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As marcas da seca no Nordeste (Março 2018)
Atrás da casa de José, de 64 anos, as covas rasas que guardam sementes de milho se destacam no terreno seco. Depois de seis anos de estiagem, as primeiras chuvas da estação no sertão de Pernambuco mobilizaram toda a família no preparo para o plantio.
A gente espera que a seca acabe. A gente chegou a passar fome, eu mesmo até desmaiei", conta, sobre os efeitos dos anos sem chuva regular no semiárido nordestino. A aposentadoria que recebe desde 2014, um salário mínimo, chegou a ser a única fonte de sustento para até 20 familiares.
Para que o milho cresça, a chuva precisa cair de dez em dez dias, explica José. Essa regularidade também ajuda a trazer água para o açude próximo, Poço da Cruz, onde a esposa dele, Maria Conceição, sempre pescou. "Os peixes morreram, ou ficaram tão magrinhos que a gente fica até com dó de pegar", lamenta Maria.
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