocla, atirando no escuro, acertada no geral, mas equivocada no varejo.   

   

            Além da quase dizimação do Guzerá superior, produziu-se um “monstrengo zootécnico” – expressão do livro de um professor sóbrio – de ossos e peito enormes, sem rusticidade e sem leite, de herdabilidade frouxa, de baixo rendimento de carcaça, orelha medida em palmo... porém grande. E isso rendeu dinheiro, até que se atalhasse mais um desvio da condição humana, o que, apesar das anomalias, até ajudou a espalhar o Zebu no país todo.

            Desconfiei, desde aí, que se fez confusão, entre os conceitos de “volume aparente” e “peso específico”, aprendidos quando estudei Química, nas conversas estereotipadas dos modistas, volúveis, por si. A diferença que vale em Química é a mesma para Boi, pra Bode e pra Carneiro. Nessa área, a virtude não está, mesmo, no extremo; mais do que noutras, os valores são relativos.

            O Induberaba foi saindo das fazendas, com a chegada da balança e pelo senso crítico e senso da proporção, remanescentes. Com certeza, no Brasil, o Guzerá salvou-se à custa de uns poucos iluminados. Bem dizem que a humanidade não evolui aos pulos e corrige descompassos em pequenos avanços, desproporcionais à quantidade de esforços de toda ordem, mobilizados para tanto.

Hoje, se alguém simplesmente me fala, que tem um “boi graaaande” ou um “bode grande” e nada mais acrescenta, saio de mansinho, acrescentando para mim mesmo: “é ruim...!”. Preferia que fosse um hipopótamo, sincero!

            2) Um artigo do lúcido Zootecnista T.R. Preston (1972), treinado nas colônias inglesas da África e Austrália, chamado “Estratégia para a Produção de Bovinos nos Trópicos” me deu jóias de entendimento e de convicção, aclarando, em linguagem e método de especialista, o cerne do que ouvia desde menino e do que sentia depois de grande, até por natureza refratária à neve. Está escrito lá:

            “Por acaso os trópicos não se prestam, realmente, para a criação de animais, ou há outras razões, mais fundamentadas, para a evidente falta de progresso, na produção animal dessas regiões?”

            “...os trópicos, longe de serem inadequados para o desenvolvimento pecuário, oferecem possibilidades de rendimento por unidade de área e viabilidade econômica, que superam, em muito, as perspectivas atuais e mesmo futuras, dos países de clima temperado.”

            “...o atraso do desenvolvimento pecuário nos trópicos, não reflete uma falta de potencial, mas, simplesmente, a falta de uma tecnologia apropriada a essas regiões.”

            “...a natureza dos alimentos para animais, o tipo de bovinos...diferem materialmente, dos que estamos acostumados a ver nos países de clima temperado.”

            Preston ressalta e descreve funções do rúmen, que afastam os animais da concorrência com os humanos pelos nutrientes pré-formados dos cereais; salienta o uso da cana-de-açúcar como alimento animal, pela vantagem de ser cultura tropical perene, não anual, dada a chuva irregular, de elevada fotossintetização e fácil fermentação, para a síntese microbiana ruminal. Depois, tratando dos “Sistemas de Exploração”, condena a divisão das raças em produtoras de carne ou produtoras de leite:

            “...Essa crença é, não só a que se ensina nos compêndios de Zootecnia, como a que, em geral, se pretende que seja a forma mais eficaz de satisfazer nossas necessidades em leite e carne bovina.”

            “...essa separação e especialização não é o procedimento mais correto.”

            “...a base de toda a estratégia racional, é considerar as duas produções conjuntamente.”

            Ao final, supondo que se precise de 50 kg de carne (o Brasil consome, hoje, 31 kg) e 180 kg de leite (o Brasil consome 105), por pessoa e por ano, demonstra que bastariam 7 l/dia de cada vaca (2 do bezerro e 5 da pessoa) e uma cria a cada 14 meses (200 kg), para abate. Ou seja, partindo da relação de uma demanda farta, fundamentou tecnicamente o conceito da dupla função, carne e leite da mesma vaca, no mesmo curral, longe do luxo para importadas de hemisférios inversos. Aliás, como já operava, rudemente, a realidade pecuária brasileira, carente de melhoramento e sustentação, longe da “Tabela de Morrisson”, livro-texto de formulação de rações adotado aqui, placidamente embora que feito para animais de clima temperado, no clima temperado.

