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A grande seca de 1915: mortos de fome no caminho para os campos de concentração no Ceará (Maio 2017)
Muito anteriores aos campos de concentração nazistas na Alemanha, no Nordeste brasileiro foram criados campos, também chamados de "Os Currais Humanos" ou "Currais do Governo", pelo Instituto de Obras Contra as Secas (IOCS), atual Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), que não entraram para os livros de história mas demonstram perfeitamente como os governos tratavam as questões sociais no Brasil, não atendendo a necessidade dos pobres, mas sim as exigências dos ricos e afortunados, nas secas de 1915 e 1932.
O objetivo dos campos era evitar que os retirantes alcançassem Fortaleza, trazendo “o caos, a miséria, a moléstia e a sujeira”, como informavam os boletins do poder público à época. A razão para o uso desta estratégia foi os temores de invasões e saques dos flagelados da seca em Fortaleza — isso já acontecera na seca de 1877, quando sertanejos famintos invadiram a capital cearense, atemorizando a população urbana.
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