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Em plena crise hídrica, água sai de rios para encher piscinas (Setembro 2017)
Mais de 480 mil litros de água são retirados diariamente, só no Ribeirão Riacho Fundo. Especialistas criticam autorizações para essas captações, enquanto agricultores sofrem com duras restrições. Hoje, 554 veículos têm outorga para captar água
Por volta das 10h da manhã, 16 caminhões-pipa formam fila às margens do Ribeirão Riacho Fundo, na Vila Telebrasília. Mesmo em meio ao racionamento, cada veículo sai dali com pelo menos 10 mil litros de água e muitos acabam voltando outras duas vezes ao dia. Uma placa no local anuncia que a captação é autorizada pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa) para caminhões-pipa devidamente outorgados. Em média, por dia, 480 mil litros de água são captados apenas naquele ponto — número suficiente para abastecer 1,2 mil casas com quatro pessoas, por exemplo. O fato abre discussão entre especialistas sobre a cobrança e a utilização dos recursos em tempos de crise hídrica.
As resoluções da Adasa não limitam o volume para captação. Devido à crise hídrica, apenas o horário foi reduzido – das 6h às 14h. No Distrito Federal, 13 pontos são liberados para captação de água bruta por caminhão-pipa. O recurso, no entanto, só pode ser utilizado para atividades de irrigação, terraplanagem e construção civil. O Correio acompanhou a fiscalização da Polícia Militar Ambiental no local, na última terça-feira. Todos os 16 veículos apresentaram o documento de outorga em dia. O registro tem validade de cinco anos. Segundo a Adasa, não é cobrada a emissão do documento, nem a captação da água dos pontos. Hoje, 554 veículos estão outorgados no DF e possuem licença para fazer retiradas em córregos, nascentes ou riachos licenciados.
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