Esse ensaio, de lógica e relativismos, além de retocar meu raciocínio, assanhou a mania de grandeza com meu país, com a Civilização do Couro do Nordeste e com os Guzerás verdadeiros. Em primeiro lugar, reconhecendo diferenças naturais, considerava a comida e a raça das vacas, simultaneamente, numa mesma equação. Depois, declarava por decorrência, a superioridade do Brasil sobre esses lugares esquisitos que têm a terra congelada durante um terço do tempo, tendo que amontoar dentro de casa, seus filhos e seus animais, enquanto, lá fora, a fome do resto do mundo cresce. Por fim, condenava o que se faz aqui – por decalque servil e atitude alienante – no ensino das escolas, onde passam aos meninos, ainda sem antídoto ou anticorpo – que pecuária é carne de um lado e leite do outro, para vacas e cabras, a serem alimentadas senão pelas tabelas de Morrisson, pelas do NRC ou Sistema Cornell.

            Isso sempre me intrigou, pelo que significa de menosprezo intrínseco aos majoritários zebuínos brasileiros. Com as cabras, então, é pior: leite ou carne, ignorando a pele das Ibero-brasileiras, mais valorizadas que a carcaça, que o ambiente do Nordeste qualificou superiormente. Nelas, a função econômica é tripla.

            Por não ter conhecido de perto, talvez, Preston não chegou até esses indianos puros, já melhorados no Brasil. Se tivesse atuado também aqui, juro que tinha ido parar no Guzerá, pelo leite bastante, pelo crescimento compensatório da carcaça, pela valentia na conversão dos vegetais e pela eficiência reprodutiva. Sem dúvida, é um saxônico corrigido pelo ambiente e pela honestidade da mente em relação a outros mundos, o que é uma novidade. Na ministração de sapiência tropicalista, é mais brasileiro que a maioria dos doutos que proliferam nos seminários e congressos!

            3) Coisa boa e animadora é reler o artigo junto ao resumo do Controle Leiteiro Oficial: média de quase 12 kg/dia (70% na ordenha cedo e 30% à tarde), em mais de 800 lactações mensuradas, predominantemente de vacas novas, comendo nos pastos de capim Buffel (feno) enquanto existe, ou palma, ureia e bagaço hidrolisado na cocheira e uma suplementação frugal, na hora de ordenhar. O teor de gordura médio é 5,8% - e não os 3% das vacas pretas. E o peso vivo, no encerramento, é de 486 kg, batendo em cima do teto australiano de 500 kg para matrizes. A idade ao primeiro parto já chegou à média anual de 34 meses e o intervalo entre partos a menos de 15, embora oscilem para mais, quando a seca é sucessiva e não se tem apoio institucional para encará-las. Em regiões menos brabas, de capins mais regulares, se terá leite mais que o bastante, custando até 25 centavos de real o litro de um bezerro marrudo, a cada ano, para recriar pouco e abater cedo, sempre no pasto. Atende à equação da demanda e à racionalidade. Não ordenhar Guzerás é uma improbidade, ideológica e mental.

            4) Preston não veio cá, nem estudou Guzerá. Mas, um aluno brasileiro seu, Leovigildo de Matos, da EMBRAPA (CNPGL) voltou de lá e da Austrália, publicando sobre produção de leite, para o seu e o meu país, o seguinte:

            “...Dentro do ambiente econômico de busca de eficiência para competir no mercado, o produtor de leite deverá, então, substituir a velha equação “produção máxima = lucro máximo” por outra, expressa da forma: “nível de produção ótimo = lucro máximo”.

            Ele deve saber bem de Guzerás de função dupla, refugando implicitamente as holando-americanas e canadenses e, também no leite, encontra o conflito entre volume aparente e rendimento, quando conclui o estudo, deselogiando as grandalhonas:

            “ A melhor eficiência alimentar permite manejar pastagens com um número maior de vacas de menor porte e, consequentemente, obter maiores produções por área pastejada. Além disso, vacas de maior peso adulto, tendem a ter maior vida produtiva, melhor eficiência reprodutiva e menor incidência de problemas no período periparturiente...”

            5) Vieram da Ásia, do século 19 até hoje, apenas 6 mil e poucos zebuínos, contra mais de um milhão de Bos taurus, mediante importações renovadas com frequência sistemática. (Basta analisar, hoje, o relatório de venda de sêmen no Brasil, para ver o predomínio do sangue europeu). Apesar disso, conseguimos, em menos de um século, atingir à relação de uma cabeça por habitante, o que é considerado ótimo. A corcova e os chifres tropicais dominam em mais de 85% do rebanho, convertendo o país no produtor da carne mais suficiente do mundo, ainda longe de atingir o ponto ideal. O caráter mocho só existe na Natureza fria, que não tem calor para dissipar e se obriga a fazer pecuária à custa de lavouras dependentes do petróleo. Outra lição da História para quem sabe enxergar...

