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Este texto é parte extraída do Relatório Final do GTDN (1959)(Maio 2017)
“Não se trata de ‘combater’ as secas, e sim, de conviver com elas, criando uma agropecuária que tenha em conta a especificidade ecológica regional”.
Celso Furtado.
I – O NORDESTE NA ECONOMIA BRASILEIRA
RELAÇÕES ECONÔMICAS DO NORDESTE COM O CENTRO SUL
Assinalamos que a discrepância de ritmos de crescimento entre o Nordeste o centro-Sul encontra suas causas profundas em fatores reais, seja a disponibilidade relativa de recursos naturais, tais como água e terra arável. Contudo, a agravação do fenômeno, em anos recentes, deve-se ao fato de que a essas causas primeiras vieram adicionar-se outras, de natureza econômica, ligadas à própria política de desenvolvimento do país.
A fim de abordar este problema com objetividade, trataremos inicialmente de quantificar as relações externas da economia nordestina, vale dizer, o fluxo dos recursos reais que entram e saem da região. Este fluxo apresenta certa complexidade, em razão de seu caráter triangular: intercâmbio direto com o exterior e com o Centro-Sul, e indireto com esta última região, através do exterior. Analisemos, inicialmente, o intercâmbio externo.
No Quadro 6 estão reunidos dados relativos ao intercâmbio externo do Nordeste, em dólares e cruzeiros, no período 1948-1956. Medidos em dólares, tanto o valor das exportações como o das importações têm flutuado de maneira irregular. O valor médio das exportações subiu de 165 milhões de dólares, em 1948-49, para 201 milhões, em 1955-56. No mesmo período o valor médio das importações declinou ligeiramente, de 97 para 92 milhões de dólares. Assim, o saldo das exportações subiu de 42 para 54 por cento do valor destas. No conjunto do período, o saldo positivo da balança comercial do Nordeste ascendeu a 638 milhões de dólares. Foi suficiente, portanto, para cobrir o déficit da balança comercial do resto do país (552 milhões de dólares), sobrando ainda 74 milhões para atender a outras contas do balanço de pagamento.
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