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Este deserto já foi uma lagoa do tamanho de 10 campos de futebol (Agosto 2017)
Na experiência dos seus 81 anos, o produtor Antonio Pereira dos Santos caminha pelo chão esturricado. Por ali também passam cavalos e vacas. É algo que até há alguns anos parecia impossível. Na verdade, o local por onde, hoje, o agricultor anda com auxílio de cipó, que substitui uma bengala, sempre foi ocupado pela água, a “Lagoa Grande”, que se estendia por uma extensão de pelo menos 10 hectares (o equivalente a 10 campos de futebol) e que, pela primeira vez, secou completamente.
A mudança de cenário descrita acima, registrada na comunidade de Alto São João, a quatro quilômetros do barranco do Rio São Francisco (também com volume bastante reduzido), no município de São Francisco (Norte de Minas), ilustra a destruição provocada pela seca no interior de Minas. De acordo com o governo estadual, por causa da estiagem (uma das piores da história), 151 municípios já tiveram o decreto de situação de emergência reconhecido pela União.
O quadro é mais grave no Norte do estado, que acumula os estragos de cinco anos seguidos de falta de chuvas. De 700 rios e córregos da região, 550 já estão completamente vazios ou cortados, segundo relatório da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), divulgado pela Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams). A associação lembra que alguns dos rios maiores da região já foram perenes – como o Verde Grande e o Pardo – e aponta que cerca de 80 mil pessoas em comunidades rurais da região estão sofrendo com a falta d’água.
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