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Ainda sobre as indefinições da geração de energia no Nordeste brasileiro(Julho 2017)
Célio Bermann, ao escrever o capítulo Impasses e controvérsias da hidreletricidade, no Dossiê de Energia da USP (vol 21 nº 59 jan/abr 2007), o qual tratou da complementação da motorização do sistema elétrico do complexo Chesf, mencionou o seguinte: “A Usina de Xingó foi projetada para abrigar dez turbinas de 500 MW, de forma a possuir uma capacidade instalada total de 5.000 MW. Entretanto, atualmente apenas seis turbinas estão instaladas. Trata-se, portanto, de 2.000 MW que poderiam ser acrescentados se as outras quatro turbinas previstas fossem instaladas. A Usina de Itaparica também apresenta condições semelhantes. Projetada inicialmente com dez turbinas de 250 MW, ela conta atualmente com apenas seis turbinas, perfazendo 1.500 MW. Outros 1.000 MW poderiam ser acrescentados se as turbinas fossem instaladas”. Berman ainda relata que “A Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) alega que houve superdimensionamento nos dois projetos e que não existe água suficiente para efetivar a complementação da motorização de ambas”. Cheguei a relatar esse fato em um artigo publicado no Repórter Brasil, em 2007.
Para quem conhece essas usinas de geração da Chesf, poderá comprovar ao que Berman se referiu. Em sua estrutura física, a represa de Xingó, por exemplo, possui 6 tubulações, por onde passam os volumes necessários ao atendimento de seu sistema gerador, existindo, também, um espaço com 4 estruturas circulares, na parede da represa, para, em caso de possibilidade, haver a instalação da tubulação de alimentação para mais quatro unidades geradoras. Uma averiguação em Itaparica, também vai se chegar à mesma conclusão. Ambas as usinas operam com 6 máquinas e têm espaço para a colocação de mais quatro. A razão de não se concluir a motorização dessas essas usinas é uma só: a falta de volumes, no rio, para o atendimento dessas necessidades.
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