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Entenda os diferentes tipos de El Niño e sua influência no Brasil
Publicado em
17/08/2018 10h38
Atualizado em
18/11/2021 11h50
15/08/2018
As últimas simulações do IRI (Universidade Americana de Colúmbia) indicam que o aquecimento do oceano Pacífico Equatorial se dará primeiro na região mais central, conhecida como Niño 3+4, com até 63% de consolidação do fenômeno no trimestre setembro-outubro-novembro.
Esse aquecimento mais irregular ao longo do Pacífico Equatorial indica uma primavera com El Niño Modoki, cujos efeitos são mais brandos em grande parte do globo. Nessa situação, cabe analisar as águas da região mais próxima do Peru conhecida por Niño 1+2, que influencia diretamente no Brasil.
“Na primavera, pelas previsões mais atuais, essa região do Pacífico ainda terá águas mais frias a neutras, algo que favorece a instalação de bloqueios atmosféricos e mostra um fenômeno El Niño com efeitos diferenciados e que não necessariamente influenciam o Brasil da mesma maneira”, explica Celso Oliveira, da Somar Meteorologia.
É somente no decorrer do verão que as atuais projeções indicam que o aquecimento será em todo o Pacífico Central, numa configuração mais canônica do El Niño, o chamado El Niño clássico. O IRI mostra que no trimestre janeiro-fevereiro-março o fenômeno estará em seu ápice e, desta vez, com águas aquecidas em toda a extensão do Pacífico Equatorial.
Pelas atuais projeções do IRI, o ano que mais se aproxima da situação climática no momento é 2014. No entanto, a NOAA em seu boletim de 12 de julho ainda indica cautela em relação às condições oceânicas da primavera e verão 2018/2019.
A cautela do órgão é justificada por observações de anos anteriores: em 2012, 2014 e em 2017, três previsões de El Niño acabaram frustradas. Até o fim de agosto, ainda teremos uma situação de transição no Pacífico. Ainda é relevante lembrar que este é um dos meses mais secos do ano no que se refere do interior do Brasil.
No Sul, a chuva ficou acima da média já nos primeiros 10 dias de agosto com volumes de 150 milímetros no norte do
Paraná
e também em parte do Sudeste e em
Mato Grosso do Sul
.
Pryscilla Paiva, editora de Tempo do Canal Rural