            6) Um texto da OCDE (1983) cresce olhos para “o espaço agricultável do Brasil” e adianta que poderemos, sempre, produzir a carne mais barata possível, porque “...o Brasil detém o milagre mundial do boi de fotossíntese” já diz tudo.

7) Daí só se pode é louvar o eminente zootecnista nacional, José Maria do Couto Sampaio que, na função pública como profissional e na cátedra do professor que foi, nunca vendeu a alma a Satanás e nem confundiu habilidade com habilismo, em defesa da verdade e da higidez mental de seus ouvintes e leitores. Seu relatório positivo, chamado “Animais e Trópicos”, que publicou em 1968, à frente de uma comissão Técnica do Estado da Bahia, em volta ao mundo, catando afinidades melhoradoras de nossa pecuária, começa com uma dedicatória precisa... “Aos importadores brasileiros de animais asiáticos, que, em várias épocas e com extraordinária visão, contribuíram para o estabelecimento de nossa pecuária, a homenagem e o respeito dos autores”.

            Ao longo do escrito, além dos zebuínos notáveis que ainda existiam na Índia (basta olhar Bhadur, o touro Guzerá da capa colorida do Relatório), da pertinência das cabras do árido sul da Espanha e de ecléticos búfalos leiteiros, apresenta mais lições:

            “...A seleção do gado leiteiro para os trópicos (...) problema eminentemente técnico, mas sobretudo econômico (...) não pode ser analisado sob a influência de paixões contraditórias. Ao contrário, (...) seu estudo deve ser conduzido, acima de tudo, sob conceitos firmes e capazes de concluir sem sofismas”.

            “A campanha de descrédito que se moveu ao Zebu (em São Paulo, 1920/40), foi um episódio dramático, que marcou uma página da nossa evolução”.

            “Especialmente no caso dos animais domésticos, a experiência brasileira, é mais do que afirmativa, pois prova dos dois lados: o fracasso do gado europeu e o sucesso do indiano, nos Trópicos”.

            Hoje, sua viúva Dra. Marilena e sua filha, Veterinária Maria, continuam criando expressivos Guzerás e ordenhando búfalas, na caatinga enriquecida que ele deixou, lá em Pé de Serra, na Bahia.

            8) Definitivamente, intriguei-me com bicho grilo e, também, com a ideologia escapista de instáveis F1, F2 e derivados, como um tal de “bimestiço” (?), 5/8 + 3/8, inspirado em Monkey (macaco, em inglês) que, se supõe, tendo esse sangue mágico, gerou consanguineamente o gado Santa Gertrudes, lá no Texas (Estados Unidos). (Afinal, o que é um bimestiço, um trimestiço, um tetramestiço, comparado com um mestiço?).

            Passei a viver cobrando dos outros, os F-zero, ou seja, a “raça pura”, clara, permanente, adequada às regiões fisiográficas do Brasil e, dentro delas, seu melhoramento funcional com métodos próprios, sem decalcomania bastarda, sem contaminações cavilosas da vaca, da comida da vaca e dos espíritos humanos.

            9) As especificações zootécnicas só podem ser fundamentais. Basta observar os lugares homólogos onde as coisas já se definiram, veja-se a França, menor que nossa Bahia, de céu chuvoso uniforme, tendo uma dezena de raças bovinas bem determinadas, cada macaco no seu galho. Ou a Inglaterra dos primeiros zootecnistas, reduzida hoje à ilha inicial do Império Britânico. Ou a colônia americana, que mantém em cada condado, seus tipos bovinos tão bem fixados, que só dão certo lá, em cada um deles.

            Assim, a receita para dar certo, existe. É só fazer o mesmo, ou seja, escolher o gado certo para o mundo tropical e fechar os ouvidos para os pregadores de zootecnias alienadas do sol e da terra. Vai dar Guzerá.

[1][1] Dr. Manelito é engenheiro e criador. Atualmente Diretor Técnico do Instituto do Semi-árido, em Campina Grande PB. (Maio de 2004)

Extraído do texto “Guzerá em 3 tempos”.

Ítem 2: “Construção do jogo e suas regras levando à consolidação da Razão”.

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