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Sistema Cantareira está há mais de um mês em estado de alerta
Publicado em
04/09/2018 10h27
Atualizado em
19/11/2021 11h35
Maior reservatório de água da região metropolitana opera com volume igual ou menor que 40% de sua capacidade desde 28 de julho; Sabesp pede que população economize água.
Por Bárbara Muniz Vieira, G1 SP, São Paulo
01/09/2018
Estiagem de 2014 fez o Sistema Cantareira viver o seu pior momento na história: alerta sobre o uso consciente da água e respeito a essas fontes de vida (Foto: Adriano Rosa)
O Sistema Cantareira está há 35 dias em estado de alerta - ou seja,
operando com volume igual ou menor do que 40%
do seu volume. De acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), nesta sexta-feira (31), o volume era de 37%.
O Cantareira é o maior reservatório de água da região metropolitana e abastece cerca de 7,5 milhões de pessoas por dia, 46% da população da região metropolitana de São Paulo, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), orgão que regulamenta o setor.
O Cantareira entrou em estado de alerta no dia 28 de julho, quando passou a operar com 40% de sua capacidade. De lá pra cá, o sistema perdeu 0,01% de sua capacidade por dia.
Na prática, a determinação do estado de alerta reduz a quantidade de água que a Sabesp pode retirar do manancial de 31 mil litros por segundo para 27 mil litros por segundo.
De acordo com a Sabesp, a diminuição do volume de água retirada não influencia na operação da empresa, porque a companhia já vem economizando e retirando menos água do que o limite máximo estipulado pela ANA.
Nos últimos 13 meses, a Companhia diz ter poupado 25% do que estava autorizada a retirar do sistema. Foram economizados 245,8 bilhões de litros do volume útil. Mesmo assim, o volume de água do Cantareira cai em média 0,01% por dia. O período de seca provocado pela falta de chuvas não tem ajudado.
Falta água
Em agosto, o Jornal Hoje mostrou que
falta água na casa de moradores
de todas as regiões de São Paulo. No Brooklin, Zona Sul, por exemplo, a água acaba a 0h e volta às 6h, segundo uma moradora do bairro. A situação se repete em outros bairros como Butantã, na Zona Oeste, e Santana, na Zona Norte, onde a água da rua também acaba à noite, por volta de 22h, e só volta às 6h, normalmente.
Na ocasião, a Sabesp disse que vem intensificando a redução de pressão nas tubulações para evitar vazamentos e reduzir as perdas. A empresa disse ainda que a redução é feita em todas as regiões de SP nos horários de menor consumo e que o morador pode ficar sem água se ele não tiver uma caixa de água em casa.
Apesar da aparente situação de normalidade que a Sabesp tenta transparecer, a Companhia salienta que é importante a população economizar.
"O abastecimento está normal em todos os 369 municípios operados no Estado, mas é essencial que a população mantenha sempre os hábitos de consumo consciente de água, evitando o desperdício, especialmente neste período de estiagem. A entrada de água nas represas, principalmente a partir de abril, no Sistema Cantareira, tem ficado muito próxima das mínimas já registradas. Por isso é importante que os moradores economizem água sempre", diz a Companhia em nota.
Sabesp diz que obras evitarão crise
A Sabesp nega a possibilidade de uma nova crise hídrica. Em maio de 2014, o volume do Sistema Cantareira atingiu 29,6% de sua capacidade e e a Sabesp passou a operar bombeando água de seu volume morto.
De acordo com a Sabesp, a Companhia investiu R$ 6,8 bilhões desde 2014 em 36 grandes obras que garantem água para a população. Uma delas é a interligação Jaguari-Atibainha, que transfere água do Vale do Paraíba para o Sistema Cantareira. Outra é o Sistema São Lourenço, que traz água nova para abastecer moradores que antes recebiam água do Cantareira.
Em nota, a Sabesp informa que as medidas adotadas também aumentaram as interligações entre as represas e, consequentemente, ampliaram o sistema flex - que permite abastecer diversos locais com mais de um manancial.
Dois exemplos práticos dessa mudança, segundo a Sabesp, são a entrada do novo Sistema São Lourenço no lugar do Cantareira como fonte de água para cidades como Carapicuíba, Santana de Parnaíba, Jandira e Barueri; e o avanço do Guarapiranga até a avenida Paulista e Perdizes, que antes também eram Cantareira.
Sobre o assunto
Nível do Sistema Cantareira continua a cair e chega a 37,9%
http://www.suassuna.net.br/2018/08/nivel-do-sistema-cantareira-continua.html